A gente Calpúrnia (em latim: Calpurnia; pl.Calpurnii) foi uma genteplebeia da Roma Antiga que apareceu na história pela primeira vez no século III a.C.. O primeiro a conquistar o consulado foi Caio Calpúrnio Pisão, em 180 a.C., mas, a partir daí, os consulados tornaram-se muito frequentes e a família dos Pisões (em latim: Piso) se tornou uma das mais ilustres do estado romano. Duas importantes leis republicanas, a Lex Calpurnia, de 149 a.C., e a Lex Acilia Calpurnia, de 67 a.C., foram propostas por membros desta gente.[1]
Origem
Os Calpúrnios eram descendentes de Calpo (em latim: Calpus), o filho de Numa Pompílio, segundo rei de Roma, motivo pelo qual a efígie de Numa aparece em algumas moedas da gente.[2][3][4][5]
Os cognomes (cognomina) utilizados pelos Calpúrnios durante o período republicano são "Béstia" (em latim: Bestia), "Bíbulo" (em latim: Bibulus), "Flama" (em latim: Flamma) e "Pisão" (em latim: Piso).
Pisão era o nome da mais importante das famílias da gente Calpúrnia. Como muitos outros cognomes, este está ligado à agricultura e é uma referência ao verbo "pisere" ou "pinsere", que significa a batida ou moenda do milho. A família apareceu pela primeira vez durante a Segunda Guerra Púnica e, a partir daí, tornou-se uma das mais distintas de Roma. Ela conseguiu preservar sua reputação durante o período imperial e, no século I, só perdia para a família imperial em prestígio. Muitos dos Pisões tinham ainda os agnomes (agnomina) "Cesonino" (em latim: Caesoninus) e "Frúgio" (em latim: Frugi).[1]
Dos demais cognomes dos Calpúrnios republicanos, Béstia é uma referência a "besta", "animal se razão". Bíbulo pode ser traduzido como "gosta de beber" ou "sedento" e Flama é uma referência direta ao fogo.[1][6]
Lúcio Calpúrnio Béstia, cônsul em 111 a.C., um dos líderes da Guerra de Jugurta, primeiro com muito vigor, mas, depois de receber uma substancial quantia em dinheiro, foi convencido a firmar uma paz.
Calpúrnio Bíbulo, nome de dois filhos de Marco Calpúrnio Bíbulo cujos prenomes são desconhecidos; foram assassinados pelos soldados de Aulo Gabínio no Egito em 50 a.C..[22][23]
Calpúrnia, uma mulher de alta estirpe, exilada por ciúme de Agripina, a esposa de Cláudio, mas reconvocada por Nero em 60, depois do assassinato dela.[28]
Calpúrnio Asprenas, nomeado governador da Galácia e da Panfília pelo imperador Galba; convenceu os partidários do "falso Nero" a executá-lo.[31]
Calpúrnio Crasso, exilado para Taranto por conspirar contra o imperador Nerva; foi depois executado por participar de uma outra conspiração contra Trajano.[32][33]