Capela do Padre Faria
Capela de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Brancos, mais conhecida como Capela do Padre Faria, é um pequeno templo católico da cidade brasileira de Ouro Preto, erguido no período colonial, cuja modéstia externa contrasta com sua rica decoração interior. É um dos mais antigos templos de Minas Gerais e foi tombado em nível nacional pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). Localiza-se no bairro de mesmo nome. HistóriaSegundo uma tradição, originalmente a devoção religiosa neste local se deve à fundação, nos primeiros anos do século XVIII, de uma ermida dedicada a Nossa Senhora do Carmo, pelo bandeirante e padre João de Faria Fialho, de quem a atual Capela ainda recorda o nome. Apesar da primitiva invocação ser a Virgem do Carmo, em 1723 a Irmandade de Nossa Senhora do Parto, integrada por homens pardos e mamelucos, assumiu sua administração e posse. Em torno de 1740 o orago seria mais uma vez mudado, quando a Irmandade de Nossa Senhora do Rosário, composta de irmãos brancos, passou a usar o local.[1] Contudo, é possível que essa atribuição seja equivocada. Diz Cláudia Damasceno Fonseca, a partir de dados transmitidos por Diogo de Vasconcelos:
A documentação que restou é escassa e pouco se sabe do progredir dos trabalhos. Um testamento que foi incluído no Livro de Óbitos indica que em 1750 já haviam sido finalizados o altar de Santo Antônio e o altar-mor, e o outro altar da nave devia estar sendo executado nesta mesma época. No sino do campanário e na cruz monumental que há no seu adro consta o ano de 1756, sugerindo que nesta altura o templo se encontrava em estado adiantado de acabamento. Em 1855 há registro de um pedido de verbas à Assembléia Legislativa Provincial de Minas Gerais para obras na Capela, mas não se sabe ao certo o que foi realizado. É possível que o frontão tenha sido modificado e tenham sido feitas alterações na sacristia e no teto da nave. Em 1930 o teto da nave recebeu uma pintura decorativa.[1] No século XX o IPHAN realizou vários trabalhos de restauro, sendo que nos anos 40 o frontão contracurvado que então existia, considerado parte das alterações do século XIX, foi substituído por um feitio de empena simples mais condizente com a estrutura restante. Na mesma oportunidade a sacristia foi devolvida à sua condição primitiva. O teto da nave também foi modificado em sua estrutura, mas preservou-se a pintura dos anos 30.[1] O edifícioA Capela do Padre Faria é uma edificação de estrutura singela, composta de fachada plana com uma porta central de acesso com discreta moldura em pedra lavrada, duas janelas com balaústres no nível superior e um frontão triangular sem adornos, com um óculo inscrito e uma cruz de coroamento. Nas laterais da fachada se erguem duas pilastras salientes, arrematadas por pináculos. O interior é dividido em uma nave única, com teto abobadado e dois altares no arco do cruzeiro, e uma capela-mor, onde se localiza o retábulo principal. Na lateral do edifício existe uma sacristia. Anexo a este conjunto está um campanário baixo e separado da outra construção. No adro foi implantada uma grande cruz pontifical em pedra, único exemplar em todas as Minas Gerais.[1] DecoraçãoContrastando com sua austeridade externa, o interior é ricamente decorado com pinturas e talha dourada em estilo Barroco, da fase Joanina. Na descrição do IPHAN, a partir de análise de Germain Bazin,
Referências
Ver também |