Campylocentrum micranthum é uma espécie de orquídea, família Orchidaceae, que habita 24 países da América tropical.[1] No Brasil é citado para todos os estados das regiões norte e sudeste, além do Maranhão, Pernambuco, Bahia, Sergipe, Mato Grosso, e Goiás.[2]
Descrição
É uma pequena planta epífita, monopodial, com caules alongados, folhas dísticas, e inflorescência racemosa com flores minúsculas, de cor branca, de sépalas e pétalas livres, e nectário na parte de trás do labelo. Pertence ao grupo de espécies de inflorescências mais curtas que as folhas.[3] O conceito atual desta espécie é um tanto amplo e inclui muitos sinônimos, tanto com flores dísticas como flores orientadas para um mesmo lado da inflorescência. Deposis de mais estudos, é possível que estas espécies venham a ser separadas novamente e a ocorrência de cada uma das duas tenha de ser revisada.[4]
Histórico
O Angraecum micranthum, publicado por John Lindley em 1835[5] foi a primeira espécie, hoje classificada neste gênero, a ser descrita. Sua origem era incerta. Como todas as espécies aparentadas com Angraecum então conhecidas eram africanas, Lindley pensou ser esta também originária deste continente. Hoje, com a ajuda da genética molecular, estima-se que tenha sido coletada no Suriname.[4]
Por muito tempo foi considerado a espécie-tipo de Campylocentrum porém uma série de confusões impossibilita que seja: Em 1845, quando Rich. & Galeotti propuseram o estabelecimento do gênero Todaroa para abrigar as espécies de Campylocentrum até então descritas,[6] enganaram-se ao confundir o Angraecum micranthum descrito por Lindley, o qual designaram como espécie-tipo, com o Campylocentrum schiedei, que viria a ser descrito somente muitos anos depois por Reichenbach.[4]. Em 1881, Bentham propôs o nome Campylocentrum em substituição a Todaroa,[7] no entanto, falhou ao não fazer uma nova combinação para o Angraecum micranthum no gênero Campylocentrum. Em 1903, quando Rolfe publicou o nome,[8] teve o cuidado de referir-se ao espécime publicado por Lindley, entretanto não percebeu que Maury já publicara esta combinação em 1889, referindo-se ao espécime errado publicado por Richard e Galeotti.[9] Pelas regras vigentes, a espécie-tipo deste gênero deve ser o Campylocentrum schiedei.[4]
Campylocentrum mattogrossense Hoehne, Arq. Bot. Estado São Paulo, n.s., f.m., 1: 62 (1941).
Referências
↑R. Govaertset al. World Checklist of Orchidaceae. The Board of Trustees of the Royal Botanic Gardens, Kew.«Published on the Internet» (em inglês). Consultada em 27 de dezembro 2012.
↑ abcdBogarín D.; Pupulin F. (2009). «The genus Campylocentrum (Orchidaceae: Angraecinae) in Costa Rica: some critical questions and a few answers.». Ecuador. Pridgeon A M, Suarez JP (eds) Proceedings of the Second Scientific Conference on Andean Orchids, Universidad Técnica Particular de Loja: 32-45
↑Lindley, J. (1835). «Angraecum micranthum». Ecuador. Edwards’s Botanical Register 21: t. 1772
↑Richard, A. and Galeotti, H. (1845). «Orchidographie Mexicaine.». Annales des Sciences Naturelles 3: 14-33 !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de autores (link)
↑Benth. (1881). «Campylocentrum.». Journal of the Linnean Society, Botany 18(110). 337 páginas
↑Rolfe, R. A. (1903). «The genus Campylocentrum.». Orchid Review 11: 245-277
↑Maury, P. (1889). «Enumération des plantes du Haut-Orénoque récoltées par Mm. J. Chaffanjon et A. Gaillard.». Journal de Botanique (M. Louis Morot) 3. 273 páginas