Economia de BilbauEconomia de Bilbau refere-se às características económicas daquela cidade espanhola, capital da província da Biscaia, no País Basco. Bilbau tem sido o núcleo económico do País Basco desde os tempos do Consulado, principalmente graças ao comércio de produtos castelhanos no seu porto, baseada na exploração de minas de ferro e na indústria siderúrgica, que promoveram o tráfico marítimo, a atividade portuária e a construção naval.[1][2] No campo financeiro, em 1857 foi fundado o Banco de Bilbau e em 1901 é criado o Banco de Vizcaya. Estes bancos fundiram-se em 1988, dando origem ao BBV, que por sua vez se fundiu com o grupo bancário Argentaria originando o Banco Bilbao Vizcaya Argentaria. As caixas de poupança que operavam a nível local (a Caja de Ahorros Municipal de Bilbao, fundada em 1907) e provincial (Caja de Ahorros Provincial de Vizcaya, fundada em 1921) fundiram-se em 1990 para formar a Bilbao Bizkaia Kutxa.[3] Outras instituições económicas fundadas no século XIX foram a Câmara de Comércio, Indústria e Navegação e a Bolsa de Bilbau, esta última criada a 21 de julho de 1890.[4] Porto de BilbauAté ao últimos anos do século XIX, o porto localizava-se no que agora é o Arenal, a poucos metros do Casco Viejo. Em 1902 foi construído o Porto Exterior, na desembocadura da ria, no município de Santurce. Ampliações posteriores acabaram por derivar no chamado "Superporto", que nos anos 1970 substituiu os molhes anteriores,[5] exceto os localizados no bairro de Zozorra, que ainda estão em atividade,[6] deixando o Canal de Deusto apenas para barcos de recreio.[7] Em 2010, Bilbau encontrava-se entre os cinco portos mais importantes de Espanha.[8][9] Nesse ano, passaram pelo porto 3 240 navios e o tráfego de passageiros foi de 44 522 embarques, 48 604 desembarques e 71 898 em trânsito. O tráfego de mercadorias foi 33 660 821 toneladas e 531,457 contentores, encontrando-se entre as principais origens e destinos, com mais de 15 400 000 tineladas, a Rússia, Espanha, Estados Unidos, Reino Unido, Irão, Bélgica, Países Baixos, Trinidad e Tobago.[10] O tráfego de mercadorias em 2010 foi inferior ao de anos anteriores, nos quais chegou às 38 milhões de toneladas.[9] O volume negócios da empresa que gere o porto foi 59,492 milhões de euros.[10] Estima-se que o porto seja responsável direto e indireto por 10 000 postos de trabalho, contribua com cerca de 500 milhões de euros para o PIB anual basco e gere 60 milhões de euros de impostos.[11] Alguns dados sobre as infraestruturas do Porto de Bilbau: 2 carregadores contínuos, 5 rampas de carga, 10 gruas porta-contentores, 16 gruas trastainer, 56 gruas de pórtico e 2 pontes rolantes, terminais especializados em mercadorias em geral, contentores, granel, tanto de sólidos como de líquidos, mercadorias horto-frutícolas e automóveis, 17 km de molhes, mais de 250 000 m² de área de armazenamento coberto, 25 300 m² e de armazéns frigoríficos, 11 armazéns de depósito franco com um total de 30 000 m². Ocupa 350 ha em terra e 1 700 ha no mar. O "Bilbao Atlantico Frío Terminal", para mercadorias perecíveis tem capacidade para armazenar 20 000 m³ de mercadorias, está completamente automatizado e dispõe de um sistema de rastreabilidade de paletes; o seu tráfego anual ultrapassa as 12 000 paletes.[8] Minas e siderurgiaO ferro é a principal e mais abundante matéria prima que se encontra na Biscaia e a sua extração estava protegida legalmente desde 1526. A mineração foi a principal atividade primária da cidade e o minério, de grande qualidade, era exportado para toda a Europa. Só na segunda metade do século XIX foi desenvolvida a indústria siderúrgica, que beneficiou dos recursos e comunicações oferecidos pela cidade. No século XX, tanto capitais espanhóis como o resto do continente importavam cerca de 90% do ferro biscainho. Embora a Primeira Guerra Mundial tornasse Bilbau um dos principais centros siderúrgicos europeus, as crises subsequentes fizeram declinar a atividade.[12] Bolsa de comércio e feira de exposições
