Dominguiso
Dominguiso (antigamente Dominguizo, versão que surge ainda em vários documentos oficiais) é uma povoação portuguesa sede da Freguesia de Dominguiso do Município da Covilhã, freguesia com 4,95 km² de área[1] e 1018 habitantes (censo de 2021)[2], tendo, por isso, uma densidade populacional de 205,7 hab./km². LocalizaçãoSitua-se nas franjas da Serra da Estrela, mirando a Gardunha, e tendo o Rio Zêzere a seus pés. Lugares da freguesia
DemografiaNota: nos anos de 1911 e 1920 esteve anexada à freguesia de Tortosendo. Pelo decreto nº 12.541, de 22/10/1926, esta freguesia foi desanexada, ficando a constituir uma freguesia autónoma (Fonte: INE). A população registada nos censos foi:[2]
TopónimoDa origem do nome de Dominguizo. Quanto ao topónimo existem três versões:
DOMINGUEZ > DOMINGUIZ > DOMINGUISO
DOMINUS QUESUM > DOMINOGUESO > DOMINGUISO HistóriaO Dominguiso é a terra de "Farrapeiros" que outrora, palmilhavam caminhos, em busca de trapo ou roupa velha, que esfarrapavam, para construir fio novo. Farrapeiro - o mesmo que adelo (deriva da palavra Árabe ad-dallal), negociantes que compram e vendem roupas velhas, papéis, ferro-velho, metais, peles, cera, objectos usados e outros, ou seja, todo o tipo de material que possa ser reciclado e/ou reutilizado. A recliclgem no Dominguizo, já se fazia em "1940". Igualmente, se fazia aproveitamento de sucatas, metais, e borracha virgem. A onze quilómetros da sede do concelho, a freguesia do Dominguiso encontra-se nas faldas da Serra da Estrela, perto da margem direita do rio Zêzere. Em termos administrativos, o Dominguiso pertenceu até 2 de Novembro de 1926 ao Tortosendo, tendo, a partir daí, constituído freguesia independente, embora também já tivesse sido paróquia nos séculos anteriores. Em termos patrimoniais, destaca-se a capela de São Sebastião, tendo esta sido a primeira igreja paroquial da freguesia, antes da construção do actual templo matriz, em 1786, em honra do Divino Espírito Santo. O campanário, muito mais recente, é de 1922. No interior, podem ver-se algumas imagens sagradas, sendo as mais valiosas as do Imaculado Coração de Maria, Nossa Senhora da Conceição, Sagrado Coração de Jesus, Senhor dos Passos, Sagrada Família e São Sebastião. A igreja tem dois altares, um dedicado a nossa Senhora da Conceição e outra a Nossa Senhora do Rosário. Sem altar, estão as imagens de Nossa Senhora de Fátima e a de Nossa Senhora do Bom Parto. Dominguiso é uma terra virada para o comércio, em contraste com a generalidade das freguesias vizinhas, essencialmente agrícolas. Em relação à sua economia, destaca-se então o comércio e alguns sectores industriais, como a indústria de confecção, a construção civil e a reciclagem de trapos. Em relação à reciclagem de trapos, de notar que esta é a sucessora de uma actividade que, no passado, ocupava a grande maioria da população. A figura típica do farrapeiro, com o saco às costas e o habitual "pregão" ("Farrapo, peles, cera!"), entretinha os mais novos. Famoso era o Senhor Ezequiel, por volta da década de 1950, pessoa sempre ligada ao comércio, sendo um dos embaixadores de Dominguiso. A actividade, naturalmente, diversificou-se e actualmente existem ainda alguns Farrapeiros no Dominguiso, mas já mais modernizados e virados para o futuro. A fisionomia actual da povoação, é-nos descrita por um suplemento do "Jornal do Fundão", de Julho de 1989, totalmente dedicado a esta freguesia: "A paisagem da localidade, em termos de habitações, é quase inenarrável: uma linha de construções novas, de cores fortes e variadas, risca o aglomerado ao meio. De um lado e do outro salvam-se poucas referências de construções típicas da região (…) Existe apenas um núcleo central, com habitações de traço antigo, alvenaria à mostra, balcões e janelas de madeira, de guilhotina, típicas da região. Mas, ao que nos disseram, os habitantes de Dominguiso têm orgulho no conjunto de habitações e vivendas, de todos os gostos e variedades, que se estende ao longo da estrada municipal. Foi 1.ª Viscondessa de Dominguizo Teodora Alexandrina de Almeida Pais Castelo Branco, um título que lhe foi concedido por D. Luís I de Portugal por Decreto de 2 de Agosto e Carta de 7 de Setembro de 1871 em homenagem à memória do seu falecido marido e primo, José Augusto de Oliveira de Lima Pais Castelo Branco, e ao facto de ser a referida senhora uma beneficiária, protectora dos pobres e das crianças órfãs e abandonadas. O seu magnífico solar, a Casa do Espírito Santo, brasonado e conhecido como o palácio da Viscondessa, é uma das mais importantes construções da freguesia. Na base desta família, Silvestre João Pais Castelo Branco, riquíssimo proprietário desta terra, que muitos apelidavam de "Dono do Dominguiso". Chega a dizer-se que este abastado nobre "ia de casa ao Fundão por terras só dele". Deixou tudo a uma sobrinha solitária, que as teria de deixar aos seus sobrinhos. A ponte sobre o rio Zêzere é obra reivindicada pelas populações há mais de cinquenta anos e que se concretizou nos princípios dos anos 90. (in Freguesia do Dominguizo pela Câmara Municipal da Covilhã) Atividades económicas
Festas e romarias
Festivais Musicais
Gastronomia
Vinicultura
Coletividades
Património
Bibliografia
Referências
Ligações externas
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