Bosque de Produção Permanente

Floresta de Produção Permanente (do espanhol Bosque de Producción Permanente) é uma área com floresta primária na Amazônia peruana sob responsabilidade do Ministério de Agricultura do governo peruano reservada para a exploração madeireira legalizada à ser feitas por empresa ou particular.[1][2] Locais autorizados de exploração madeireira são concessões florestais de terras de domínio público na Amazônia liberadas pelo Ministério da Agricultura e também pela Administracion Técnica Forestal y de Fauna Silvestre (ATFFS, Administração Técnica Florestal e de Fauna Silvestre) dos governos departamentais.[2]

A exploração madeireira é importante no desenvolvimento da economia peruana e no desenvolvimento dos empregos.[2] Porém a maior parte desta exploração no país pode ser ilegal, estima-se que até 80% da madeira peruana seja ilícita.[2] De acordo com o Organismo de Supervisión de los Recursos Forestales y de Fauna Silvestre (Osinfor, Agência de Supervisão dos Recursos Florestais e da Fauna Silvestre), entidade que supervisiona a exploração das florestas e da fauna, acredita que a maior parte da extração ilegal ocorra nos departamentos de Loreto, Madre de Dios e, Ucayali.[2]

A Amazônia peruana possui 70 milhões de hectares de selva e, ocupa mais da metade do território do Peru.[2] Devido a riqueza dos recursos naturais, vem sendo alvo de forte degradação, que em 2020, o país andino alcançou os mais altos níveis de desmatamento da história, chegando a 203 272 hectares, mais de 30% que em 2019.[2]

História

No início da década de 2000, o governo peruano atendendo a pressão do setor madeireiro concedeu mais de sete milhões de hectares de floresta amazônica do país para a exploração madeireira.[3] As concessões de terras de domínio público transformaram aproximadamente 30% da Amazônia peruana em Bosques de Producción Permanente, sendo metade situadas na fronteira Peru-Brasil.[3]

No departamento do Ucayali a madeira é o principal produto explorado, vinculada ao poder político assim domina a economia regional.[3] Além dos bosques de produção, o Peru também separou áreas da Amazônia peruana para a exploração de petróleo/gás.[3] Essas explorações frenéticas legalizadas são exemplos de projetos governamentais contra os direitos indígenas e, criam conflitos socioambientais na região.[3]

Referências

  1. Ricardo, Fany; Fávero Gongora, Majoí, eds. (2019). Cercos e resistências: povos indígenas isolados na Amazônia brasileira (PDF). C3L00002 1a edição ed. São Paulo: Instituto Socioambiental. ISBN 978-85-8226-073-9. OCLC 1124955605. Resumo divulgativo 
  2. a b c d e f g Design, Storm (2 de junho de 2022). «As raízes do crime ambiental na Amazônia Peruana» (PDF). Instituto Igarapé (pdf). Consultado em 29 de novembro de 2024. Resumo divulgativo 
  3. a b c d e Pimenta, José (1 de dezembro de 2018). «Unir para além da fronteira: Um esboço da etnopolítica transnacional ashaninka». Anuário Antropológico (v.43 n.2): 173–204. ISSN 0102-4302. doi:10.4000/aa.3237. Consultado em 29 de novembro de 2024