Crise da meia-idadeCrise da meia-idade é uma expressão criada em 1965 por Elliott Jaques para descrever uma forma de insegurança sofrida por alguns indivíduos que estão passando pela meia-idade, na qual percebem que o período de sua juventude está acabando e a idade avançada se aproxima. Essa crise pode ser desencadeada por vários fatores relacionados com essa época da vida, como a morte dos parentes, casos extraconjugais, andropausa, menopausa, sensação de envelhecimento, insatisfação com a carreira profissional e saída dos filhos de casa. Normalmente, quem passa por isso sente uma enorme vontade de mudar seus modos de vida fazendo gastos exagerados com aquisições fúteis, abandonando o emprego ou terminando o casamento. GeneralidadesA análise de casos isolados revela que o detonador das crises consiste, via de regra, em um acúmulo de estresse e cobranças ao longo de anos, geralmente inseridos em um projeto pessoal de casamento, sucesso profissional ou mesmice, associados às expectativas e às atribuições efetivamente concentradas sobre uma única pessoa. Por essa razão, geralmente a crise de meia-idade é, com mais frequência, observada em homens e mulheres aos quais são atribuídos o papel de "arrimo", ou principal "responsável" pela família. Embora nem todos os indivíduos sofram crises abruptas (burn-out), é bastante comum que a recusa desses indivíduos em desempenhar o papel atribuído seja diagnosticado pelos familiares como doença, culminando em internações. Acostumados com a pronta resposta do arrimo ou responsável e querendo fazê-lo retornar ao papel anterior, acabam ensejando maior afastamento, físico ou psíquico, dos relacionamentos que vinha até então nutrindo, por parte do indivíduo em situação crítica. Ao que tudo indica, contudo, a crise de meia-idade tende a produzir efeitos permanentes sobre a quantidade e intensidade de responsabilidades que o indivíduo passa a estar disposto a assumir, geralmente abrindo mão de um matrimônio, ou emprego, após avaliar sua real satisfação e seus reais benefícios auferidos, ao longo dos anos, em comparação com o esforço e energia empenhados. No núcleo familiar próximo, a crise de meia-idade não parece alterar os vínculos filiais-maternos ou filiais-paternos, uma vez que a crise e as mudanças dela decorrentes são desencadeadas apenas após o arrimo ou responsável consultar ou estar certo do apoio e aprovação dos filhos, ou parte deles. Estudos indicam que algumas culturas podem ser mais sensíveis a este fenômeno do que outros. Um deles revelou que há pouca evidência de que as pessoas sofrem crises de meia-idade nas culturas japonesa e indiana, levantando a questão se uma crise de meia-idade é somente uma concepção cultural das sociedades ocidentais.[1] OcorrênciaAproximadamente 10% das pessoas passam por esse problema, sendo mais comum entre os 40-60 anos de idade (um estudo da década de 1990 aponta que normalmente quem passa por isso começa com cerca de 46 anos[2]) e tem vida altamente atribulada, ou com fardos familiares muito amplos e onerosos. Crises de meia-idade duram de 3-10 anos em homens e 2-5 em mulheres. CaracterísticasPessoas com crise de meia-idade normalmente apresentam os seguintes sentimentos:
E os seguintes comportamentos:
Na cultura popular
Referências
|