Breno FornariBreno Fornari (Arroio do Meio, 25 de março de 1925 — Porto Alegre, 31 de agosto de 2007) foi um piloto automobilístico brasileiro.[1] Começou a correr numa época em que não havia ainda o profissionalismo.[2] Trajetória esportivaPrimeiros anosSeu pai tinha um Ford Modelo T de 1925,[3] em que Breno vivia mexendo, desmontando e remontando, só para conhecer. Com 18 anos mudou-se para Porto Alegre e foi estudar na Escola Técnica Parobé.[4] Logo após, com 20 anos de idade, montou uma oficina mecânica na Rua Sertório, no bairro Navegantes. Era época do pós-guerra, quando se consertava de tudo, e vários carros que estavam há anos estocados no Porto de Montevidéu foram ressuscitadas em sua oficina.[4] Com 25 anos estreou em competições. Nessa época, coragem era metade do caminho para as competições, e Breno a tinha, além do conhecimento de mecânica, tornando-se um ótimo preparador de carros.[4] Iniciou a carreira na categoria standard, mas quando a prova era de carretera, Breno simplesmente depenava o automóvel e o transformava em uma e, depois da prova, remontava tudo e o carro voltava a ser de passeio.[4] Década de 1950: Mil Milhas BrasileirasQuando Catarino Andreatta, o mais famoso automobilista gaúcho da época, o convidou para correr a primeira Mil Milhas Brasileiras em 1956, Breno aceitou, apesar de nunca haver corrido em circuito fechado. Venceram essa prova, assim como venceram também as edições de 1958 e 1959.[3] Foram os primeiros tri-campeões da prova.[4] Em 1960 quebrou o diferencial durante a prova, e o carro deles foi recolhido aos boxes. Catarino deixou o autódromo e foi para o hotel mas, movido pela paixão, Breno juntamente com os mecânicos desmontaram, soldaram o "satélite" e o remontaram, permitindo o retorno do carro à pista. Catarino, ao ouvir no rádio a notícia, voltou imediatamente ao autódromo e ainda se classificaram em 20° lugar, devido ao tempo perdido no conserto.[4] No total, Breno participou de nove edições das Mil Milhas; nas quatro primeiras utilizou o número 2, nas seguintes, adotou o 35, que o acompanhou ao longo de toda sua carreira no automobilismo. "O pessoal de São Paulo, na época, tinha preferência na escolha dos números, e sempre que chegávamos lá para a corrida, o 35 já estava reservado. Aí tínhamos de optar pelo 2, mesmo. Depois, conseguimos efetivar o 35", contou Fornari.[2] Década de 1960Na década de 1960, com o surgimento dos carros de fabricação nacional, Breno escolheu o Simca, com um V8, como seu novo carro de corrida.[3] Correu na categoria turismo sem preparação, com preparação e ainda fez um protótipo com a frente mais aerodinâmica, sem mexer quase nada no resto do carro, só no motor.[4] Em 1962 venceu as 12 Horas de Tarumã. De 1964 a 1966 participou do Campeonato Uruguaio de Endurance,[2] tendo vencido em 1964, com um carro Simca,[3]. Foi a primeira vitória de um carro de turismo "made in Brasil" no exterior.[4] Em 1966, ele abriu a Sabren (S.A. Breno), revenda e oficina Simca, na Rua Farrapos[3] e, na oficina da Rua Sertório ficava a preparação dos carros. A Sabren fechou em 1971, tudo voltou para a Rua Sertório, e a empresa passou a se chamar Breno Fornari & Cia. Ltda.[4] Em 1967 fabricou um protótipo a partir de um Simca Regente;[3] este sim foi encurtado, teve o teto rebaixado, a frente modificada, motor tinha aproximadamente 200 hp, quatro carburadores DFV e duas bombas de gasolina elétricas.[4] No dia 23 de novembro de 1967, Breno saiu às ruas pela primeira vez para testes, e se dirigiu até a praia de Capão da Canoa.[4] A estreia desse carro nas pistas foi nas Mil Milhas Brasileiras de 1967, a última participação de Breno nesta prova, mas o motor quebrou.[4] Esse carro foi usado até 1972, e vendido no Uruguai. Em 2000, seu filho Alexandre localizou e recomprou os restos do carro, e o recuperou junto com outros amantes do automobilismo.[4] Últimos anosBreno parou em 1975,[3] mas não se afastou das pistas, pois acompanhava os filhos e os netos que seguiam a carreira por ele iniciada.[3][4] Seus dois filhos, Antonio Miguel e Carlos Alberto Fornari, seguiram os passos do pai na carreira do automobilismo, assim como seus netos Luciano e Zeno Fornari. Em abril 2007, Breno participou da competição Subida da Borrússia, prova esta para carros especiais desenvolvida na cidade de Osório, onde pilotaria pela última vez sua carretera Ford.[3] Faleceu aos 82 anos, véspera do evento "As carreteras vão roncar novamente" em Passo Fundo.[4] Principais resultados[5]
Referências
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