O grupo criou música que sobrepõe diferentes domínios musicais que costumavam ser estanques, associou-se com músicos de vários países e cantou em diversas línguas africanas e europeias. Integrado numa indústria fonográfica em expansão conseguiu a atenção da imprensa musical internacional e, em sucessivas digressões, atuou nos melhores palcos de todo o mundo.[4]
Biografia
Princípio da carreira
Ambos naturais de Angola, Raúl Indipwo e Milo MacMahon conheciam-se desde a infância e estudaram juntos no liceu em Benguela.[5] Mais tarde, em 1956, reencontram-se e iniciam um projecto musical centrado no folclore angolano de várias etnias e línguas[6] recorrendo ao violão e a harmonias vocais na interpretação dos temas.[7] Começaram por se chamar apenas "Ouro Negro" e só a partir de 1959 é que se passaram a designar "Duo Ouro Negro".[8] O nome do grupo, sugerido pela locutora da Rádio Clube do Congo Português Maria Lucília Dias, designava localmente tudo o que fosse excepcional.[9]
Regressam a Angola em 1961, pouco antes do eclodir da Guerra Colonial Portuguesa, e entra para o grupo um terceiro elemento, José Alves Monteiro. Nesta nova formação em trio gravam cinco Extended Play (EPs), entre 1961 e 1962.[11] "Cuando Calienta el Sol" de 1962 teve a colaboração do conjunto Thilo's Combo.[12] Outro disco gravado com a formação em trio denominado "Garota" inclui uma versão do tema do folclore turco, "Uska Dara", que tinha sido gravada em 1953 pela cantora norte americana Eartha Kitt[11] e uma versão do original brasileiro datado de 1930, "Mãe Preta", cuja letra mostra uma forte crítica à escravatura.[13] Ainda em 1962 sai uma coletânea de temas dos "Ouro Negro" denominada "A Visit to Portugal" com canções gravadas em colaboração com a fadistaBerta Cardoso. Este Long Play (LP) foi lançado no Canadá e nos Estados Unidos da América.[14]
Já de novo com a formação em duo lançam três EPs de canções originais em francês, "Volume 1" em 1964, "La Kwela" com os temas "La Kwela", "La Kwela de l'Angola", "Heno Vakwe" e "N'Doa", em 1965[16] e "Volume 2" em 1966. Estes discos são lançados em França pela empresa discográfica Colombia e recebidos com sucesso.
Em 1964, fazem versões dos Beatles ("Agora Vou Ser Feliz" é versão de "I Wanna Hold Your Hand"[17]) e Charles Aznavour ("La Mamma"). Outro disco lançado em 1965 na forma de EP, "Kwela", inclui as canções "Meadowlands", "M'Bude", "N'Doa" e "Mundo D'Iaxala" e tem a colaboração do "Conjunto Mistério".[18] Em 1965 participaram no programa musical da Televisão Portuguesa, "Minuto Zero", com apresentação de José Mensurado.[19]
O grupo lança a moda do kwela, um estilo musical do Sul de África com um ritmo próprio que os Ouro Negro transformaram numa dança[20] inspirada nos rituais africanos,[21] uma espécie de twist angolano,[22] que foi considerado o ritmo do Verão de 1965.[5]Paris rendeu-se à nova moda que também atingiu outras cidades da Europa. Participam em programas televisivos franceses entre os quais na edição nº 8 do programa televisivo da ORTF, "Ni Figue ni Raisin". Este episódio musical foi para o ar em 1965 tendo sido realizado por Jacques Rozier.[23] Atuam no Olympia de Paris com vários espetáculos esgotados.[5]
Em 1966 atuaram na sala Garnier da Opérade Monte Carlo no Mónaco, por ocasião das comemorações do IV Centenário do Principado.[24] Em Novembro de 1966 participaram na comemoração do 20º aniversário da UNICEF,[25] um espetáculo televisivo apresentado por Danny Kaye[26] efetuado no teatro Alhambra-Maurice Chevalier em Paris e visto em todo o mundo por cerca de 200 milhões de pessoas.[15]
Interpretaram os temas "Pata Pata" e "Click Song" da cantora sul-africana Miriam Makeba,[15] tendo sido este último incluído num disco da série "Présence Mondiale" lançado em França em 1966. No final de 1966 é editado um álbum denominado "O Espectáculo é Ouro Negro". Trata-se de uma coletânea musical que inclui temas diversos como "Au Revoir Sylvie" cantado em francês, "Dio Come ti Amo" em italiano ou "Kurikutela" que faz parte do folclore angolano. Créditos deste disco são devidos ao maestro Thilo Krasmann e ao seu grupo "Thilo's Combo".[27] Este LP saiu no Japão ainda em 1966 e, em 1972, foi lançado em Moçambique que na altura ainda era uma província ultramarina de Portugal.
