A construção social de gênero é uma teoria das ciências humanas e sociais sobre a manifestação de origens culturais, mecanismos e corolários da percepção e expressão de gênero no contexto da interação social interpessoal e de grupo. Especificamente, a construção social de gênero estipula que os papeis de gênero são um status alcançado em um ambiente social que categoriza as pessoas de forma implícita e explícita, motivando comportamentos sociais.[1][2]
O método de construcionismo social é uma teoria do conhecimento que descreve a relação entre a objetividade da realidade e a capacidade subjetiva dos sentidos e da cognição humanas. Especificamente, afirma que a realidade existe como a soma de percepções e expressões sociais; e que a realidade percebida é a única realidade que vale a pena considerar. Isso é acompanhado pelos corolários de que qualquer realidade percebida é válida, e que a realidade está sujeita à manipulação por meio do controle das percepções e expressões sociais.[6][7][8]
Alsop, Fitzsimmons e Lennon também observam que os relatos construcionistas da criação do gênero podem ser divididos em duas correntes principais:[9]
Teorias materialistas, que sublinham os aspectos estruturais do meio social que são responsáveis por perpetuar certos papeis de gênero;
Teorias discursivas, que enfatizam a criação, por meio da linguagem e da cultura, de significados associados ao gênero.
Género
O género é usado como um meio de descrever a distinção entre o sexo e os aspectos socializados da feminilidade e masculinidade.[8] De acordo com West e Zimmerman, não é um traço pessoal; é "uma característica emergente de situações sociais: tanto como resultado quanto como fundamento lógico de vários arranjos sociais e como meio de legitimar uma das divisões mais fundamentais da sociedade".[10]
Papéis de gênero
Os papeis de gênero são uma continuação do status de gênero, consistindo em outros status alcançados que estão associados a um determinado status de gênero. Em termos menos teóricos, os papeis de gênero são posições funcionais em uma dinâmica social para a qual a realização é uma parte de Doing gender [en].[11]
A filósofa americana Judith Butler faz uma distinção entre papeis de gênero e performatividade de gênero, que delineia entre os comportamentos sociais do indivíduo que busca expressar o comportamento que articula sua própria percepção de seu gênero; e comportamento que cria a percepção de conformidade com as expressões sociais de gênero em conjunto. Isso não significa que a participação na performatividade de gênero não corresposta à pressão para cumprir um papel de gênero, nem que o cumprimento de um papel de gênero não pode satisfazer o desejo de performatividade de gênero.[12][13][10][14]
Sexualidade/orientação sexual
Diamond e Butterworth argumentam que a identidade de gênero e a identidade sexual são fluidas e nem sempre se enquadram em duas categorias essencialistas (homem ou mulher e gay/lésbica ou heterossexual); eles chegaram a essa conclusão entrevistando mulheres que fazem parte de um grupo de minoria sexual ao longo de dez anos.[15] Uma mulher teve uma infância relativamente normal, mas por volta da adolescência questionou sua sexualidade e permaneceu estável em sue gênero e identidade sexual até que ela começou a trabalhar com homens e assumiu uma "postura" masculina e começou a questionar sua identidade de gênero.[15] Quando "ela" se tornou um "ele", ele começou a achar os homens atraentes e, gradualmente, foi identificado como homossexual.[11]
↑Lindsey, Linda L. (2015). «The sociology of gender». Gender roles: a sociological perspective(PDF). Boston: Pearson. ISBN9780205899685. Cópia arquivada (PDF) em 11 de fevereiro de 2016. Gender refers to those social, cultural, and psychological traits linked to males and females through particular social contexts. Sex makes us male or female; gender makes us masculine or feminine. Sex is an ascribed status because a person is born with it, but gender is an achieved status because it must be learned.
↑Dwyer, Carol Anne (novembro de 1975). «Book Reviews: Maccoby, E. E., and Jacklin, C. N. The Psychology of Sex Differences Stanford, Calif.: Stanford University Press, 1974. 634 pp. $18.95.». American Educational Research Journal (em inglês). 12: 513–516. ISSN0002-8312. doi:10.3102/00028312012004513
↑Pereira, Maria do Mar (1 de dezembro de 2012). «'Feminist theory is proper knowledge, but...': The status of feminist scholarship in the academy». Feminist Theory (em inglês). 13: 283–303. ISSN1464-7001. doi:10.1177/1464700112456005
↑Pinker, Steven (2002). «In touch with reality». The blank slate: the modern denial of human nature. London: Allen Lane, Penguin Books. ISBN9780713996722
↑ abMarecek, Jeanne; Crawford, Mary; Popp, Danielle (2004). «On the construction of gender, sex, and sexualities». In: Eagly; Beall; Sternberg. The psychology of gender 2nd ed. New York: Guilford Press. pp. 192–216. ISBN9781593852443
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↑ abFenstermaker, Sarah; West, Candace (2002). «Reply - (re)doing difference». In: Fenstermaker; West. Doing gender, doing difference: inequality, power, and institutional change. New York: Routledge. pp. 95–104. ISBN9780415931793
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↑ abDiamond, Lisa M; Butterworth, Molly (2008). «Questioning Gender and Sexual Identity: Dynamic Links over Time». Sex Roles. 59: 365–376. doi:10.1007/s11199-008-9425-3