Daniele Hypólito
Daniele Matias Hypólito (Santo André, 8 de setembro de 1984) é uma ex-ginasta brasileira que competiu em provas de ginástica artística. Representou, na maior parte da carreira, o Clube de Regatas do Flamengo. Competiu em cinco edições de Jogos Olímpicos.[3] Foi a responsável pela primeira medalha individual de uma ginasta brasileira em um Campeonato Mundial, na edição de 2001, em Gante, na Bélgica. Foi eleita por duas vezes seguidas (2001/02) a melhor atleta brasileira pelo Prêmio Brasil Olímpico. Desde o fim dos Jogos Olímpicos de Verão de 2016, Daniele acumulou participações em reality shows da televisão brasileira. Após deixar as competições, passou também a atuar como artista circense. Daniele é ainda irmã do também ginasta Diego Hypólito.[4] CarreiraFilha de um motorista de ônibus chamado Wagner Hypólito e uma costureira chamada Geni Matias.[5] Possui ascendência grega do lado paterno e portuguesa do lado materno.[6][7] teve seu primeiro contato com a ginástica no SESI de Santo André, em São Paulo. Daniele chegou no Flamengo em 1994 como contratada, situação inédita no Brasil, e recebeu do clube moradia, escola para si e seus dois irmãos, e um salário.[8] Em 1996, foi a primeira no Campeonato Nacional Brasileiro na categoria individual geral. No ano seguinte, atingiu três expressivos resultados: conquistou o Campeonato Brasileiro no concurso geral e foi primeira por equipes, nas barras assimétricas e no solo, no Campeonato Pan-americano. No Trophee Massila, foi a oitava colocada no geral individual. No ano subsequente, a ginasta sofreu um acidente num ônibus, onde viajava com a equipe do Flamengo, que vitimou sete pessoas e deixou sua técnica Georgette Vidor, paraplégica.[8] Competiu nos Jogos Pan-Americanos de 1999, no Canadá, onde fez a medalha de prata por equipes[9], mas acabou desapontada com o próprio desempenho, pois era esperado que ela pudesse conquistar outras medalhas na competição mesmo tendo apenas 14 anos. Em uma entrevista ao Jornal do Brasil, ela admitiu que cometeu erros durante a competição por ter ficado nervosa e se desconcentrado.[10] Seu primeiro grande resultado veio no Campeonato Mundial de Ginástica Artística de 1999, na China, quando foi 21ª colocada no individual geral. O resultado, na época, foi o melhor da história do Brasil nessa competição, superando a marca de Soraya Carvalho, 35ª colocada em 1995.[11] Sua primeira aparição olímpica aconteceu nos Jogos de Sydney, em 2000. No evento, conquistou as melhores colocações brasileiras em Olimpíadas até então, ao ser a 21ª colocada no concurso geral, 17ª nas barras assimétricas e no solo e 16ª na trave de equilíbrio.[8] Em 2001, no Campeonato Mundial de Gante, conquistou a primeira medalha da ginástica artística brasileira em mundiais, a prata nos exercícios de solo, superada apenas pela romena Andreea Raducan.[12] Competiu nos Jogos Sul-Americanos de 2002, em Curitiba. Conquistou medalhas de ouro por equipes, no individual, solo, trave e salto, faturando uma prata nas barras assimétricas.[13] No começo do ano de 2003, Daniele mudou-se para Curitiba, onde a seleção brasileira treinava com o técnico ucraniano Oleg Ostapenko. A atleta não se adaptou e voltou para o Rio de Janeiro, mesmo correndo o risco de ser cortada das duas principais competições daquele ano: o Pan-americano de Santo Domingo e o Mundial de Anaheim. No mesmo ano, contraiu dengue e afastou-se dos treinamentos por alguns dias.[8] Integrante da seleção, conquistou duas medalhas de prata na trave e nas paralelas assimétricas, duas medalhas de bronze no individual geral e por equipes, totalizando quatro no Pan de Santo Domingo.[8] Em 2004, optou por deixar a técnica Georgette Vidor e o clube do Flamengo para voltar à Curitiba e treinar com Ostapenko e a seleção.[8] No mesmo ano, fez parte da equipe brasileira que disputou os Jogos Olímpicos de Atenas. Novamente conquistou as melhores posições brasileiras: por equipes, o Brasil conquistou a nona colocação. Classificada para a final individual, terminou o evento em 12º.[14] No ano posterior, disputando o Campeonato Mundial de Melbourne, ficou em nono lugar geral[15] e venceu seu nono campeonato nacional.[8] Em mais uma edição do Campeonato Mundial, realizada em Aarhus, Daniele foi 22ª no all around e sétima por equipes.[16] Na Final de Copa do Mundo de São Paulo, no Brasil, conquistou a medalha de prata na trave, atrás da chinesa Li Ya, medalhista de ouro.[17] No ano seguinte, nos Ginástica nos Jogos Pan-americanos de 2007, realizados no Rio de Janeiro, Daniele foi medalha de prata por equipes, atrás da norte-americana. Na finais individuais, foi quinta no individual geral, sétima no solo e medalhista de br onze na trave.[18] Ainda em 2007, foi quinta colocada por equipes no Mundial de Stuttgart.[19] Em sua terceira participação olímpica, nos Jogos de Pequim, Daniele ao lado de Jade Barbosa, Daiane dos Santos, Lais Souza, Ana Cláudia Silva e Ethiene Franco, conquistou a primeira e melhor colocação brasileira em uma final por equipes até então, a oitava.[20] Após a realização do Jogos, a atleta cedeu uma entrevista alegando que continuaria na ginástica e com pretensões de participar dos Jogos Olímpicos de Verão de 2012, em Londres.