Carim Cã
Maomé Carim Cã Zande (em luri: کەریم خانی زەند; em persa: کریم خان زند; romaniz.: Mohammad Karim Khan Zand; c. 1705 — 1 de março ou 1 de maio de 1779)[1] foi um nobre iraniano sunita do século XIII, o fundador epônimo da dinastia Zande, tendo governado todo o Irã, exceto o Coração, de 1751 a 1 de março/maio de 1779.[2] Ele também governou alguns territórios caucasianos e ocupou Baçorá por alguns anos.[3] Família e juventudeCarim Cã pertenceu a tribo Zande, uma tribo de origem laque[4][5][6] ou luri.[7] Carim Cã nasceu em 1705 em algum lugar no oeste do Irão. Em 1732, Nader Xá, que foi o comandante de facto do Império Safávida, moveu milhares de bakhtiaris e muitas famílias Zande para Coração, Carim Cã foram alguns deles. Em 1736, Nader Xá depôs o governante do Império Safávida Abas III e assumiu o trono, iniciando a Dinastia Afexárida. Porém, Nader Xá foi assassinado em 1747 por seus próprios homens, o que deu a oportunidade dos bakhtiaris sob a liderança de Ali Mardane Cã e os Zande sob o comando de Carim Cã de retornarem para suas antigas terras no oeste do Irão.[3] ReinadoAlgum tempo mais tarde, Carim Cã, Ali Mardane Cã e outro chefe bactiari chamado Abulfate Cã Bactiari alcançaram um acordo para dividir o país entre si e dar o trono ao príncipe safávida Ismail III. Porém, a cooperação terminou quando Ali Mardane Cã invadiu Ispaã e matou Abulfate Cã. Posteriormente, Carim Cã matou Ali Mardane Cã e ganhou o controle sobre todo o Irão excepto a região de Coração, que foi governada por Xaruque, o neto de Nader Xá. Carim Cã não adotou o titulo xá para si, preferindo o titulo de Vakil e-Ra'aayaa (Representante do povo). Durante o governo de Carim Cã, a Pérsia recuperou-se da devastação de quarenta anos de guerra, provendo ao país um senso renovado de tranquilidade, segurança, paz, e prosperidade. Durante o seu reinado, as relações com os britânicos foram restauradas, e ele permitiu que a Companhia das Índias Orientais tivesse um posto de troca no sul do Irão. Ele fez de Xiraz a sua capital e ordenou a construção de muitos projetos arquitetônicos na cidade. Carim Cã faleceu em 1 de março de 1779, estando doente durante seis meses, provavelmente de tuberculose.[3] Foi cremado três dias depois no "Jardim Nazar", hoje em dia conhecido como Museu Pars. Depois da morte de Carim Cã, a guerra civil chegou mais uma vez, e nenhum de seus descendentes foi capaz de governar o país tão bem quanto ele. O último desses descendentes, Lotefe Ali Cã, foi morto pelo governante Cajar Maomé Cã Cajar, que se tornou o rei do Irão e iniciou a Dinastia Cajar. LegadoAtualmente, ele tem a reputação de um dos governantes mais justos e capazes da história Iraniana. Muitas estórias e anedotas descrevem Karim Cã como um líder justo, genuinamente preocupado com o bem estar da população. Nas palavras de John Malcolm: "O reinado desse excelente príncipe, em contraste daqueles que o precederam e o seguiram, origina na história da Pérsia aquela mistura de prazer e repulsa, que um viajante aprecia em chegar a um lindo e fértil vale durante a sua jornada árdua. É prazeroso recontar as ações de um chefe de estado que, mesmo nascido de uma camada inferior, obteve poder sem crime, e o exerceu com a moderação que, no seu tempo, era singular como a sua humanidade e justiça".[8] Está sepultado no Museu Pars em Xiraz. Referências
Bibliografia
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