Economia de BrasíliaA economia de Brasília forma o terceiro maior Produto Interno Bruto municipal do Brasil. Em 2017, este montante foi calculado em R$ 244,6 bilhões, sendo superado apenas pelo de São Paulo e do Rio de Janeiro.[1] Como a capital federal, Brasília é o centro político brasileiro, reunindo uma grande quantidade de repartições e de servidores públicos.[2] O setor terciário era responsável pela criação de 94,3% de suas riquezas, superando largamente o secundário e o primário.[3] Com uma força de trabalho de 1,3 milhão de pessoas em 2018,[4] possuía o maior PIB per capita do país em 2017.[5] HistóricoBrasília passou a desenvolver sua economia local durante o processo de construção.[6] Inaugurada em abril de 1960,[7] naquele ano já havia dois mil estabelecimentos comerciais na cidade. Na mesma década, as regiões administrativas do Distrito Federal iniciaram o cultivo de pequena quantidade de frutas, incluindo abacaxi, banana e laranja.[6] Nos anos seguintes, Brasília desenvolveu-se rapidamente, atraindo uma grande quantidade de novos moradores e estimulando a ocupação do Centro-Oeste brasileiro.[6] No censo de 1980, a cidade chegou a 1,1 milhão de habitantes, número que mais que se duplicou na estimativa populacional de 2009.[8] Na década de 1990, o setor da construção civil perdeu força e deixou de ser o principal impulsor da economia local. Ao mesmo tempo, este foi substituído pelo de serviços, que em meados da década era responsável por empregar 75% da população economicamente ativa.[8] O setor de turismo, por sua vez, expandiu-se desde os anos 1980[6] e no século XXI a cidade se converteu em um dos principais destinos de turistas nacionais[9] e internacionais.[10] Brasília foi tombada como um Patrimônio Cultural da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) em 1987.[11] Consequentemente, o governo local optou por incentivar o desenvolvimento de indústrias não poluentes, como a de software, cinema, vídeo, gemologia, entre outras, com ênfase na preservação ambiental e na manutenção do equilíbrio ecológico, preservando o patrimônio da cidade.[12][6] Desde sua origem, Brasília apresenta uma segregação socioespacial em relação às demais localidades do Distrito Federal.[13] As denominadas "cidades satélites" receberam as pessoas que não se enquadravam no Plano Piloto,[14] a região mais rica da cidade que, juntamente com o Lago Sul e o Lago Norte, constitui uma "ilha da fantasia."[15] Uma parcela significativa dos trabalhadores de Brasília se deslocam de tais regiões.[14] Em 2019, enquanto o salário médio dos moradores do Plano Piloto era de R$ 20 mil, o dos da Cidade Estrutural era de apenas um salário mínimo, ou R$ 998,00.[16][17] Como resultado, Brasília registra uma desigualdade social maior que a do resto do país.[15][nota 1] EstatísticasEm 2017, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) reportou que o Produto Interno Bruto (PIB) de Brasília era de R$ 244,682 bilhões, atrás apenas da cidade de São Paulo, com R$ 699,2 bilhões, e da cidade do Rio de Janeiro, com R$ 337,5 bilhões. O PIB brasiliense representou 3,72% do total de riquezas produzidas pelo Brasil. Após Brasília, figurou-se Belo Horizonte (R$ 88,9 bilhões), Curitiba (R$ 84,7 bilhões), Osasco (R$ 77,9 bilhões), Porto Alegre (R$ 73,8 bilhões) e Manaus (R$ 73,2 bilhões).[18] Em 2018, o salário médio mensal em Brasília era de 5,5 salários mínimos, o mais alto do país. No mesmo ano, 1.352.143 pessoas, ou 45,5% da população total, eram consideradas "ocupadas".[4] Em 2016, registrou-se que Brasília contava com 1.025.829 vínculos trabalhistas, sendo que 91,25% estavam ligados ao setor de serviços, 8,14% à indústria e 0,61% à agricultura.[3] No setor de serviços, a administração pública, a defesa e a seguridade social empregavam 26,04% dos trabalhadores e eram a fonte de 53,04% da massa salarial,[3] um reflexo dos altos salários pagos no serviço público.[19] A quantidade de trabalhadores no setor de serviços mais que dobrou de 1991 a 2011, de 331 mil para 703 mil.[20] Em 2020, o orçamento do Governo do Distrito Federal (GDF) era de 27,359 bilhões. Os maiores gastos públicos estavam concentrados no pagamento de salários e encargos sociais (R$ 14,7 bilhões), despesas correntes (R$ 7,9 bilhões), investimentos (R$ 1,4 bilhão) e juros, encargos e amortização da dívida (R$ 650,8 milhões).[21] O GDF mantinha vínculo empregatício com 125,6 mil pessoas em 2018.[22] Em 2019, as receitas do governo distrital superaram as despesas em R$ 174,9 milhões.[23] Ainda assim, mantinha uma dívida pública consolidada de R$ 8,6 bilhões em 2018.[24] SetoresConsiderando-se a hipótese dos três setores da economia, a economia de Brasília é dividida em:
Notas
Referências
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