Cerro da Mangancha
O Cerro da Mangancha, igualmente conhecido como Castelo da Mangancha, é um sítio arqueológico situado na atual freguesia de Aljustrel e Rio de Moinhos, no Município de Aljustrel, no Distrito de Beja, em Portugal. Corresponde a um antigo povoado fortificado da Idade do Bronze, que continuou a ser ocupado durante o período romano, acabando por ser abandonado no século I, com a transferência dos habitantes para o importante núcleo mineiro de Vipasca.[1][2] O Cerro da Mangancha foi classificado como Sítio de Interesse Público pela Portaria n.º 401/2011, de 15 de Fevereiro.[3][2] DescriçãoO sítio arqueológico está situado no alto de uma colina,[1] conhecida como cerro dos Penedrões,[4] num local de onde se podia controlar uma grande porção do território em redor, principalmente o importante couto mineiro de São João do Deserto, situado nas proximidades.[1] Também nas imediações situa-se outro importante monumento histórico de Aljustrel, o Santuário de Nossa Senhora do Castelo.[5] O núcleo do Cerro da Mangancha consistiria num povoado rodeado por muralhas,[3] tendo sido encontrados vestígios de várias estruturas,[5] incluindo dois taludes, que fariam parte do aparelho defensivo.[1] Em termos de espólio, foram encontrados fragmentos líticos e de cerâmica da Idade do Bronze, alguns deles com decoração, enquanto que do período romano foram recolhidas peças igualmente em cerâmica, e metálicas.[5] HistóriaDevido à sua localização, este sítio foi ocupado durante um largo período, primeiro desde os finais da Idade do Bronze e depois ao longo da Idade do Ferro,[5] tendo sido abandonado já durante a época romana, no século I, com a transferência das populações para a cidade de Vipasca, então um importante centro mineiro.[1] Esta fase de abandono do local poderá estar relacionado com o processo de pacificação do território pelas forças romanas, conhecida como Pax Romana.[3] As primeiras pesquisas arqueológicas foram feitas em 1967 pelo professor Claude Domegue, em colaboração com o engenheiro Rui Freire de Andrade, tendo este último sido responsável pelo reconhecimento do arqueossítio, além de ter feito outros estudos no terreno, com a participação de algumas das figuras mais importantes da arqueologia nacional.[1] Por exemplo, no último quartel do século XX, esteve a trabalhar no Cerro com o engenheiro Octávio da Veiga Ferreira, dos Serviços Geológicos de Portugal.[1] Os trabalhos nos anos 60 permitiram a descoberta de estruturas defensivas, desacreditando a teoria avançada por alguns autores que não se tratava de uma povoação fortificada.[3] Em 1998 foi feita uma intervenção de relocalização e identificação, e entre 2010 e 2011 foram feitas escavações no local.[5] Entretanto, em 1991 iniciaram-se os primeiros esforços para a classificação do imóvel, mas o processo só foi concluído em 2011, com a emissão de uma portaria que o classificou como Sítio de Interesse Público.[2] Ver também
Bibliografia
Leitura recomendada
Referências
Ligações externas
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