Domingos Carrerot
Dom Frei Domingos Carrerot OP (em francês, Raymond Dominique Carrerot, Pamiers, 1 de junho de 1863 — Porto Nacional, 14 de dezembro de 1933) foi prelado católico francês radicado no Brasil. BiografiaNasceu Raymond Florence Carrerot em Pamiers, Occitânia, França, o terceiro de uma família de quatro filhos.[1] Após realizar estudos literários na Escola Apostólica da Ordem dos Pregadores, entrou para aquela ordem, emitindo seus votos em 20 de novembro de 1880 sob o nome de Dominique (ou Domingos), em homenagem ao santo fundador da ordem.[2] Cursou as ciências eclesiásticas em Salamanca, Espanha, e recebeu a ordenação presbiteral em 1 de setembro de 1886.[3] No ano seguinte, veio para o Brasil, hospedou-se no Rio de Janeiro por um pequeno período e seguiu para a missão em Uberaba, Minas Gerais, em outubro do mesmo permanecendo ali durante três anos. Em 1891, foi designado para a missão de Porto Nacional, no Estado de Goiás. Frei Domingos ali chegou em setembro e permaneceu por dez anos. Neste período teve uma intensa atividade apostólica como presbítero missionário em toda a região. Em 1901, foi transferido para a missão de Conceição do Araguaia, no estado do Pará, fundada havia cinco anos e dedicada especialmente à catequese de silvícolas. Após 25 anos de missão no Brasil, Dom Domingos retornou à Europa para participar do capítulo geral da Ordem dos Pregadores como representante dos missionários.[1] Em 26 de agosto de 1912, o papa Pio X escolheu frei Domingos para governar a recém-criada prelazia territoral de Santíssima Conceição do Araguaia (atual diocese de Marabá). Recebeu sua sagração episcopal e a sé titular de Verinópolis, em 10 de outubro seguinte, na Catedral de Tolosa, das mãos do arcebispo Jean-Augustin Germain, tendo como co-consagrantes os bispos Charles-Paul Sagot du Vauroux, de Agen, e Martin-Jérôme Izart, de Pamiers.[3][4] Carrerot ficou oito anos à frente dessa prelazia, de fevereiro de 1913 a junho de 1921. Em 30 de julho de 1920, foi nomeado para a Diocese de Porto Nacional, no Estado de Goiás, e atualmente no Estado do Tocantins. Também atuou como administrador apostólico da prelazia da Ilha do Bananal.[5] Dom Domingos muito trabalhou para o desenvolvimento de seu rebanho, tanto no âmbito religioso quanto no político. Abriu estradas, como a de Porto Nacional a Conceição do Araguaia e da primeira à sede da Ilha do Bananal. Nesta última, criou núcleos de moradores com o intuito de catequizar os silvícolas. Também muito fez pelas diversas tribos do norte e do oeste de sua diocese. Para tamanha obra, dispunha de poucos recursos. Contou amplamente com o auxílio de seus confrades. Os de Conceição do Araguaia ficaram encarregados de catequizar a margem direita do rio.[2] Dom Domingos deu continuidade às obras da catedral iniciada por frei Gil Vilanova e iniciou a edificação de um seminário com cursos regulares. O bispo, no entanto, não viveu para assistir à inauguração de ambos. Ele se preparava para viajar à Europa quando adoeceu gravemente.[2] Ele faleceu aos 70 anos de idade, e seus restos mortais foram sepultados na catedral.[4] Referências
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