Em 1967 gravam o seu 2º álbum, "Mulowa África",[27] também com a colaboração do Thilo's Combo. Este álbum viria a ser um dos trabalhos mais internacionais do grupo.[4] Foi lançado em Portugal e em França (com o nome "Afrika") em 1967, no Brasil e em Israel em 1968 e nos Estados Unidos da América em 1969.[28] A música deste disco abre uma ponte entre as tradições angolanas e a cultura ocidental da época. Traços dessa cultura ocidental estão logo no primeiro tema, "Kyrie", uma oração da liturgiacristã, na abordagem instrumental com a presença do contrabaixo, da bateria ou da guitarra portuguesa e no acompanhamento vocal com o coro feminino da Emissora Nacional.[28]
Em Janeiro de 1968 participam na Gala do MIDEM que teve lugar no Palais des Festivals em Cannes.[33] Em Junho de 1968 deslocam-se ao Canadá e atuam no Teatro Maisonneuve em Montreal[34] em dois espetáculos em que também atuou Amália Rodrigues.[35] Também no ano de 1968 representam Portugal no segundo Festival Internacional de Split na Jugoslávia.[36]
Ainda em 1968 é apresentada na RTP a opereta africana "A Rua d'Iliza" com música, texto, coreografia e direção de cena de Raúl Indipwo e Milo Mac-Mahon.[37] O mote central deste musical, Iliza (Gomara Saia), é uma adaptação de um tema tradicional da marrabenta de Moçambique.[4] Nesta opereta além do Duo Ouro Negro participaram outros artistas como o grupo "Sheiks" e a cantora angolana Lilly Tchiumba. Este programa foi selecionado para representar a Televisão Portuguesa no Festival de Milão.[38]
O EP "Carolina" lançado no início de 1968 é uma amostra do ecletismo, em termos de estilos musicais, do grupo. Este disco inclui o tema "Katéria", um exemplo da música acústica do folclore angolano, com o som de instrumentos musicais autóctones como o dikanza ou o kissange[2] Inclui também o fado "Timpanas" com letra de Júlio Dantas e música de Frederico de Freitas composto originalmente para a voz de Amália Rodrigues, o tema "Carolina" de Chico Buarque e uma nova versão da canção de toada própria dos anos 60 "Garota" da autoria de José Mário e Raúl Indipwo.[11] O ecletismo é também evidente em termos de ritmos musicais. De facto, o grupo inclui nas suas canções não só ritmos angolanos como o semba, o merengue ou o kwela, mas também outros como o rock, jazz, soul, funk, ritmos brasileiros, latino-americanos, cabo-verdianos e sul-africanos.[39]
Ainda em 1969 viajam até à Argentina onde fazem dois espetáculos no teatro Maipu em Buenos Aires e quatro shows televisivos.[42] Gravam o LP "Latino",[27] cantado em espanhol, nos estúdios da discográfica Odeon em Buenos Aires com a colaboração da orquestra de Jorge Leone. O mesmo álbum é lançado em Portugal em 1970 com o título "Sob o Signo de Yemanjá". Este álbum inclui a canção "El Fuego Compartido" composta após uma atuação na Faculdade de Direito de Buenos Aires como apoio aos ideais políticos dos estudantes.[1] O tema desse LP "Muamba, Banana e Cola" é um dos grandes sucessos de 1969.
