Construção de nicho

Joões-de-barro (Furnarius rufus) construindo ninho, um exemplo de modificação de nicho.

Construção de nicho trata-se do fenômeno ecológico, no qual organismos, através de suas ações, escolhas e metabolismos, parcialmente constroem ou parcialmente destroem o nicho em que se encontram.[1] Alguns exemplos de construção de nicho incluem a produção de ninhos, barragens, tocas e a alteração do ciclo de nutrientes por plantas.[2] Por mais que, em sua grande maioria, as alterações realizadas são de benefício do construtor, isso nem sempre resulta de forma positiva para ele, uma vez que existe a possibilidade do organismo despejar detritos que degradam seu próprio ambiente, quando eles alteram o ciclo de nutrientes de uma planta ou alteram a composição química do solo, por exemplo. Ou seja, são modificações que alteram as pressões da seleção natural.[carece de fontes?]

Esse conceito está diretamente relacionado com o termo “herança ecológica”, cujo qual refere-se às consequências dessas modificações ambientais dos organismos/populações que constroem ou modificam seu habitat possibilitando o mesmo ser usado por seus descendentes. Ambos os termos são essenciais para o entendimento que essa alteração infere um processo evolutivo com certa autonomia do organismo, mudando a dinâmica evolutiva, tornando seus caracteres adquiridos e seus subprodutos, evolutivamente, significativos adulteradores do ambiente em questão.[carece de fontes?]

Evolução

A noção que organismos não só se adaptam aos seus ambientes, mas também os modificam, em parte, é menos considerada em análises evolutivas do que a ideia que pressões seletivas independentes dos organismos afetam a adaptação de populações.[1] A construção de nicho é considerada por alguns autores não como um mero produto evolutivo, mas um mecanismo de evolução por si só: por meio deste, organismos conseguem determinar, parcialmente, as pressões seletivas às quais eles próprios e seus descendentes são submetidos.[3]

Exemplos

Existem numerosos casos na natureza em que organismos alteram seus próprios ambientes.[3]

  • Um exemplo antigo, descrito por Charles Darwin em 1881, é que minhocas, pelo hábito de viverem enterradas e escavarem galerias, arrastam matéria orgânica para o solo, alterando sua estrutura e suas características químicas, de modo que as gerações presentes habitam ambientes radicalmente modificados devido aos efeitos acumulados das gerações anteriores.[1]

Consequências

História

Referências

  1. a b c Odling-Smee, F. John; Laland, Kevin N.; Feldman, Marcus W. (abril de 1996). «Niche Construction». The American Naturalist (4): 641–648. ISSN 0003-0147. doi:10.1086/285870. Consultado em 9 de dezembro de 2024 
  2. Laland, Kevin; Matthews, Blake; Feldman, Marcus W. (1 de abril de 2016). «An introduction to niche construction theory». Evolutionary Ecology (em inglês) (2): 191–202. ISSN 1573-8477. PMC PMC4922671Acessível livremente Verifique |pmc= (ajuda). PMID 27429507. doi:10.1007/s10682-016-9821-z. Consultado em 10 de dezembro de 2024 
  3. a b Day, Rachel L; Laland, Kevin N; Odling-Smee, F. John (2003). «Rethinking Adaptation: The Niche-Construction Perspective». Perspectives in Biology and Medicine (1): 80–95. ISSN 1529-8795. Consultado em 9 de dezembro de 2024