Existiam projetos de fundar uma "bolsa de mercadores" desde o início do século XIX, se bem que esta só seria criada a 21 de julho de 1890, principalmente dada a oposição dos chamados "corredores de comércio". A primeira sessão da Bolsa de Bilbau, durante a qual ocorreu a venda de 52 500 pesetas em títulos de dívida amortizável, teve lugar a 5 de fevereiro de 1891 no vestíbulo do Teatro Arriaga.[13] A bolsa mudou-se para o edifício atual em 1905 e atualmente é um mercado secundário oficial.[14]
As novas instalações da Feira de Exposições de Bilbau foram inauguradas em 2004 e passaram a denominar-se Bilbao Exhibition Centre (BEC). As instalações situam-se no bairro de Ansio da localidade vizinha de Baracaldo, nos terrenos antes ocupados pela empresa Altos Hornos de Vizcaya, a apenas 8 km do centro urbano. Este novo espaço permite a realização de exposições de carácter internacional e de grande capacidade.[15] O centro dispõe de 251 055 m², dos quais 246 457, distribuídos por seis pavilhões, se destinam a exposições (150 000 m²) e os restantes albergam um centro comercial e um hotel. Além dos pavilhões de exposição, a feira conta com um pavilhão VIP, um centro de congressos com 6 500 m², 6 500 m² dedicados a escritórios e um grande átrio com 41 500 m². Também conta com um parque de estacionamento subterrâneo com capacidade para 4 000 automóveis e é servida pela linha nº 2 do metropolitano. A Bizkaia Arena, uma grande sala multiusos com capacidade para 26 000 pessoas também faz part do complexo do BEC.[15] Entre os certames que decorrem no BEC encontram-se o Ferroforma e a Bienal da Máquina Ferramenta.[15] A Bizkaia Arena também é usada para concertos de grandes audiências, como os dos AC/DC[16] e Bruce Springsteen,[17] entre outros. TurismoO primeiro impulso do turismo deu-se com a construção da linha de caminho de ferro entre o centro da cidade e o bairro de Las Arenas, no município de Guecho. Os responsáveis desta iniciativa publicitaram-na oferecendo «um passeio até Las Arenas ou Portugalete, onde se respiram as brisas do mar, cuja vista oferecem muito poucos portos de banhos» Assim se constitui um discreto destino balneário.[18] No entanto, o grande impulso turístico iniciou-se com a inauguração do Museu Guggenheim, como atesta a crescente afluência de turistas desde então, que chegou a 623 229 visitantes em 2007. Outros dados afirmam que a localidade é o destino de 30% das visitas do País Basco, sendo o principal destino daquela comunidade autónoma, acima de São Sebastião. A procedência da maioria dos turistas é Madrid, seguindo-se a Catalunha. A maioria dos visitantes estrangeiros provém de França, Reino Unido, Alemanha e Itália.[19] Além do turismo de ócio, também há turismo de negócios e de congressos, graças às novas instalações, como o Palácio Euskalduna o vizinho Bilbao Exhibition Centre, em Baracaldo.[20][21] AtualidadeA grave crise industrial dos anos 1980 obrigou a cidade a repensar as bases do seu desenvolvimento económico. Foi assim que se transformou numa cidade de serviços,[1][2] sede de numerosas empresas de relevância nacional e internacional, incluindo duas que em 2008 se encontravam entre as 150 maiores do mundo segundo a revista Forbes: o BBVA em 40º lugar (3ª em Espanha) e a Iderdrola no 122º (5ª em Espanha).[22] O Produto Interno Bruto da província da Biscaia em 2006 foi 31,485 mil milhões * de euros, um aumentando 4,2% em relação ao ano anterior. Este número representa metade do PIB de todo o País Basco espanhol. Segundo o "Anuário Socioeconómico", os setores mais fortes são o da construção, indústria extrativa e de manufatura, além do setor terciário: ócio, hotelaria, comércio, tursimo e distribuição comercial.[23] O PIB per capita em novembro de 2007 era 19 648 euros, muito abaixo do da província da Biscaia, que foi de 27 220. A taxa de desemprego nessa data era de 8,7%, superior à da Biscaia (8,0%) e do País Basco (7,4%), mas inferior à de Espanha (10,6%).[24] Notas e referências
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