Ainda em 1969 Sivuca volta a gravar com o grupo, desta vez uma compilação denominada "Africaníssimo",[43] onde juntaram alguns temas gravados no início da carreira, como é o caso de "Upa Neguinho" da autoria de Edu Lobo. Deste álbum consta também a canção "Deknni" cujo nome designa um tipo de dança de Goa.[44]
Em Agosto de 1969 Raúl e Milo estiveram entre a multidão que constituiu o público do Festival de Woodstock.[45] O álbum "Mulowa Afrika" que tinha sido lançado em Portugal em 1967 é editado nos Estados Unidos da América em finais de 1969 com o nome "The Music of Africa Today".[46] Nessa altura iniciam uma digressão de três meses por esse país[26] onde atuam em 43 cidades e 20 universidades de diversos Estados.[47] Têm contacto com o movimento negro norte-americano e com a luta pelos seus direitos civis.[47] Ouvem ao vivo música que lá se faz incluindo jazz, rhythm and blues e soul.[48] Todas essas experiências foram determinantes para a concepção do álbum "Blackground" e para o abandono progressivo do universo da música ligeira com regresso às origens do Duo. Começam a focar-se mais nas sonoridades, história e etnografia de África e a enriquecer os seus temas com a "world music" que foram ensaiando ao longo do seu percurso.[49]
Na brochura inclusa na capa da reedição de 2018 do álbum Blackground[52] podem ler-se as seguintes palavras de Milo MacMahon:
"(...) Isto é a concretização de muitos anos de trabalho. É a realização de um projecto antigo, que me levou a estudar Etnografia, Música e História".[54]
Blackground, o "campo negro", é uma celebração das raízes da música africana que foi levada pelos escravos em viagens transatlânticas para a Europa e Américas criando uma diáspora rica em sonoridades novas.[55] Recorre à mitologia negra da criação dos rios, de Iemanjá e do aparecimento dos homens que formaram a tribo universal.[47] Citando Raúl Indipwo
"A música africana, levada então pelos escravos, transformou-se em samba, em malambo, em cumbia, em jazz e em gospel. E, se de uma parte manteve o ritmo, doutra manteve a maneira melódica, o improviso, a angústia e a extroversão que caracteriza o povo africano em geral."[47]
O espetáculo cénico-musical "Blackground", com duas horas de duração e contando com a presença em palco de cerca de 35 participantes entre cantores, músicos e bailarinos,[4] apresentou-se no Cinema Roma em Julho de 1972. Os músicos do quarteto Objectivo, a cantora sul-africana Busi Mhlongo (Vickie) e vários percussionistas estiveram entre os artistas intervenientes. O espectáculo foi também apresentado na Bélgica e em várias cidades alemãs.[1]
O álbum "Lindeza!" é gravado em 1979 para a editora discográfica Orfeu.[60] O lado A deste disco abre com o tema "N'Gola 1483" cuja letra refere a altura da chegada dos navegadores portugueses à região africana a que começaram a chamar Angola.[61] O tema "Lindeza" que dá nome ao álbum é uma homenagem a Angola e às suas belezas naturais, um lamento de saudade escrito numa altura em que este país estava a viver uma sangrenta guerra civil. A primeira canção do lado B, "Vou Levar-te Comigo" é uma balada de esperança num futuro de paz. Este tema teve um grande êxito comercial tendo sido reeditado em single em 1985.
