El Manatí é um sítio arqueológico no estado mexicano de Veracruz. El Manatí foi um paul sacrificial sagrado para os olmecas entre aproximadamente 1 600 AEC e 1 200 AEC. Muitos objectos únicos foram recuperados do lodo, incluindo as mais antigas bolas de borracha já descobertas[1] e os mais antigos artefactos de madeira encontrados no México.[2] As bolas de borracha eram possivelmente utilizadas no jogo de bola mesoamericano, enquanto que os artefactos de madeira eram bustos criados no estilo "homem alongado".
O sítio
El Manatí encontra-se situado no sopé do Cerro Manatí, cerca de 15 km a sudeste do importante centro olmeca de San Lorenzo Tenochtitlán. É notável entre os sítios olmecas pela ausência de arquitectura cerimonial ou doméstica contemporânea.
Os arqueólogos identificaram três fases diferentes entre os depósitos de El Manatí: Fase A (ca. 1700 - 1600 AEC), Fase B e a Fase Macayal (ca. 1040 AEC ± 150 anos). Todos os bustos de madeira encontrados pertencem a esta última fase.
El Manatí poderá ter sido escolhido como lugar sagrado devido a uma ou mais das suas características naturais:[3]
A sua localização no sopé de uma colina, Cerro Manatí.[4] Muitos dos sítios mesoamericanos mais antigos, incluindo Chalcatzingo, Teopantecuanitlan, e Las Bocas, situavam-se a leste ou oeste de uma elevação proeminente.[3]
Descobertas
Além das várias bolas de borracha e 37 bustos de madeira, foram também encontrados durante as escavações numerosos machados cerimoniais de jadeíte, cerâmica, contas de pedra-verde arranjadas em grupos (aparentemente antes constituíam dois colares separados), fragmentos de figuras do tipo cara-de-bebé, cajados de madeira trabalhada, facas cerimoniais de obsidiana (sem evidências de uso), ossadas de recém-nascidos e de fetos humanos, bem como fragmentos de ossos animais e humanos. Muitos destes objectos foram encontrados como se houvessem sido dispostos com cuidado e não como se apenas atirados ao paul, indicando um propósito sacrificial sagrado.
São dignos de nota os bustos de madeira, os quais eram muitas vezes embrulhados em esteiras de fibra e atados com um cordel. Apesar da forma obviamente estilizada da cabeça, os investigadores sugerem que, devido às suas expressões individuais, os bustos representavam pessoas reais.[5]
Os bustos de madeira eram geralmente acompanhados de outros objectos. Por exemplo:
A escultura 1 estava associada a um bastão de madeira e um machado de pedra-verde.
A escultura 2 estava associada com um grande pedaço de obsidiana, um feixe de folhas e plantas, uma bola de hematite, uma pilha de pedras de arenito, "comum a várias outras esculturas"[6] além de fragmentos de ossos de recém-nascidos. Perto desta escultura e na direcção este encontrou-se o esqueleto de uma criança.
As esculturas 5, 6 e 7 foram enterradas em grupo, cada uma colocada de lado constituindo um triângulo, com as faces voltadas para o interior deste. Estas esculturas estavam acompanhadas de feixes de matéria vegetal e cobertas por uma esteira. Um bastão de madeira incompleto e um crânio infantil foram também encontrados em associação a este enterramento.
Ossadas infantis
As ossadas de recém-nascidos ou de fetos consistiam de vários esqueletos completos bem como de fémures e crânios desmembrados. Estes restos são particularmente intrigantes pois indicam a possibilidade de sacrifício humano, um ritual do qual não existem evidências concretas no registo arqueológico olmeca. As ossadas infantis encontravam-se associadas e subordinadas ao enterramento de um busto de madeira. Não se sabe qual a causa da morte das crianças.[7]
História das investigações
O sítio foi descoberto por habitantes locais que pretendiam construir um lago de peixes na nascente. Começando em 1998, os investigadores passaram quatro temporadas escavando o sítio.
↑Ver por exemplo Diehl, (2004, p.45); também Ortiz e Rodríguez (1999, p.248) comentam: "a individualidade dos bustos poderia indicar tratarem-se de representações de chefes, governantes, ou pessoas que atingiram um alto grau de prestígio, conduzindo a uma tentativa da sua imortalização pelo meio de imagens."
Hosler, Dorothy; Sandra Burkett, Michael Tarkanian (18 de junho de 1999). «Prehistoric Polymers: Rubber Processing in Ancient Mesoamerica». Science. 284 (5422): 1988–1991. ISSN0036-8075. doi:10.1126/science.284.5422.1988A referência emprega parâmetros obsoletos |coautor= (ajuda)
Ortíz C., Ponciano; María del Carmen Rodríguez (1999). «Olmec Ritual Behavior at El Manatí: A Sacred Space»(PDF). In: David C. Grove and Rosemary A. Joyce (Eds.). Social Patterns in Pre-Classic Mesoamerica: a symposium at Dumbarton Oaks, 9 and 10 October 1993 Dumbarton Oaks etexts ed. Washington, DC: Dumbarton Oaks Research Library and Collection. pp. 225–254. ISBN0-88402-252-8. OCLC39229716. Consultado em 8 de junho de 2007A referência emprega parâmetros obsoletos |coautor= (ajuda)
María del Carmen Rodríguez; Ortíz C., Ponciano (1997). «Olmec Ritual and Sacred Geography at Manatí». In: Barbara L. Stark and Philip J. Arnold III (Eds.). Olmec to Aztec, Settlement Patterns in the Ancient Gulf Lowlands. Tucson, Arizona: University of Arizona Press. pp. 68–95. ISBN0-8165-1689-8A referência emprega parâmetros obsoletos |coautor= (ajuda)