Carignan (uva)


Carignan
Espécie Vitis vinifera
Outros nomes Black Portugal (Austrália)
Carignane (EUA)
Carinena (Espanha)
Cariñena (Espanha)
Catalan (França)
Gragnano (Itália)
Kerrigan (EUA)
Mazuela (Espanha)
Mazuelo (Espanha)
Mollard (França)
Samsó (França)
Origem  França
Cultivo França
Espanha
EUA
Itália
Cor da uva tinta
Cor do vinho tinto

Carignan é uma uva da família da Vitis vinifera, cuja casca é grossa e produz vinhos de cor escura, com alto teor alcoólico e com taninos pronunciados. É originária da França.[1]

História

Ampelógrafos acreditam que a uva provavelmente se originou em Cariñena, Aragão, e posteriormente foi transplantada para a Sardenha, outras regiões da Itália, França, Argélia e diversas áreas do Novo Mundo. Historicamente, a variedade foi componente dos vinhos tintos de Rioja. Seu auge na França ocorreu em 1988, quando representava 167.000 hectares, sendo a uva mais plantada no país.[2] Naquele ano, visando aumentar a qualidade dos vinhos europeus e reduzir o excedente de produção, a União Europeia iniciou um programa agressivo de arranque de vinhas, oferecendo subsídios para os viticultores que removiam suas videiras. A Carignan foi a variedade mais afetada, reduzindo sua área plantada para 95.700 hectares em 2000, sendo superada pela Merlot como a uva mais plantada.[3]

Viticultura

A popularidade da Carignan esteve ligada à sua capacidade de produzir rendimentos muito elevados, na faixa de 200 hectolitros por hectare (cerca de 11 toneladas por acre). No entanto, a videira enfrenta desafios significativos, sendo sensível a diversos riscos vitícolas, incluindo podridão, oídio, míldio e lagartas. É uma variedade de brotação e maturação tardias, necessitando de um clima quente para atingir plena maturação fisiológica. A videira também desenvolve um pedúnculo espesso ao redor dos cachos, dificultando a colheita mecânica. Possui um hábito de crescimento ereto e pode ser cultivada sem necessidade de treliça.[4]

Enologia

Na vinificação, a Carignan é frequentemente utilizada como componente de cor profunda em blends, raramente sendo vinificada como varietal, com algumas exceções. Pode ser uma variedade desafiadora para os enólogos devido à sua acidez naturalmente alta, taninos e adstringência, exigindo habilidade para produzir um vinho de finesse e elegância. Alguns enólogos têm experimentado a maceração carbônica e a adição de pequenas quantidades de Cinsault e Grenache, obtendo resultados positivos. Syrah e Grenache são considerados seus melhores parceiros de blend, capazes de produzir vinhos mais suaves com frutas rústicas e perfume. Na Califórnia, a Ridge Vineyards obteve sucesso com um vinho varietal feito de vinhas de Carignan plantadas na década de 1880.[5]

Referências

  1. «VINES.ORG - Carignan» (em inglês). Consultado em 11 de junho de 2009 
  2. «Cariñena o Carignan: una guía completa sobre esta uva mediterránea» (em espanhol). 26 de dezembro de 2024. Consultado em 3 de janeiro de 2025 
  3. Teresa, Navarro Ortega (26 de dezembro de 2024). «Cariñena o Carignan: una guía completa sobre esta uva mediterránea» (em espanhol). Consultado em 26 de dezembro de 2024 
  4. Vinófilos (6 de outubro de 2023). «Cariñena, tipo de uva, cómo se llama también, todo sobre esta uva » Vinófilos». Vinófilos (em espanhol). Consultado em 26 de dezembro de 2024 
  5. Aragón, Heraldo de (10 de novembro de 2024). «La nueva denominación de origen aragonesa se sirve en copa». heraldo.es (em espanhol). Consultado em 26 de dezembro de 2024 

Ver também

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