Cosso
Cosso (ou Cosus, Cosou, Cossuo, Cossuvo, Cossue, Cosei) é um deus guerreiro presente na zona norte do território da antiga Galécia, que desfrutou de uma grande popularidade entre os galaicos lucenses.[2] Foi um dos deuses mais venerados na antiga Galécia. Vários autores assinalam que Cosso e Bandua sejam o mesmo deus, não obstante estariam sob diferentes denominações. Era associado ao urso. Blanca María Prósper relaciona o étimo Cosso com a raiz *Kom-dH-to, que quer dizer "união de rios", onde se produziu uma evolução mdt > ns > ss / s. Segundo isso, Cosso concordaria perfeitamente com o britónico Condatis, conhecido por várias inscrições aparecidas no Reino Unido e uma achada em Sarthe (França).[3] Condatis assimila-se também com a divindade correspondente romana (cif: CONDATI MARTI. Barnard Castle-Yorkshire) e, como no caso de Cosso, seu nome significa "Deus da união". Tal associação, mais o fato de que se tratem de deuses guerreiros assimilados a Marte, conecta as culturas galaica e ástur com o mundo gaulês e britônico. Esta deidade indígena foi estudada pelo historiador português Armando Coelho Ferreira da Silva por meio das inscrições com o radical COM Os-.[4] Segundo o investigador português, as inscrições demonstram a grande presença deste deus na zona, já que existem sete testemunhos fiáveis, ademais de dois duvidosos.[2] Um exemplo confirmado é a inscrição de Brandomil (A Corunha) consagrada a "COSO M(ARTI)", uma clara assimilação de divindades. Tal asimiliación faz pensar a #Ferreiro da Silva que Cosso seria um deus supremo da guerra e não uma deidade que tivesse de partilhar a sua atribuição com outras personagens.[5] Cosso seria um equivalente galaico lucense do deus Bandua ou do Marte romano. Tratar-se-ia duma deidade que acoplaria com o modo de vida das tribos galaicas que, segundo Estrabão (3-3.7), estavam continuamente em pé de guerra antes da chegada dos romanos. Quando Estrabão fala dos habitantes montanheses do norte diz que "sacrificam a Ares cabritos, bois e cavalos".[6] O geógrafo opina que um deus com as funções do Ares grego, deus da guerra, era o deus principal do panteão dos povos do norte. Tradicionalmente, houve a convicção de que este deus supremo dos galaicos seria o que aparece mencionado nas inscrições com o radical COM Os- ou CUS-. Bibliografia
Referências
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