Buck Jones cresceu na fazenda do pai em Red Rock, Oklahoma. Depois de ser mecânico de automóveis, alistou-se na cavalaria do exército em 1906, com documentos forjados para aumentar a idade, tendo servido na fronteira com o México e nas Filipinas, onde foi gravemente ferido na perna. Como não conseguiu ser piloto de avião, deixou o exército em 1913. Trabalhou no circo como peão, treinou cavalos para o governo francês e ensinou equitação na França. Em 1915, conheceu a amazona Odille Osborne, com quem celebrou um casamento que durou a vida inteira. Já casado, foi piloto de carros de corrida e finalmente chegou em Hollywood em 1917, a bordo do Ringling Brothers Circus.
Começou como extra até ser contratado para pequenos papéis pela Fox, sendo também dublê de Tom Mix. Em 1920, estrelou Quem Não Se Arrisca (The Last Straw). Nos anos que se seguiram, fez sessenta filmes naquele estúdio. Saiu em 1928 para fundar sua própria produtora, que faliu com apenas um filme, O Grande Salto (The Big Hop), dando-lhe enorme prejuízo. Abandonou as telas e voltou-se novamente para o circo, mas teve de desistir depois de apenas dois meses. Felizmente, nessa época começavam a ser produzidos os filmes falados e a Columbia Pictures contratou-o por uma fração do que ganhava na Fox. Seu primeiro filme sonoro foi O Cavaleiro Solitário (The Lone Rider, 1930). Depois de vinte e nove filmes para a Columbia, Jones se transferiu para a Universal Pictures, em 1933. Ali, sua carreira atingiu o ápice, tendo ficado entre os dez cowboys mais populares até 1938. Na Universal, fez vinte e dois filmes e quatro seriados, tendo inclusive dirigido alguns deles. Jones tinha um talento nato para a comédia e várias vezes seus filmes o retratavam como um cowboy tímido e ingênuo no início, o que proporcionava as cenas cômicas queridas pelas platéias e detestadas pelos críticos. No decorrer da ação, no entanto, Jones transformava-se aos poucos no durão implacável característico dessas produções.
Por volta de 1938, uma nova geração havia aportado nos campos do faroeste B. Eram os cowboys cantores, como Gene Autry, Roy Rogers, Tex Ritter e tantos outros. Com isso, a carreira de Jones entrou em franco declínio. Sem contrato, conseguiu apenas meia dúzia de modestos filmes por um estúdio do Poverty Row, distribuídos pela Columbia. Depois de um período ocioso, estrelou o drama Compromisso de Honra (Unmarried, 1939), para a Paramount. No ano seguinte, desagradou seus fãs ao aceitar o papel de um bandido em A Caravana do Oeste (Wagons Westward, 1940), estrelado por Chester Morris para a Republic. Ainda fez dois seriados em 1941 e quando tudo indicava que sua carreira chegara ao fim, a Monogram chamou-o para uma série de filmes do trio Western "The Rough Riders", ao lado de Tim McCoy e Raymond Hatton. Entre 1941 e 1942, foram produzidas oito películas movimentadas (ainda que rotineiras), após o quê o trio se desfez, pois McCoy alistara-se novamente no exército. Depois de um último filme, Amanhecer na Fronteira (Dawn on the Great Divide, 1942), já fora da série, Jones passou a sair em excursões, onde se apresentava individualmente e vendia bônus de guerra.
Em 28 de novembro de 1942, encontrava-se em Boston, Massachusetts, quando um grande incêndio no restaurante onde jantava causou várias vítimas fatais. Jones conseguiu ser retirado com vida, porém não resistiu aos ferimentos e faleceu dois dias depois.[1][2][3]
Quadrinhos
Buck Jones, assim como outros caubóis famosos do cinema, teve suas aventuras adaptadas para os quadrinhos. Nos Estados Unidos, teve uma revista publicada pela Dell Comics[4] e no Reino Unido, pela editora Fleetway, algumas das histórias produzidas pelo brasileiro João Batista Mottini.[5]
No Brasil, elas foram publicadas pela EBAL e pela RGE. Nesta última, a revista se chamou Arizona Kid, pela impossibilidade de usar o nome registrado pela outra editora.[6]