Casa de Ramalde
A Casa de Ramalde situa-se na freguesia de Ramalde, concelho do Porto. O edifício atual foi construído a partir de 1746, segundo planos do arquiteto italiano Nicolau Nasoni, sob encomenda de Florência Leite Pereira de Melo, morgada de Ramalde, e seus filhos. Existe na Casa de Ramalde uma capela dedicada a São Roque. Nela se encontra um sarcófago assente em dois leões, onde jaz João Leite Pereira de Melo, também do risco de Nasoni. A capela possui um brasão com as armas da família (Leite Pereira). Com a exceção do período em que ficou inutilizada na sequência do incêndio provocado pelos franceses, durante a Segunda Invasão Francesa, foi habitada até meados de século XX pela mesma família. Em 1968, deixou de ser utilizada como residência para ali se instalar o Museu Nacional da Literatura. Acolhe atualmente a Direção de Serviços dos Bens Culturais da Direção Regional de Cultura do Norte[1].
História da Quinta e MorgadioFoi desde o século XVI a residência solarenga dos descendentes de João Dias Leite, que havia comprado a propriedade aos herdeiros de Vasco Gil de Bacelar. João Dias Leite, vereador da cidade do Porto no ano de 1533, instituiu um morgadio na sua quinta de Ramalde a 6 de Março de 1543. Seu neto homónimo, João Dias Leite, casaria com Brites Pereira, dando origem à família Leite Pereira, que possuiu a Casa de Ramalde até meados do século XX. Em 1746 D. Florência Leite Pereira de Melo e seus filhos decidem remodelar o solar e a capela e encomendam o projecto a Nicolau Nasoni. Este, na construção setecentista da casa, integra a torre, vestígio da construção original e promove a transferência da primitiva capela do local onde se encontrava, a nascente do conjunto habitacional, e liga-a ao solar.[2] A 29 Março de 1809 as tropas francesas comandadas pelo General Soult que se dirigiam para a cidade do Porto encontram forte resistência popular que procura defender a bateria da Prelada que protegia as terras de Ramalde. Após vigorosos combates de que saem vencedores, os franceses ateiam fogo à casa e capela de Ramalde, destruíndo-as por completo. Em 1870 Pedro Henrique da Silva da Fonseca da Cerveira Leite, Senhor da Casa e Quinta de Ramalde empreende as obras necessárias à recuperação do solar e da capela Em 1968 a casa, então propriedade da senhora D. Maria da Conceição da Silva da Fonseca de Menezes Cyrne de Bourbon Leite Pereira, deixa de ser utilizada como residência[3]. Como referido, acolhe atualmente a Direção de Serviços dos Bens Culturais da Direção Regional de Cultura do Norte.
Lista dos Morgados e Proprietários da Casa de Ramalde
Referências
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