Créssida (satélite)

 Nota: Para o asteroide, veja 548 Kressida.
Créssida
Satélite Urano IX

Imagem da Voyager 2 de Pórcia, Créssida e Ofélia.
Características orbitais[1]
Semieixo maior 61766,730 ± 0,046 km
Excentricidade 0,00036 ± 0,00011
Período orbital 0,463569601 ± 0,000000013 d
Velocidade orbital média 9,70 km/s
Inclinação 0,006 ± 0,040° (com
equador de Urano) °
Características físicas
Dimensões 92 × 74 × 74 km[2]
Diâmetro médio 79,6 ± 4 km[2]
Área da superfície ~20 000 km²
Volume ~260 000 km³
Massa 2,5 ± 0,4 × 1017[3] kg
Densidade média 0,86 ± 0,16[3] g/cm³
Gravidade superficial ~0,013 m/s2
Período de rotação rotação sincronizada[2]
Velocidade de escape ~0,034 km/s
Inclinação axial zero[2]
Albedo 0,08 ± 0,01[4]
0,069 ± 0,007[5]
0,07[6]
Temperatura média: ~64 K / -209 ºC
Magnitude aparente 21,58 ± 0,11[5]

Créssida é um satélite natural interno de Urano. Foi descoberto com imagens tiradas pela sonda Voyager 2 em 9 de janeiro de 1986 e recebeu a designação provisória de S/1986 U 3.[7] Recebeu o nome de uma personagem da peça Troilus and Cressida, de William Shakespeare. Créssida também é chamada de Urano IX.[8]

Pouco se sabe sobre Créssida além de sua órbita,[1] diâmetro médio de 79,6 km[2] e albedo geométrico de 0,08.[4] Nas imagens da Voyager 2 Créssida aparece como um objeto alongado com seu eixo maior apontando em direção a Urano. A razão dos eixos de Créssida é de 0,8 ± 0,3.[2] Sua superfície tem coloração cinza.[2]

A órbita de Créssida está próxima de uma ressonância 3:2 com o anel η, um dos anéis de Urano. Perturbações na forma do anel fornecem um método de medir a massa e densidade da lua, que foram calculadas em 2,5±0,4×1017 kg e 0,86 ± 0,16 g/cm3, respectivamente. Créssida é o único satélite interno de Urano com uma medição direta de sua massa e densidade. A densidade encontrada é inferior à de Miranda, a menor das grandes luas de Urano, mas é cerca de 50% superior à dos satélites internos de Saturno de tamanho similar, indicando que Créssida, e as luas de Urano de forma geral, ou têm uma porosidade menor que das luas de Saturno ou têm mais rocha na sua composição.[3]

Créssida pertence ao grupo de satélites Pórcia, com órbitas e propriedades fotométricas similares, o qual também inclui Bianca, Desdémona, Julieta, Pórcia, Rosalinda, Cupido, Belinda e Perdita.[4] A proximidade entre esses satélites significa que eles estão constantemente perturbando uns aos outros, resultando em órbitas instáveis e eventuais colisões.[9] Simulações indicam que Créssida provavelmente colidirá com Desdémona em uma escala de tempo de 100 mil a 10 milhões de anos.[10]

Referências

  1. a b Jacobson, R. A (março de 1998). «The Orbits of the Inner Uranian Satellites from Hubble Space Telescope and Voyager 2 Observations». The Astronomical Journal. 115 (3). pp. 1195–1199. Bibcode:1998AJ....115.1195J. doi:10.1086/300263 
  2. a b c d e f g Karkoschka, Erich (maio de 2001). «Voyager's Eleventh Discovery of a Satellite of Uranus and Photometry and the First Size Measurements of Nine Satellite». Icarus. 151 (1). pp. 69–77. Bibcode:2001Icar..151...69K. doi:10.1006/icar.2001.6597 
  3. a b c Chancia, Robert O.; Hedman, Matthew M.; French, Richard G. (outubro de 2017). «Weighing Uranus' Moon Cressida with the η Ring». The Astronomical Journal. 154 (4): artigo 153, 8. Bibcode:2017AJ....154..153C. doi:10.3847/1538-3881/aa880e 
  4. a b c Karkoschka, Erich (maio de 2001). «Comprehensive Photometry of the Rings and 16 Satellites of Uranus with the Hubble Space Telescope». Icarus. 151 (1). pp. 51–68. Bibcode:2001Icar..151...51K. doi:10.1006/icar.2001.6596 
  5. a b «Planetary Satellite Physical Parameters». JPL (Solar System Dynamics). 19 de fevereiro de 2015. Consultado em 21 de novembro de 2015 
  6. Williams, Dr. David R (13 de outubro de 2015). «Uranian Satellite Fact Sheet». NASA (National Space Science Data Center). Consultado em 21 de novembro de 2015 
  7. Smith, B. A (16 de janeiro de 1986). «IAU Circular No. 4164». Consultado em 21 de novembro de 2015 
  8. «Planet and Satellite Names and Discoverers». Gazetteer of Planetary Nomenclature. USGS Astrogeology. Consultado em 21 de novembro de 2015 
  9. French, Richard G.; Dawson, Rebekah I.; Showalter, Mark R. (abril de 2015). «Resonances, Chaos, and Short-term Interactions Among the Inner Uranian Satellites». The Astronomical Journal. 149 (4): artigo 142, 28. Bibcode:2015AJ....149..142F. doi:10.1088/0004-6256/149/4/142 
  10. French, Robert S.; Showalter, Mark R. (agosto de 2012). «Cupid is doomed: An analysis of the stability of the inner uranian satellites». Icarus. 220 (2): 911-921. Bibcode:2012Icar..220..911F. doi:10.1016/j.icarus.2012.06.031 

Ligações externas