Caldelas (Guimarães)
Caldelas (também conhecida como Caldas das Taipas e, no passado, S. Tomé de Caldelas) é uma freguesia portuguesa do município de Guimarães, com 2,69 km² de área[1] e 6 304 habitantes (censo de 2021)[2]. A sua densidade populacional é 2 343,5 hab./km². A povoação sede da freguesia, a povoação de Caldas das Taipas, foi elevada à categoria de vila pelo decreto n.º 30 518 de 19 de junho de 1940.[3] DemografiaA população registada nos censos foi:[2]
HistóriaA sede da freguesia de Caldelas é conhecida por Caldas das Taipas, devido às termas reconhecidas desde a presença romana. Localiza-se na estrada que liga Guimarães a Braga (EN 101). Dista cerca de 7 km da primeira de 14 km da segunda. Da época dos romanos, que utilizavam as águas termais de Caldelas com qualidades medicinais, ficaram alguns testemunhos, como a Ara de Trajano, com inscrições ao imperador. Foram encontrados diversos vestígios dessa época no local onde se instalou o primeiro balneário, que entretanto foi reconstruído para o que hoje é conhecido como Banhos Velhos. A descoberta de novas nascentes de água e a necessidade de construção de novas instalações para as termas, determinaram a localização do que ficou desde então conhecido como Banhos Novos. Depois de um período de interregno, as termas retomaram o seu funcionamento na década de 1980 e têm vindo a desenvolver melhorias técnicas, com objetivo de alargar os serviços. As qualidades paisagísticas foram outrora descritas por artistas escritores que eternizaram as belezas naturais: Ferreira de Castro e Ramalho Ortigão. Contudo, a vila teve um grande crescimento quer em termos de população residente, quer em termos de aglomerado urbano. Este crescimento explica-se, num primeiro momento pela instalação expressiva da indústria de cutelarias e num segundo momento, pelo facto da proximidade de duas importantes cidades – Braga e Guimarães e da melhoria das facilidades de acesso às cidades. O crescimento, não tendo sido controlado, levou a situações de rutura e a ligação rodoviária a Guimarães é feita com alguma dificuldade, devido ao elevado tráfego que se regista ao longo daquela via. Indelevelmente, aquele crescimento teve impactes negativos na paisagem e as descrições daqueles autores seriam hoje bastante diferentes. Para além das termas, existe na localidade um parque de campismo, um complexo de piscinas e um parque natural que margina o rio Ave, que em conjunto, vincam a forte vocação turística da vila, que é ainda potencial e expectante. Apesar do seu santo padroeiro (orago) ser São Tomé, são mais celebradas, na vila, as romarias relacionadas a São Pedro. TermasA potencialização da atividade termal em Caldelas inicia-se com a romanização. Em 1753, Frei Cristóvão fez rasgados elogios às termas e às suas virtudes terapêuticas, num livro seu sobre locais que visitou. As ruínas dos Banhos Velhos representam um complexo termal com poço, piscina, tanques, nascentes e balneários, com revestimento de tijolo e mosaico, tendo sido descobertas no século XIX. Em 1818, a autarquia expropria o campo do Tapadinho para aí construir um balneário. A crescente importância da exploração das águas termais está patente no facto de terem sido expostas na Exposição Industrial de Guimarães, em 1884. Em 1906, José Antunes Machado arremata à Câmara Municipal de Guimarães a concessão da exploração industrial e comercial das nascentes, implementando uma série de infraestruturas: a “buvette” de captação das águas e um moderno balneário. José Machado depressa cede os direitos de exploração a um consórcio: a Empresa Termal das Taipas[6]. Em 1917, seria inaugurado o Hotel das Termas, da autoria do arquiteto portuense Eduardo da Costa Alves. O presidente da República Óscar Carmona esteve aí hospedado, aquando das Comemorações do Duplo Centenário, em 1940. A estância termal assenta num edifício de inspiração neoclássica oitocentista, sendo as únicas termas do país com tratamento eficaz para problemas dermatológicos, além de ótimos tratamentos para os variados problemas. Atualmente, o complexo das Termas é muito mais do que a simples estância termal. Conhecidas como Taipas Termal, existem hoje unidades hoteleiras, bem como um parque de campismo intrínseco ao complexo termal, e ainda as piscinas das Taipas Termal e o Parque de Lazer, entre outros motivos de interesse. AveparkO Avepark encontra-se em construção desde junho de 2006, entre a vila das Caldas das Taipas e a freguesia de Barco, como polo do Ave do Parque de Ciência e Tecnologia do Porto onde em parceria com a Universidade do Minho, se prevê também a instalação, no âmbito de uma candidatura efetuada à União Europeia, do primeiro Centro Europeu de Excelência em território nacional (o Instituto Europeu de Excelência em Engenharia de Tecidos e Medicina Regenerativa). Património
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