Últimos anos
Em 1981 gravam o 2º Blackground no estúdio Rádio Triunfo com novos músicos, nomeadamente Steve Neil (baixo), João Maló (guitarra solo), Emílio Robalo (piano), Zezé M'Gambi (bateria), Terinho M'Umbanda (orgão), Perikles (flauta e saxofone) e Lena d'Água e Formiga (coros).[27] Participaram pontualmente na gravação de temas deste duplo álbum vários músicos africanos entre os quais os músicos angolanos do grupo "Raízes". Este grupo participou na gravação das canções "Menina Negra" e "Luanda Nova" e os seus membros, o guitarrista Nelo Carvalho, Armindo Monteiro e Beto Monteiro na percussão e Nelson Oliveira na guitarra baixo passaram a acompanhar o Duo Ouro Negro nos seus espetáculos.[62]
Blackground II apresenta onze temas novos e recupera quatro do álbum Blackground de 1972, "Iemanjá", "Blackground", "Amanhã"[63] e "Ondyaya".[27] Constam também deste duplo álbum uma nova gravação do tema "Suliram" e uma versão de "Muamba, Banana e Cola" cantada em português e espanhol. A apresentação das músicas do Blackground II foi feita num espetáculo de music-hall memorável apresentado em 1981 no Teatro da Trindade com o título "O Império de Iemanjá".[39]
Em 1982 é editado um single com os temas "Estou Pensando em Ti" e "Rapsódia Angolana". O álbum "Aos Nossos Amigos" é editado em fins de 1984 tem produção de Milo MacMahon e arranjos de Mike Sergeant[27] e foi o último trabalho de originais do Duo Ouro Negro.[54]
O grupo termina em 1985 com a morte de Milo MacMahon aos 46 anos.[24] Ainda em 1985 mas já após a morte de um dos seus membros realizou-se no Casino do Estoril um grande espetáculo musical de homenagem ao Duo Ouro Negro. Participaram neste espetáculo cantores portugueses das diversas áreas da música, e também humoristas e grupos de bailado. No final Raúl indipwo interpretou excertos dos grandes sucessos do grupo.[64]
Raúl Indipwo a solo
Raúl Indipwo passa a atuar a solo com o nome de Raúl Ouro Negro[65] e edita o álbum "Sô Santo", dedicado ao seu amigo Milo. Passa a dedicar-se então mais à pintura, arte que nunca deixou apesar do sucesso na música.[65] No início dos anos 90 criou em Angola a Fundação Ouro Negro, dedicada à cultura e solidariedade com as crianças e jovens angolanos e à preservação da Língua Portuguesa como património comum da Lusofonia.[66]
A Fundação Ouro Negro viria a ser reconhecida em Portugal no ano de 1993[67] passando a ter sedes nos dois países. Em 1991 saiu um álbum nas versões LP e CD, que foi dedicado às crianças de África e denominado "Meninos d'Oiro".[68]
Em 1998, a EMI lançou o duplo CD "Kurikutela - 40 Anos, 40 Êxitos". O cantor comemorou os 50 anos de carreira no dia 23 de Maio de 2005, acompanhado de Bonga, Mariza, Luís Represas e Pedro Jóia.
Raúl Indipwo faleceu no dia 4 de Junho de 2006 aos 72 anos.[69]
Está Chovendo Cá Fora (1968 EP, Portugal, Columbia SLEM 2327)
A Cave/ Viver Sem Amor/ Está Chovendo Cá Fora (Mangwene Npulele)/ Barco Sem Rumo
Maria Rita (1969 EP, Portugal, Columbia SLEM 2343) (1968 EP, África do Sul, Columbia SEGJ 94)
Maria Rita/ Nocturno/ A Minha Mulata
Carnaval de Luanda (? Single, Portugal Columbia 45 ML 239 )
Carnaval de Luanda/ A Minha Mulata
