A Catedral Basílica de Nossa Senhora da Encarnação, também conhecida como Catedral Primada da América, é a mais antiga catedral da América. Localiza-se na cidade de São Domingos, capital da República Dominicana e primeira cidade fundada no continente. Sua construção foi realizada nas décadas de 20 e 30 do século XVI, misturando os estilos gótico e plateresco.
São Domingos foi fundada por Nicolás de Ovando na sua atual localização junto ao rio Ozama em 1502, após o assentamento anterior ter sido destruído por um furacão.[1] Já em 1511, pela bulaRomanus Pontifex, o Papa Júlio II criou a diocese de São Domingos, a primeira da América.[2] Uma catedral modesta começou a ser construída em 1512, mas os planos foram totalmente modificados a partir de 1520, ano da chegada do segundo bispo de São Domingos, Alejandro Geraldini. A ele, um religioso humanista de sólida formação, se deve o impulso para a construção do edifício atual.[2][3][4] A catedral foi levantada essencialmente entre 1521 e 1537 e consagrada em 1541, pelo bispo Alonso de Fuenmayor, que a dedicou a Nossa Senhora da Encarnação.[2] O principal responsável pela obra foi o arquiteto sevilhanoLuis de Moya, que trabalhou 20 anos na fábrica da catedral. Em 1529, quando se terminavam as abóbadas das naves, era mestre de obras Rodrigo Gil de Liendo.[2]
A decoração gótica do interior contrasta com a portada principal da igreja, erguida na década de 1530 em estilo plateresco (renascentista) com influência espanhola e dos tratados italianos de arquitetura do século XVI.[2][3] A fachada é de forma quadrada com um frontão triangular ao alto. Abaixo da cornija há um friso esculpido renascentista e no centro da entrada, formando o eixo da fachada, há uma coluna coríntia com um enorme escudo imperial. O programa teológico é completado por nichos com estátuas dos Evangelistas, S. Pedro e S. Paulo.[3]
Tumba de Colombo
Cristóvão Colombo morreu na Espanha em 1506, mas em seu testamento pediu para ser enterrado na América. Sua nora Maria de Rojas y Toledo, esposa de Diogo Colombo, enviou os restos de pai e filho a São Domingos em 1537 para serem depositados na catedral.[5] Os restos permaneceram ali até 1795, quando a Ilha de São Domingos foi cedida à França e os espanhóis levaram a tumba do navegador a Havana, Cuba e dali, em 1898, a Sevilha.[5]
Entretanto, em 1877 foi encontrado uma urna de chumbo na Catedral de São Domingos com ossos e uma inscrição referente a Cristóvão Colombo ("Ilustre y esclarecido varón Don Cristóbal Colón"[6]), o que levou os dominicanos a sustentar que os espanhóis levaram o corpo errado em 1795.[5] Em 1898, os restos de Colombo de São Domingos foram depositados num mausoléu no interior da catedral realizado pelo escultor catalão Pedro Carbonell y Hughet.[6] Atualmente, o mausoléu se encontra no interior do Farol de Colombo, monumento comemorativo moderno inaugurado em 1992.[7][6]