O cruzeiro real (CR$)[2] foi o padrão monetário no Brasil entre 1 de agosto de 1993 a 30 de junho de 1994, quando foi substituído pelo Real, a atual moeda oficial brasileira.
As altas taxas de inflação que marcaram a vigência do terceiro cruzeiro entre os anos de 1990 de 1993 fizeram com que os preços dos produtos de consumo cotidiano fossem expressos em milhares de cruzeiros e os salários fossem contabilizados em milhões de cruzeiros, sendo que isto levou o governo Itamar Franco a editar, em 28 de julho de 1993, a Medida Provisória 336[3] e convertida posteriormente em 27 de agosto para a Lei 8 697,[4] que criou o cruzeiro real, equivalente a mil cruzeiros. Apesar de haver projeto nesse sentido na medida provisória, não foram emitidas moedas com valores em centavos nesta moeda, sendo que se consideravam como centavos as cédulas e moedas do padrão anterior então circulantes na razão de 10 "cruzeiros" por centavo sempre que as mesmas fossem correspondentes a cifras inferiores a 1000 cruzeiros.
As primeiras cédulas deste padrão foram cédulas de 50 000, 100 000 e 500 000 cruzeiros nas quais foi aposto um carimbo com o novo padrão.
Depois disso, foram lançadas em circulação entre 1993 e 1994 as seguintes cédulas, já com o nome do novo padrão.
A cédula de 10 000 cruzeiros reais chegou a ter seu desenho aprovado mas não chegou a entrar em circulação,[5] frente à iminente implantação do Plano Real.
Valor
Descrição
1.000 cruzeiros reais
Frente: Retrato de Anísio Spínola Teixeira (1900-1971), tendo à esquerda vista parcial da Escola Parque, integrante do Centro Educacional Carneiro Ribeiro, projeto do arquiteto e engenheiroDiógenes Rebouças, sob orientação do próprio Anísio. Trás: Cena alegórica referente à proposta de ensino levada a efeito pela Escola Parque, cujo fundamento e método defendem a educação como processo constante de reorganização e reconstrução de experiências.
5.000 cruzeiros reais
Frente: Efígie de "gaúcho", ladeada por painel que retrata, em visão simultânea, a fachada e o interior das ruínas da Igreja de São Miguel das Missões (RS), construída pelos jesuítas na primeira metade do século XVII.
Trás: Painel apresentando cena do "gaúcho" manejando o laço, na captura do gado. Sob as legendas da margem inferior, reproduções de acessórios típicos que o gaúcho usa em sua lida diária: boleadeira, relho, guampa e esporas.
50.000 cruzeiros reais
Frente: Efígie de "baiana", com torço e colares, tendo à esquerda painel onde figuram alguns de seus mais importantes balagandãs, os quais possuem diversos significados: romã e cacho de uvas (fecundidade); figa de madeira e dentes de animais (proteção); caju (abundância); peixe, cordeiro e pombas do Espírito Santo (elementos resultantes do sincretismo com o catolicismo).
Trás: Cena de baiana, trajada com o requinte dos dias de grande festa, com o clássico tabuleiro, preparando o acarajé. Ao fundo vê-se perspectiva da Igreja de Nosso Senhor do Bonfim, em Salvador, cenário de uma das mais famosas festas do sincretismo religioso brasileiro: a Lavagem do Bonfim.
Moedas
Em substituição às cédulas mais antigas do padrão anterior, foram lançadas inicialmente as moedas de 5 e 10 cruzeiros reais, e mais adiante foram lançadas também as moedas de 50 e 100 cruzeiros reais.
O nome "cruzeiro real" não aparece nas moedas; ele foi substituído pelo símbolo CR$. No anverso (ou "cara"), as moedas possuem figuras de animais ameaçados de extinção, a exemplo das moedas de 100, 500 e 1000 cruzeiros do padrão anterior.
Em 1994, todas as cédulas e moedas desse padrão foram recolhidas na troca pelas novas cédulas do padrão Real, que entrou em circulação em 1 de julho daquele ano. As cédulas e moedas do cruzeiro real, assim como boa parte dos valores ainda em circulação do cruzeiro,[6] padrão monetário que o precedeu, perderam seu valor legal em 15 de setembro de 1994.[7]
Referências
↑ abcEstas cédulas, respectivamente nos valores de 50 mil, 100 mil e 500 mil cruzeiros, foram reaproveitadas do padrão anterior com a aposição de carimbo de equivalência