Canacas

Canacas
Kanak
Bandeira cultural da comunidade canaca, apresentando a Flèche faîtière [en].
Mulheres canacas em trajes típicos (2006)
População total

111 860 (2019)

Regiões com população significativa
 Nova Caledônia 111 860 (2019) [1]
Província do Sul 58 476 (2019) [2]
Província do Norte 36 013 (2019) [2]
Ilhas Lealdade 17 367 (2019) [2]
Línguas
Línguas canacas, francês
Religiões

Catolicismo romano
Protestantismo

Etnia
Melanésios

O povo canaca,[4] canaco,[5] ou kanak,[6][7][8] é um grupo étnico de melanésios da Nova Caledônia. Segundo o censo de 2019, havia 111 856 canacas na Nova Caledônia, representando 41,2% da população da ilha, que era composta por 271 407 pessoas. Esse percentual aumenta para 96,6% na Província das Ilhas Lealdade e para 73,8% na Província do Norte da Nova Caledônia, mas baixa para 26,7% na Província do Sul, onde há grande concentração de outros povos do Pacífico e de europeus.[2][9][10]

O termo tem sua origem na palavra do idioma havaiano kanaka que significa homem e é usado pelos polinésios, em geral, para se referirem a eles mesmos. Os navegantes e mercadores europeus generalizaram seu uso, principalmente na forma francesa canaque,[11] para se referir não só aos havaianos ou aos polinésios, mas também aos povos da Melanésia e Micronésia. Na Nova Caledônia o termo canaque era usado, por parte dos franceses, com conotação pejorativa. A partir da década de 1960 os movimentos independentistas da Nova Caledônia se apropriaram do termo, com a grafia kanak, e a nação kanak se converteu em Kanaky. Com cerca de trinta línguas autóctones diferentes, não existia uma denominação comum para o país e para a população melanésia da Nova Caledônia. Assim, o termo, que antes era pejorativo, hoje se utiliza com orgulho e como símbolo de reivindicação cultural e emancipação política.

Um canaca famoso é o futebolista Christian Karembeu, que jogou no Real Madrid entre 1997 e 2000.

Arte canaca

Ver também

Referências

  1. «ISEE - Communautés». www.isee.nc. Consultado em 12 de setembro de 2022 
  2. a b c d Recensement de la population 2019/ Provinces et Communes, ISEE
  3. Logan, Leanne; Cole, Geert (2001). New Caledonia. [S.l.]: Lonely Planet. pp. 38–39. ISBN 978-1-86450-202-2 
  4. Paulo Correia; Direção-Geral da Tradução — Comissão Europeia (Outono de 2012). «Etnónimos, uma categoria gramatical à parte?» (PDF). Sítio Web da Direção-Geral de Tradução da Comissão Europeia no portal da União Europeia. a folha — Boletim da língua portuguesa nas instituições europeias (N.º 40): 29. ISSN 1830-7809. Consultado em 13 de janeiro de 2013 
  5. Nova Caledônia rejeita independência e continua um território francês.ISTOÉ Dinheiro/AFP, 4 de outubro de 2020.
  6. Preservação das línguas Kanak do Sul da Nova Caledônia vale.com
  7. Tensão aumenta na Nova Caledônia após anúncio de venda de usina da Vale. ISTOÉ Dinheiro, 10 de dezembro de 2020
  8. Independentistas da Nova Caledônia rejeitam 'legitimidade' de referendo
  9. «Communities». Institut de la Statistique et des études économiques Nouvelle-Calédonie (em francês). Consultado em 29 de outubro de 2020 
  10. «Entenda a crise no território francês da Nova Caledônia». terra.com.br. 18 maio de 2024. Consultado em 18 de maio de 2024 
  11. A tradição francófona registrava a forma canaque, atualmente considerada demasiadamente colonial. O acordo de Numeá (1998) previram a substituição da forma anterior pelo termo kanak, invariável.
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