Tenho Amor Para Amar/ Cantiga (1969 EP, Portugal, Columbia SLEM 2340) Grande Prémio TV da Canção Portuguesa
Tenho Amor Para Amar/ Pobre Pierrot/ Cantiga/ Mais Uma Dor Mais Uma Canção
Iliza (Iliza Gomara Saia)(1969 Single, Argentina, Odeon Pops DTOA 8474)
Iliza (Iliza Gomara Saia)/ Afrika (Kaiabula)
Talvez Te Dê Uma Rosa (1969 EP, Portugal, Columbia 8 E 016-40018 M)
Ela... Ela Já Esqueceu/ Foste Minha um Verão/ Talvez Te Dê uma Rosa/ Nem o Cravo, Nem a Rosa
Álbuns/ LPs
Mulowa Afrika (1967 LP, Portugal, Columbia SPMX 5005) (1968 LP, Brasil, Odeon MOFB 381)
Afrika (1967 LP, França, Columbia SCTX 240.449)
The Music of Africa Today (1969 LP, Estados Unidos da América, UA International UNS 15556)
Lado A- Kyrie/ Suliram/ Txizenguê/ Maihêtso/ Salomé/ Maria Provocação
Lado B- Afrika (Kaiábula)/ Iliza (Gomara Saiá)/ Palâmie/ Mulowa/ Canção da Despedida/ Kuemba Ritôko
Latino (1969 LP, Argentina, Odeon Pops DF 4393)
Lado A- Koka Kola/ Cuando Llegue a Brasil/ El Fuego Compartido/ No Voy a la Ciudad/ Zambi/ Mañana Tarde y Noche
Lado B- Pajarito Mañanero/ Muamba Banana y Kola/ Toca Palito/ Henda-Xala/ Los Rjes de mi Carreta/ Vinagre, Aceite y Sal
Década de 1970
Singles e EPs
Kuemba Ritoko (1970 Single, Estados Unidos da América, United Artists Records UA50661)
Kuemba Ritoko/ Iliza
El Fuego Compartido (1970 EP, Portugal, Columbia/ Valentim De Carvalho 8E 016-40064)
El Fuego Compartido/ Henda Xala/ Quando Cheguei ao Brasil/ Zambi
Romança da Rainha (1971 EP, África do Sul, Columbia SEGJ 103) (? EP, Portugal, Columbia 8E 016 40126 M) (? EP, Moçambique, Bayly/Columbia 2 E 050, SEGJ 103)
Romança da Rainha/ Singing My Song/ Estrada da Vida
Kyrie (1972 EP, Portugal, Columbia 8E 016-40225) (1972 EP, Angola, Columbia/ Valentim de Carvalho CI SARL 8E 016-40225)
Kyrie/ Maria Provocação/ Afrika/ Kuemba Ritoko
Construção/ Distância (1972 EP, Portugal/ Angola, Columbia 8E 016-40 224)
Lado A- Blackground/ Venho de Longe/ Amanhã/ Napangula
Lado B- Ondyaiya/ N'Vula/ Georgina/ N'Djimba/ Yemanjá
Anos 2000
Álbuns/ LPs
Blackground II (2003 CD duplo Portugal, Movieplay MOV 30.477 A/B)
Volume 1- Iemanjá/ Blackground/ Aruanda/ Aruandaí/ Amanhã/ Menina Negra/ Muamba Banana e Cola/ Into Zelali/
Volume 2- Missanga/ Marmelada/ Luanda Nova/ Dança do Robalinho/ Minha/ O Mar é Meu/ Iemanjá/ Ondyaya
Blackground (2018 LP, Album, Edição limitada, numerada, reedição em stereo; Armoniz AR 003)[52]
Lado A- Blackground/ Venho de Longe/ Amanhã/ Napangula
Lado B- Ondyaiya/ N'Vula/ Georgina/ N'Djimba/ Yemanjá
Referências
↑ abcdCidra, Rui (2010). Castelo-Branco, ed. Enciclopédia da Música em Portugal no século XX. Vol 2. Lisboa: Círculo de Leitores/temas e debates. pp. 387–390. ISBN978-989-644-098-5
↑Queiroz, Rafael (31 de julho de 2020). «Tese de Doutoramento em Comunicação»(PDF). repositorio.ufpe.br. Universidade Federal de Pernambuco. p. 109. Consultado em 29 de novembro de 2021
↑Bonifácio, João (9 de abril de 2010). «Tiraram Angola do Gueto». jornal Público. Revista Ipsilon: 13-14
↑ abc«RELEASES». ARMONIZ (em inglês). Consultado em 26 de novembro de 2021
↑Cidra, Rui; Félix, Pedro (2010). Castelo-Branco, ed. Enciclopédia da Música em Portugal no Século XX. Vol 3. Lisboa: Temas e Debates Círculo de Leitores. p. 923. ISBN978-989-644-108-1