Cuitelão
Cuitelão (Jacamaralcyon tridactyla) é uma espécie de ave da ordem Galbuliformes, que integra a família Galbulidae.[4] Endêmica do Brasil,[5] é encontrada às margens de rios, capoeiras e matas.[6] Possui cerca de 18 cm e vive em pequenos grupos.[7][6] Também é conhecida como bico-de-agulha e bicudo.[8] Taxonomia e etimologiaO cuitelão é uma das 18 espécies da família Galbulidae. Está no gênero monotípico Jacamaralcyon,[9] e não possui subespécies.[10] Quando o descreveu pela primeira vez em 1807, o naturalista francês François Levaillant chamou a espécie de "jacamaralcion", uma combinação das palavras "jacamar" e "alcyon" - esta última uma forma da palavra "halcyon", que significa "guarda-rios".[11] O ornitólogo francês Louis Jean Pierre Vieillot atribuiu-o ao grande gênero Galbula quando estabeleceu um nome científico em 1817, batizando-o de Galbula tridactyla. Em 1830, o ornitólogo francês René Primevère Lesson criou o gênero Jacamaralcyon, separando-o de outras espécies de com base em sua estrutura incomum de pé;[12] o nome do gênero é uma referência ao nome comum anterior de Levaillant.[11] O nome tridactyla é uma combinação das palavras gregas tri, que significa "três", e dactulos, que significa "dedos do pé".[11] DescriçãoComo todos os membros de sua família, possui pernas curtas e asas curtas. Empoleira-se ereto, com a cauda para baixo e o bico longo e pontiagudo voltado para cima.[13] É uma ave de tamanho médio, medindo 18 cm (7,1 in) de comprimento[14] e pesando entre 17,4 and 19,3 g (0,61 and 0,68 oz); as fêmeas são, em média, mais pesadas que os machos.[15] Os sexos têm plumagens semelhantes: preto em ardósia com um brilho verde-bronzeado acima e um pouco mais pálido abaixo. O ventre e o centro do peito são brancos. O adulto tem o gorro cinza-acastanhado e a garganta preta, e o gorro, o queixo e os lados da cabeça são finamente marcados com estrias fúlvas claras. Seu bico é preto e seus pés são cinza.[3] Ao contrário de outros membros de sua família, possui três dedos em vez de quatro. Seus pequenos pés zigodáctilos estão sem um dedo do pé traseiro, e os dois dedos da frente estão fundidos na base.[13] Habitat e abrangênciaEndêmico do sudeste do Brasil, é encontrado em partes mais secas da Mata Atlântica.[13] Atualmente está restrito aos estados do Rio de Janeiro (principalmente no vale do Paraíba do Sul) e leste de Minas Gerais, embora também existisse anteriormente nos estados do Espírito Santo, São Paulo e Paraná. Embora geralmente seja encontrado em florestas intactas, pode sobreviver em áreas mais degradadas, como plantações, desde que persista uma camada de sub-bosque nativa. Existem algumas evidências de que está associado a riachos, pois necessita de bancos de terra para se aninhar; também usa bancos criados por cortes de estradas.[14] É amplamente sedentária, embora os jovens se dispersem após a emplumação e os adultos às vezes se movam por curtas distâncias[13] ComportamentoEmbora costume nidificar de forma comunitária,[16] a espécie é geralmente encontrada sozinha ou em casais. Às vezes se junta a bandos de espécies mistas.[13] DietaÉ um insetívoro.[13] Alimenta-se preferencialmente de pequenas mariposas e borboletas de cores crípticas e de himenópteros, mas também consome moscas, libélulas, besouros, Hemiptera e cupins.[14] Caça a partir de um poleiro aberto no sub-bosque da floresta ou ao longo da borda da floresta, saltando atrás de uma presa que frequentemente bate em um galho; isso serve para atordoar o inseto e remover qualquer ferrão ou veneno,[13] assim como as asas.[17] ReproduçãoA espécie se reproduzem durante a estação chuvosa no Brasil, com vocalizações e outros comportamentos de galanteio aumentando entre setembro e fevereiro.[17] Durante o galanteio, os machos rivais sentam-se lado a lado em um galho, batendo as asas e balançando as caudas enquanto cantam. Os territórios são defendidos vocalmente, com os rivais raramente recorrendo ao confronto físico.[13] A espécie escava um ninho em uma toca, usando um pé de cada vez para cavar em um banco de terra; evidências sugerem que a fêmea pode fazer a maior parte ou toda a escavação do ninho. As tocas têm 6 cm de largura e 6–9 cm de altura e podem se estender até 72 cm para dentro da margem.[17] A espécie tende a nidificar colonialmente.[13] TA fêmea põe 2–4 ovos.[13] CantoO canto do cuitelão é uma série estridente de assobios curtos e ascendentes, que duram cerca de 20 segundos. Ao contrário da maioria dos jacamars, que normalmente cantam sozinhos, os machos desta espécie tendem a cantar em grupos de 2–6.[17] Conservação e ameaçasO cuitelão é uma espécie em perigo; a perda de habitat e a degradação de habitat contribuíram significativamente para seu declínio acentuado e agora é classificado como uma "espécie quase ameaçada" pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN). Sua população total é estimada em 1.300-5.400 indivíduos, que sobrevivem em pequenos e amplamente dispersos bolsões de habitat em todo o sudeste do Brasil e no sul da Bahia.[14] Referência
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