Eleição parlamentar na Albânia em 1992
A eleição parlamentar albanesa de 1992 foi realizada em 22 de março e consistiu no 2º pleito eleitoral realizado no país desde sua redemocratização em 1991. AntecedentesDiante do cenário de instabilidade social que caracterizou o período de transição do regime comunista unipartidário comandado pelo PPSh para uma democracia representativa pluripartidária na Albânia, a eleição parlamentar de 1991 acarretou um impasse político ocasionado pela elevada divisão demonstrada pelo eleitorado albanês: enquanto a população dos centros urbanos, minoria do eleitorado, votou em peso nos partidos de oposição (mais especificamente no recém-fundado PDSh, de centro-direita), a população das zonas rurais, maioria do eleitorado, ainda manteve fidelidade partidária ao PPSh, o que resultou na vitória dos comunistas por maioria absoluta.[1] A oposição não aceitou de bom grado o resultado eleitoral e convocou uma série de protestos e greves contra o governo eleito. O primeiro-ministro à época, Fatos Nano, membro da ala mais reformista do PPSh, buscou implementar reformas estruturais que promovessem aberturas política e econômica capazes de conduzir o país para a democracia e a economia de mercado, porém de uma forma lenta e gradual, que não implicasse em uma saída dos comunistas do poder. Tal postura política irritou o PDSh, que passou a liderar um boicote nas votações de projetos propostos pelo governo comunista no Parlamento da Albânia, forçando a substituição do gabinete de Fatos Nano por um governo de salvação nacional liderado inicialmente por Ylli Bufi e depois por Vilson Ahmeti. Ainda sob a liderança de Nano, o Partido do Trabalho da Albânia alterou sua denominação para Partido Socialista da Albânia e também passou a defender a economia de mercado. O país, por sua vez, também alterou sua denominação oficial: eliminaram-se os adjetivos Socialista e Popular, passando oficialmente a constituir-se como República da Albânia. As forças políticas que integravam o novo governo de transição alcançaram um consenso ao decidirem antecipar a eleição parlamentar para março do ano seguinte. Resultados eleitorais
Repercussão e análiseConfirmando uma tendência de mudança política abertamente manifestada por segmentos diversos da sociedade albanesa, o PDSh obteve uma grande vitória eleitoral, conquistando 57,61% dos votos válidos e elegendo 92 deputados, condição que garantiu ao partido a maioria absoluta, facilitada diante da redução do número de cadeiras sofrida pelo Parlamento da Albânia: de 250 para 140 deputados. Com o resultado, Aleksandër Meksi tornou-se o novo primeiro-ministro e Sali Berisha foi eleito presidente em eleição indireta realizada no mesmo ano entre as novas bancadas parlamentares eleitas.[2] Referências
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