Copa Intercontinental de 1969
A décima edição da Copa Intercontinental ocorreu em 1969. Foi disputada em duas partidas entre o campeão europeu e o sul-americano. Pela primeira vez, não houve partida de desempate: o critério era o saldo de gols.[1] É considerado o jogo de futebol mais violento da história.[2] Em 27 de outubro de 2017, após uma reunião realizada na Índia, o Conselho da FIFA reconheceu os vencedores da Copa Intercontinental como campeões mundiais.[3][4] HistóriaO Milan participava pela segunda vez na disputa, tendo perdido para o Santos em 1963. Já o Estudiantes, era o atual campeão da disputa, apresentava as melhores expectativas, buscando o bicampeonato. O clube italiano vinha com uma goleada de 4–1 sobre o holandês Ajax de Amsterdã. O time argentino também vinha com boas vitórias: 1–0 e 2–0 sobre o Nacional. A decisãoO primeiro jogo foi no Estádio San Siro. O jogador Eduardo Flores jogaria sua última partida antes da cirurgia que o afastaria dos gramados por um bom tempo. O time argentino vinha de uma sequência de jogos. O Milan aproveitou o cansaço do adversário e venceu por 3 a 0. O segundo jogo foi na La Bombonera, lotada pela torcida em clima pesado. Os italianos entraram com bandeira argentina para tentar acalmar os ânimos. Apesar disso foram alvos de objetos jogados pela torcida e boladas dos jogadores argentinos no aquecimento. A ditadura militar que a Argentina vivia contribuiu para a violência com o clima pesado e perseguição ao atacante do Milan, Nestor Combin. As vitórias no esporte eram usadas como propaganda pelo governo. O jogador transferiu-se para a Europa antes dos 20 anos e naturalizou-se francês, sendo acusado de ser desertor por não ter prestado serviço militar, obrigatório aos 20 anos na época. Desmaiou devido às agressões em campo, acordou preso pelo governo argentino por deserção, foi interrogado e passou a noite numa cela. Foi liberado após negociações entre a AFA e os militares quando a equipe já estava na aeroporto e voltou pra Itália com o rosto desfigurado. Em 2005, o próprio goleiro argentino Alberto Poletti comentou que antes do jogo, um coronel das Forças Armadas entrou no vestiário e disse "Ganhar ou morrer". Além disso, jogadores do Estudiantes foram presos pelas agressões e confusões. Alberto Poletti e o zagueiro Ramon Aguirre Suarez passaram um mês presos. O governo foi criticado pelas prisões pela imprensa e torcida por entenderem como um excesso. O jogo foi duro e disputado, o espírito de vingança do Estudiantes resultou em faltas duras e agressões físicas aos jogadores do Milan. O atacante Pierino Prati sofreu uma concussão cerebral. Nestor Combin levou um chute no rosto de Poletti e uma cotovelada do Suarez deixando-o com o nariz quebrado e desmaiado. O Estudiantes terminou o jogo com dois jogadores expulsos e vencendo por 2 a 1. Porém a equipe não conseguiu reverter a desvantagem do primeiro jogo e o Milan se tornou campeão da Copa. Porém devido ao clima do jogo, teve que descer direto ao vestiário após a partida, não havendo cerimônia de entrega do troféu, o qual foi entregue avariado. O time foi recebido com muita festa na Itália.[5] O caso repercutiu na imprensa nacional e internacional. Diversas vezes clubes europeus negaram-se a participar da Copa nos anos seguintes até a criação da Copa Toyota, como jogo em campo neutro.
ParticipantesLocalidade das equipes que disputaram a Copa Intercontinental 1969.
Chaveamento
Finais
Ver tambémReferências
Ligações externas |