Clarendon House
Clarendon House foi um palácio urbano de Londres, com uma vida efémera. Ergueu-se em Piccadilly entre as décadas de 1660 e 1680. Foi construído para o poderoso político Edward Hyde, 1º Conde de Clarendon, sendo, na sua época, a maior residência privada da cidade. HistóriaDepois da restauração da monarquia inglesa, em 1660, começaram a nascer novas casas no West End para acomodar os cortesãos de Carlos II. Na época, Piccadilly era pouco mais que uma viela rural, mas as terras localizadas a norte começavam a ser utilizadas para a construção; nas décadas seguintes, toda esta área iria assistir a um grande desenvolvimento, tornando-se no distrito residencial preferido da aristocracia, Mayfair. Mais ou menos ao mesmo tempo foram erguidos outros dois célebres palácios londrinos próximo do Hyde; para nascente, Sir John Denham construiu o edifício que se tornaria, mais tarde, na Burlington House, e para poente, Lord Berkeley ergueu Berkeley House, mais tarde Devonshire House. Lord Clarendon adquiriu, em 1664, o terreno de 8 acres (3,2 ha) para a sua casa por concessão Real. Clarendon House foi construída entre esse ano e 1667 segundo desenhos de Roger Pratt. Esta ficou bastante recuada da rua por trás de um pátio. A secção central tinha nove vãos e as duas alas laterais três vãos de largura cada uma. A casa foi construída com uma planta de dupla pilha, o que significa que tinha duas salas de profundidade, e possuia dois andares principais com uma altura sensivelmente igual. Estes tinham uma cave elevada por baixo e um alto ático com trapeiras por cima. O telhado era plano, possuia uma balaustrada e tinha uma cúpula no topo. O estilo era típico da moda inglesa da época, claramente influenciado pelos princípios clássicos, simétrico e com frontão, mas sem a presença de qualquer ordem clássica. Pouco se sabe sobre a disposição do interior para além do que pode ser suposto a partir do exterior, de outras obras de Pratt e das convenções da época. Provavelmente tinha um grande vestíbulo central com escadaria, iluminado por cima, e uma série de aposentos de aparato. Tinha, também, um grande número de lareiras. Clarendon House foi elogiada tanto pelos críticos de arquitectura, tanto contemporâneos como posteriores. John Evelyn referiu-se a ela como "a melhor imaginada, a mais útil, graciosa e magnífica casa na Inglaterra". Trezentos anos depois, John Summerson escreveu: "Clarendon House estava entre as primeiras grandes casas clássicas construídas em Londres e facilmente a mais bem sucedida delas". Este palácio pretendia ser um modelo de influência para futuras casas inglesas, mas o seu impacto foi muito mais sentido no desenho de palácios rurais que nas residências londrinas. Belton House, no Lincolnshire, a qual é citada, por vezes, como o exemplo perfeito de palácio rural inglês, baseou-se de perto em Clarendon House. Em 1667, no mesmo ano em que o seu palácio ficou concluído, o 1º Conde de Clarendon caiu em desgraça. A sua imagem não foi favorecida pela grandeza da sua residência, a qual se pensa ter custado cerca de 40.000 libras. Entre as muitas alegações contra ele, foi acusado da apropriação indevida de pedras destinadas a reparação da Catedral de São Paulo, depois do Grande Incêndio de Londres (1666), para construir a sua casa. Nesse mesmo ano, no dia 14 de Junho de 1667, Samuel Pepys registou no seu diário: "(…) algumas pessoas rudes foram (…) até Lord Clarendon, onde cortaram árvores frente à sua casa e partiram as suas janelas". Em resposta às acusações, o Rei abandonou o seu antigo favorito. Em 1667, Lord Clarendon fugiu para França, onde faleceu em 1674. Em 1675, os seus herdeiros venderam Clarendon House a Christopher Monck, 2º Duque de Albemarle, por 26.000 libras, e em 1683 Albemarle voltou a vender o edifício a um consórcio de investidores liderado por Sir Thomas Bond, o qual demoliu o palácio e construíu no seu lugar a Dover Street, a Albemarle Street e a Bond Street. A Albemarle Street corre exactamente pelo centro do lugar ocupado pelo edifício, o qual estava directamente voltado para a St. James's Street. Notas e referências
Referências
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