Dorina Nowill
Dorina de Gouvêa Nowill (São Paulo, 28 de maio de 1919 — São Paulo, 29 de agosto de 2010) foi uma educadora, filantropa e administradora brasileira. Educadora de formação, Dorina trabalhou intensamente para a criação e implantação de instituições, leis e campanhas em prol dos deficientes visuais e pelo seu trabalho foi diversas vezes reconhecida e premiada.[1] Primeiros anosDorina Nowill ficou cega aos 17 anos em virtude de uma infecção ocular, que ocasionou uma hemorragia. A cegueira, contudo, não a impediu que seguisse carreira na área da educação. Em 1945, conseguiu convencer a Escola Caetano de Campos, onde cursava o magistério e viria a se formar como professora, a implantar o primeiro curso de especialização de professores para o ensino de cegos.[2] Nessa época, livros em Braille eram raríssimos e ela teve que cursar a escola como estudante normal. Após diplomar-se, viajou para os Estados Unidos com uma bolsa de estudos paga pelo governo americano para frequentar um curso de especialização na área de deficiência visual, na Universidade de Columbia.[2] A “Dama da Inclusão”De volta ao Brasil, concentrou esforços na fundação da primeira imprensa Braille de grande porte do país. A editora é uma das principais fontes de renda da fundação que criou e produz mais de 80% dos livros do Ministério da Educação para deficientes visuais, além de receber encomendas especiais de cardápios para restaurantes, instruções de segurança de companhias aéreas, bestsellers, etc. A educadora também se voltou à regulamentação da educação para cegos. Na Secretaria de Estado da Educação de São Paulo, ela foi a responsável pela criação do Departamento de Educação Especial para Cegos e em 1961, graças a seu empenho, o direito à educação ao cego virou lei. Nessa mesma época, entre 1961 a 1973, ela dirigiu a Campanha Nacional de Educação dos Cegos,[3] o primeiro órgão nacional de educação de cegos no Brasil, criado pelo Ministério da Educação. Também realizou programas e projetos que implantaram serviços para cegos em diversos estados da nação, além de eventos e campanhas para a prevenção da cegueira. Seis anos depois, em 1979, a professora foi eleita presidente do Conselho Mundial dos Cegos. Mais tarde, seria a idealizadora e criadora da Fundação Dorina Nowill, para deficientes visuais. Em 1981, Ano Internacional da Pessoa Deficiente, ela foi convidada e falou na Assembleia Geral das Nações Unidas como representante brasileira. Já em 1989, o Congresso Nacional ratificou a “Convenção 1599”, da Organização Internacional do Trabalho, que trata da reabilitação, treinamento e profissionalização de deficientes visuais. Esse foi mais um desdobramento do trabalho que a educadora havia começado quase duas décadas antes, com o primeiro centro de reabilitação para cegos criado por sua fundação. Dorina foi considerada pela Revista Época uma dos 100 brasileiros mais influentes do ano de 2009.[4] Vida pessoal e morteA filantropa casou-se com o advogado carioca Edward Hubert Alexander Nowill (1923–2013), filho de um pastor protestante inglês, a quem conheceu nos Estados Unidos, quando estudava na Universidade Columbia, como bolsista de uma fundação voltada para educação e reabilitação de cegos.[5] Dorina Nowill faleceu aos 91 anos, vitimada por uma parada cardíaca.[2] Ela estava internada havia cerca de 15 dias no Hospital Santa Isabel, na zona oeste de São Paulo, para tratar uma infecção.[2] O velório foi realizado na sede da fundação que leva seu nome.[2] Nowill deixou cinco filhos - Alexandre, Cristiano, Denise, Dorininha e Márcio Manuel[6] - e doze netos.[5] Ver tambémReferências
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