Claude Gay
Claude Gay Mouret (Draguignan, França, 18 de março de 1800 — Le Deffrens, perto de Flayosc, Var, 29 de novembro de 1873), frequentemente referido por Claudio Gay, foi um botânico e naturalista que se distinguiu ao realizar os primeiros estudos aprofundados da flora, fauna, geologia e geografia do Chile.[1][2] BiografiaNasceu em Draguignan, sul da França, filho de Jean Gay e de sua esposa Thérèse Mouret, uma família de lavradores. Foi enviado para Paris pela família quando tinha 18 anos de idade com o objectivo de cursar estudos superiores em medicina e farmácia. Contudo, após algum tempo na capital francesa, Gay abandonou esses estudos e decidiu dedicar-se ao estudo da botânica, área na qual se viria a destacar posteriormente. Foi colector do Museu de História Natural de Paris, ao serviço do qual teve a oportunidade de viajar e percorrer os Alpes franceses, o norte de Itália, a Grécia, algumas ilhas do mar Mediterrâneo e parte da Ásia Menor. Em 1828, o médico e aventureiro Pedro Chapuis ofereceu-lhe a oportunidade de viajar até ao Chile para dar aulas de História Natural. Atraído pela possibilidade de descobrir a flora e a fauna de um país quase desconhecido, embarcou em Brest em Maio de 1828 para chegar a Valparaíso a 8 de Dezembro do mesmo ano. Após algumas dificuldades iniciais devidas à instabilidade política que se vivia na época, começou a leccionar classes de física e de história natural no Colegio Santiago, um estabelecimento de educação de Santiago do Chile. Conheceu José Vicente Bustillos, o boticário mais célebre da cidade, que depois o apresentou a Diego Portales. Foi contratado em 1830 pelo presidente do Chile José Tomás Ovalle e pelo seu ministro Diego Portales para realizar investigações científicas diversas sobre o país e formar um gabinete de história natural, que posteriormente se converteria no Museu Nacional de História Natural do Chile, do qual Gay foi director entre 1830 e 1842. Pelas suas investigações recebeu a Legião de Honra por parte do governo francês. Em 1838 também explorou e colectou para constituir uma flora do Peru. O seu trabalho permitiu que viajasse amiudamente pelo Chile, partindo da Laguna de Tagua Tagua. Percorreu extensamente a antiga província de Colchagua, depois a província de Atacama; passou por lugares como o arquipélago de Juan Fernández (1832), a ilha de Chiloé (1835) e a zona central do Chile (1837).[3] Para albergar a extensa colecção de animais e plantas que reuniu, o governo chileno facilitou um edifício para as expor, guardar e classificar, dando origem ao Museu de História Natural em finais de 1839.[3] Nesse mesmo ano, por proposta do Ministro da Instrução Pública, Mariano Egaña, aceitou escrever uma obra que intitulou de Historia política de Chile.[3] Em busca de arquivos e entrevistas para aquela indagação, percorreu parte do Peru. Em 1841, concluiu as suas investigações no Chile, obtendo como prémio pela qualidade do seu trabalho uma soma de dinheiro e a nacionalidade chilena por agradecimento da parte do governo de José Joaquín Prieto. Nesse mesmo ano fundou a Quinta Normal de Agricultura (actual parque Quinta Normal). Dois anos mais tarde, foi nomeado membro da Universidade de Chile.[4] A 16 de junho de 1842 Claudio Gay embarcou na fragata Arequipa rumo a Bordéus. De regresso ao seu país natal, radicou-se em Paris, onde se dedicou a tempo inteiro a escrever a sua obra. Como resultado, publicou 30 livros que descreviam a identidade da natureza chilena. Gay voltou em 1863 brevemente ao Chile,[5] onde foi recebido como uma celebridade e homenageado no Congresso Nacional. De volta a França, instalou-se na sua Provença natal, donde faleceu dez anos mais tarde, em 1873. Ao faleceu, deixou inconcluso um manuscrito sobre os mapuches, que permaneceu arquivado até que o descobriu o antropólogo chileno Daniel Milos, que o leu, transcreveu, traduziu e ordenou, convertendo-o num livro de 372 páginas que com o título de Usos y costumbres de los araucanos publicou através da editorial Taurus em 2018.[6] ObraEntre outras obras, é autor das seguintes publicações:
Referências
Ligações externas
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