Ducado de Berg
O Ducado de Berg (em alemão: Herzogtum Berg) foi um estado histórico – originalmente um condado, posteriormente um ducado, na região alemã da Renânia. Sua capital era Dusseldórfia (Düsseldorf). Ele existiu do início do século XII até ao século XIX. HistóriaOrigensOs Condes de Berg emergiram em 1101 como um ramo cadete da dinastia de Ezzonen, que consegue traçar as suas origens até ao século IX, durante o Reino da Lotaríngia, tornando-se no século XI, na mais poderosa dinastia na região do Baixo Reno. Em 1160, o território subdivide-se em duas partes, uma das quais veio-se a tornar o Condado de Mark, que, no Século XVI, regressaria à posse desta linhagem. Em 1280 os condes mudaram a sua corte do Castelo de Burg (Schloss Burg), nas margens do rio Wupper, para a cidade de Düsseldorf. O mais poderoso dos governantes inciais de Berg, Engelberto II de Berg, morreu assassinado em 7 de novembro de 1225.[1][2] O conde Adolfo VIII de Berg lutou pelo lado vitorioso na Batalha de Worringen contra o Ducado de Gueldres, em 1288. O poder de Berg cresceu no século XIV. O Condado de Jülich unido ao Condado de Berg em 1348,[3] e, em 1380, o imperador Venceslau elevou os condes de Berg à dignidade de duques, o que originou o Ducado de Jülich-Berg. Problemas sucessóriosEm 1509, João III, Duque de Cleves,fez um casamento estratégico com Maria de Jülich-Berg, filha de Guilherme IV de Jülich-Berg, que se tornou herdeira do património do pai: os Ducados de Jülich e de Berg e o Condado de Ravensberg. De acordo com a Lei Sálica vigente no Sacro Império Romano-Germânico implicavam que o património passasse para o marido da herdeira masculina.[4] Com a morte do pai em 1521, os duques de Jülich-Berg extinguiram-se, e os seus bens passaram para o governo do Duque de Cleves, João III, juntando-se ao património que este já detinha, isto é, o Condado de Mark e o Ducado de Cleves. Como resultado, surgiu uma nova entidade, os Ducados Unidos de Jülich-Cleves-Berg, que controlava um território que correspondia, grosso-modo ao atual estado da Renânia do Norte-Vestfália, se excetuarmos os estados eclesiásticos do Eleitorado de Colónia e do Bispado de Münster. Contudo, a nova dinastia ducal também se extingui em 1609, ano em que o último duque morreu louco. Esta situação originou uma longa disputa sob a sucessão até que, em 1614, foi decidida a partilha dos territórios: o Duque Palatino de Neuburgo, que se convertera ao Catolicismo, recebeu Jülich e Berg; João Segismundo, Eleitor de Brandemburgo, que também se veio a tornar Duque da Prússia, recebeu Ckeves e Mark. Com a extinção da linha dinástica dos Eleitores Palatinos em 1685, a linha do Palatinado-Neuburgo acabou por herdar a dignidade de Príncipe Eleitor fazendo de Düsseldorf a sua capital até que os eleitores palatinos herdaram o Eleitorado da Baviera, em 1777. A revolução francesa e o Grão-Ducado de BergVer artigo principal: Grão-Ducado de Berg
As guerras napoleónicas, originaram a ocupação francesa (1794–1801) e a anexação, em 1801, de Jülich (em francês: Juliers), separando os dois ducados de Jülich e de Berg. Em 1803 Berg separou-se dos outros territórios bávaras, ficando na posse de um ramo cadete dos Wittelsbach. Em 1806, com a reorganização das terras alemãs, na sequência da extinção do Sacro Império Romano-Germânico, Berg tornou-se no Grão-Ducado de Berg, sob o governo do cunhado de Napoleão, Joaquim Murat.[5] Em 1809, um ano após a promoção de Murat de Grão-Duque de Berg a Rei de Nápoles, o sobrinho mais novo de Napoleão, o Príncipe Napoleão Luís Bonaparte (1804–1831, filho mais velho do irmão de Napoleão, Luís Bonaparte, Rei da Holanda) tornou-se Grão-Duque de Berg; o territorio foi administrado por burocratas franceses em nome da criança. A curta existência do Grão-Ducado chegou ao seu fim com a derrota de Napoleão em 1813 e os acordos de paz que se seguiram. Província de Jülich-Cleves-BergEm 1815, após o Congresso de Viena, Berg foi integrado numa província do Reino da Prússia: a Província de Jülich-Cleves-Berg. Em 1822 esta província uniu-se ao Grão-Ducado do Baixo Reno para formar a Província do Reno. Armorial de BergO Brasão de armas de Berg representa um leão vermelho de cauda dupla com coroa, lingua e garras azuis. Este leão teve origem nas armas do Limburgo uma vez que o título de Berg acabou pr seu herdado pelos duques de Limburgo no século XIII. Descrição heráldica: de Argento, um leão rampante de gules, com cauda bifurcada e cruzada em sautor, coroado, armado e lampassado de azure.
O Brasão de Armas de Murat combinava o leão vermelho de Berg com as armas do ducado de Cleves. A Ancôra e o bastão representam os cargos de Grande Almirante e de Marechal do Império respetivamente, detidos por Murat. Como marido de Carolina Bonaparte, irmã do imperador, ele tinha ainda o direito a usar a águia imperial. Em 1809, quando o Grão-Ducado passou para o príncipe Napoleão Luís, o brasão foi simplificado pela exclusão da âncora (de Almirante) e dos bastões (de Marechal). Referências
Bibliografia
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