[21] Em 2009, a foi a única representante brasileira na Universíada de Belgrado, na qual conquistou a 17ª colocação no individual geral.[22] Em 2010, disputou em junho, a etapa portuguesa da Copa do Mundo. Nela, encerrou medalhista de ouro em dois eventos: salto e solo, nas barras assimétricas foi terceira colocada.[23] Competiu nos Jogos Olímpicos de Verão de 2012, em Londres. Ajudou o Brasil a classificar equipe completa para a competição, mas durante as disputas na capital britânica, cometeu falhas no solo e no salto.[24] Em 2013, foi dispensada do Flamengo e acertou com o Cegin, do Paraná, onde ficou até o começo de 2016.[25] Disputou ainda os Jogos Pan-Americanos de 2015, em Toronto, onde ganhou o bronze por equipes e ficou em quarto no salto.[26] Nos Jogos Olímpicos de Verão de 2016, no Rio de Janeiro, ajudou o time brasileiro a chegar na final por equipes.[27] Voltou ao Flamengo em 2020, após passagem pelo São Bernardo.[28] Sua última competição foi o Campeonato Brasileiro de 2021.[3] Desde 2022 passou a se apresentar no circo junto com o irmão no espetáculo "Abracadabra", da Rede Circus.[4] Aparições na televisãoDaniele Hypólito acumulou participações em programas na televisão. Em 2017, foi uma das participantes que disputaram o reality show de resistência física Exathlon Brasil então exibido pela Rede Bandeirantes, sendo a primeira eliminada da competição.[29] Em 2019, Daniele foi uma das participantes da quinta temporada do talent show Dancing Brasil, que é exibido pela RecordTV, sendo a vice-campeã da edição.[30] Foi uma das participantes da primeira temporada do reality show Made In Japão, então exibido pela RecordTV, em 2020, onde ficou em 6.º lugar na competição.[31] Em 6 de maio de 2021, foi confirmada como uma das participantes da quinta temporada do reality show Power Couple Brasil, exibido pela RecordTV, competindo juntamente com seu companheiro Fábio Castro.[32] Eles foram o oitavo casal eliminado do programa com 24,36% dos votos para ficar em uma D.R. contra Matheus Yurley & Mari Matarazzo e Renata Dominguez & Leandro Gléria, terminando em 6.º lugar na competição.[33] No mesmo ano, foi convidada do último episódio da 9ª temporada de A Culpa é do Cabral.[34] Problemas de saúdeDaniele Hypólito passou por momentos complicados em 2023, por conta de seu estado de saúde. A ex-ginasta passou por cinco internações desde março. Em entrevista para o Estadão, ela relatou todo o sofrimento neste período. “Quase morri duas vezes”, diz ela ao Estadão, após ficar internada para tratar um quadro de pielonefrite, inflamação renal decorrente de uma infecção urinária. Toda situação, fez com que ela se despedisse da família. “Meu marido estava com a minha mãe no telefone via vídeo. Eu deixei um recado. Falei: amor, não esquece que eu te amo e fala pra minha família que eu amo muito eles’”, conta Daniele, ainda que não se lembre exatamente do que havia dito. “Não lembro porque minha pressão estava muito baixa. Até tenho algumas lembranças, mas não tinha ação nem reação. Só sentia a movimentação ao meu redor”. “Quase morri de verdade”, reforça Daniele. Foram dez dias no centro de terapia intensiva até superar a pielonefrite em março. Em abril, surgiu o segundo contratempo: uma pneumonia que a levou de volta ao hospital mais duas vezes e cuja origem só foi descoberta depois após vários exames. O quarto sobressalto aconteceu em maio, durante a volta de uma viagem a Campinas, para onde Daniela havia ido dar uma palestra. Quando chegou ao Rio, ela foi direto ao hospital para ser internada pela quarta vez. “Nessa interação, meu médico fez exame de tudo que você possa imaginar para identificar o que causava a pneumonia. Foi aí que descobriram que meu seio da face estava cheio de secreções e nessas secreções haviam bactéria”, relata a ex-ginasta. Com sinusite crônica e, com a queda da imunidade depois do uso de antibióticos, o quadro se agravou. Ela foi acometida por uma pansinusite, que é a inflamação dos seios paranasais da face. “Foi quando eu morri pela segunda vez”, recorda-se. “Fui colocada até de ponta de cabeça porque minha pressão caiu de uma forma que foi quase que eu morri de novo”. Quinta internação Daniele foi submetida a uma cirurgia para remover toda a secreção, pela falta de efeito dos medicamentos. Recebeu alta, mas ainda não estava 100% e então, veio mais uma internação. “Falei pro médico que não queria ficar internada de novo. Aí identificaram infecção urinária”, conta a ex-atleta. Daniele havia combinado com seu médico que seria operada em novembro para retirar um cálculo renal, mas a infecção urinária agravou seu quadro e obrigou a antecipação da cirurgia, que foi bem-sucedida. “Foi o ano mais difícil da minha vida. O atleta está em constante reabilitação. Tenho que estar em constante movimentação para conseguir as coisas”, ponderou. “Quero mostrar esse meu lado palestrante, cerimonialista. Quero apresentar a minha história agora que eu estou voltando a me movimentar”, finalizou.[35] Principais resultadosFilmografiaTelevisão
Ver tambémReferências
Ligações externas
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