Caminho de Ferro de Machipanda
Caminho de Ferro de Machipanda (CFMa),[1] também chamado de Caminho de Ferro Beira-Bulavaio e Caminho de Ferro Beira-Harare-Bulavaio, é uma ferrovia que liga a cidade de Beira, em Moçambique, à cidade de Bulavaio, no Zimbábue. Possui 850 km de extensão, em bitola de 1067 mm.[2] No trecho moçambicano, entre Beira e Machipanda, a empresa administradora é a Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM);[1] já no trecho zimbabuano, entre a cidade e de Mutare e a de Bulavaio, a administração é feita pela empresa Ferrovias Nacionais do Zimbábue (National Railways of Zimbabwe-NRZ).[3] Seu ponto de escoamento principal está no Porto da Beira.[1] HistóriaOriginalmente, o Caminho de Ferro de Machipanda deveria estabelecer uma conexão ferroviária entre Harare e Beira, de acordo com o entendimento celebrado, na década de 1870, entre a África Ocidental Portuguesa e Regência da Companhia Britânica da África do Sul na Rodésia.[4] Porém, por dificuldades financeiras do lado português, a construção do primeiro trecho do Caminho de Ferro de Machipanda começou somente em 1892; a infraestrutura, em bitola estreita de 610 mm, conectou, já em 4 de fevereiro de 1898, Beira à cidade fronteiriça Mutare, no Zimbábue, percorrendo 357 quilómetros.[5] Em 1898, foi aberta uma linha de bitola de 1.067 mm de Harare para Mutare, com subsequente conversão do trecho de bitola estreita de 610 mm de conexão para a Beira em 1900.[4] Ainda na década de 1890 começaram os trabalhos de extensão do projeto original, partindo de Bulavaio, no Zimbábue, para construir uma ferrovia de 1.067 mm para o norte, até Harare, concluída definitivamente em 1899. Após a conversão de Mutare (1067 mm) e Machipanda (610 mm), a linha conectou finalmente Bulavaio, Guelo, Harare, Mutare, Manica, Chimoio, Dondo e Beira.[6] As locomotivas de bitola estreita de 610 mm foram posteriormente adquiridas das Ferrovias da África do Sul sendo designadas "classe SAR NG6".[7] Posteriormente o trecho entre Machipanda e Beira adequou-se ao padrão zimbabuano, sendo totalmente convertido para 1.067 mm, eliminando a necessidade da conversão de Mutare-Machipanda.[2] Em 2005, o troço da linha entre as cidades da Beira e Machipanda (o único que os CFM denominam como Linha de Machipanda) foi concedido para a empresa privada indo-moçambicana "Companhia Caminhos de Ferro da Beira" (CCFB; denominada em inglês: Beira Railroad Corporation). A reconstrução da ferrovia foi iniciada, mas a empresa não conseguiu cumprir com as obrigações contratuais. O troço moçambicano da linha foi renacionalizado em 2011, sendo reassumido pela estatal CFM.[8] Em 23 de Novembro de 2023 o troço foi reaberto à circulação depois de um encerramento de duas décadas (o último comboio de passageiros circulou em 1997). As obras de reabilitação decorreram de Agosto de 2019 a Novembro de 2023 e vão permitir a redução do tempo de viagem, a sua maior segurança bem como o aumento da tonelagem de carga transportada.[9] Estações principaisAs principais estações do CFMa são:
Referências
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