E. R. Dodds
Eric Robertson Dodds (Banbridge, Condado de Down, 1893 – Oxford, 1979), foi um filólogo clássico irlandês, antropólogo e erudito grego. BiografiaEric Dodds nasceu em Banbridge, County Down, filho de pais professores: seu pai, Robert, veio de uma família presbiteriana e morreu de álcool quando Eric tinha sete anos; sua mãe Anne era de ascendência anglo - irlandesa. Aos 10 anos, mudou-se com sua mãe para Dublin e recebeu sua educação no St. Andrew's College, onde lecionou, e no Campbell College, em Belfast. Mais tarde, ele foi expulso do instituto por "insolência vulgar, afetada e persistente". Em 1912 ganhou uma bolsa de estudos no University College da Universidade de Oxford, onde estudou a Literae Humaniores e conseguiu estabelecer relações com Aldous Huxley e T. S. Eliot. No verão de 1914, ele estava na Alemanha e retornou bem a tempo, antes do início da guerra. Por algum tempo, ele serviu como voluntário em um hospital militar na Sérvia, depois retornou a Oxford para exames. Ele veio se formar, apesar de um afastamento temporário da universidade, por sua participação na Revolta da Páscoa. Após a formatura, Dodds retornou a Dublin, onde conheceu W. B. Yeats. Em 1919 foi nomeado professor da Universidade de Reading, onde conheceu e casou-se com A. E. Powell, professora de inglês. De 1924 a 1936, ele ensinou grego na Universidade de Birmingham e supervisionou a tradução de Louis MacNeice de Agamenon de Ésquilo (1936), tornando-se mais tarde seu executor literário. Nesse período, também trabalhou em sua própria produção poética, publicando Trinta e dois poemas, com Nota sobre poesia não profissional (1929).[1] Em 1936 tornou-se Professor Regius de grego na Universidade de Oxford, cargo escolhido diretamente pela Coroa, anteriormente ocupado por Gilbert Murray, que favoreceu sua entrada recomendando-o ao primeiro-ministro Stanley Baldwin. Sua falta de serviço na Primeira Guerra Mundial, sua evidente proximidade com as posições de independência da República da Irlanda e com o socialismo, bem como seu incomum campo de pesquisa o fizeram parecer mal, inicialmente, para seus colegas, especialmente Denys Page e Maurice Bowra. Ao longo de sua vida, Dodds cultivou interesses em misticismo, metapsíquica e fenômenos paranormais, até se tornar presidente da Society for Psychical Research em 1961.[2] Ele morreu em 1979 em Old Marston, perto de Oxford. PesquisasEm seus estudos pioneiros sobre o pensamento filosófico grego (em particular sobre o neoplatonismo) e sobre a espiritualidade antiga, Dodds utilizou métodos oriundos do campo da antropologia e da psicanálise, segundo uma abordagem conceitual congenial à tradição científica anglo-saxônica no campo da estudos clássicos. Ainda permanece fundamental Os gregos e o irracional de 1951, traduzido para várias línguas, no qual são elaboradas algumas categorias hermenêuticas ainda utilizadas, como, por exemplo, cultura da vergonha (guilt culture), cultura da culpa (shame culture) e medo da liberdade (fear of freedom). Importantes também são The Ancient Concept of Progress and other Essays on Greek Literature and Belief de 1973, bem como o ensaio sobre a experiência religiosa no mundo antigo tardio, Pagan and Christian in an Age of Anxiety, de1965 (traduzido pela primeira vez para o italiano em 1970), que marca o retorno de Dodds aos seus estudos sobre o irracionalismo.[2] Sua atividade filológica está concentrada nas edições críticas de Oxford dos Elementos de Teologia de Proclo, Górgias de Platão e Bacantes de Eurípides. Ele também publicou uma autobiografia, Missing Persons, ganhando o Prêmio Duff Cooper em 1977 BibliografiaPublicou numerosas obras, entre as quais The Greeks and the Irrational (1951), traduzida para a língua portuguesa como Os Gregos e o Irracional (Gradiva, Portugal [1988], e Editora Escuta, Brasil). Livros
Artigos
Outros
Referências
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