Boate Azul

"Boate Azul"
Single de Joaquim & Manuel
do álbum Pelos Caminhos da Vida
Lançamento 1985
Formato(s) LP, CD
Gênero(s) Música sertaneja, guarânia
Duração 03:20
Gravadora(s) Chantecler
Composição Benedito Seviero, Aparecido Tomás de Oliveira

Boate Azul é uma canção sertaneja de autoria de Benedito Seviero e Aparecido Tomás de Oliveira, de 1963 para a dupla Zilo & Zalo, mas foi censurada pela ditadura civil-militar, sendo gravada apenas em 1982 pelo trio Amantes do Luar[1]

Esta é considerada um dos clássicos da música Sertaneja e Guarânia, sendo regravada mais de mil vezes em oitenta idiomas diferentes.[1]

História

Benedito, um dos compositores da música, conta o episódio que lhe serviu de inspiração. “Eu estava acompanhando o cantor José Lopes, muito famoso na década de 1950, que faria um show na boate Blue Night, da dona Dirce, em Apucarana, no Paraná. Porém, o Papa João XXIII morreu naquele dia e o show foi cancelado”, recorda. O papa João XXIII morreu vítima de câncer em 3 de junho de 1963.

Dito ainda lembra que muitas pessoas aguardavam a apresentação na casa noturna. “A Blue Night ficava localizada, naquela época, cerca de 3 quilômetros fora da cidade, às margens da rodovia”, relembra. Apesar da pressão do público, naquele dia o show não pode continuar. “A polícia proibiu a apresentação em respeito à morte do papa, mas os frequentadores estavam todos de ‘fogo’ e não queriam ir embora. Eles ficaram lá sem saber para onde ir, bêbados. Foi inspirado naquela cena que três meses depois resolvi escrever ‘Boate Azul’”, confessa.

O refrão da música diz: "Sair de que jeito, se nem sei o rumo para onde vou, muito vagamente me lembro que estou em uma boate aqui na Zona Sul. Eu bebi demais e não consigo me lembrar sequer qual era o nome daquela mulher, a flor da noite da boate azul".[2]

Segundo o autor, a música feita em 1963 era para ter sido gravada pela dupla Tibagi e Miltinho,[3] porém ela foi censurada durante a ditadura militar e só seria liberada para gravação nos anos 80, quando foi gravado pela primeira vez pelo grupo Os Amantes do Luar. Em 2023, a dupla Bruno & Marrone recebeu da Pró Músic - Brasil, um Certificado de Platina[4], equivalente a 16 Milhões de Execuções da Música em plataformas digitais de áudio[5]

Regravações

Em 1985, foi regravada pela dupla Manoelito Nunes & Nazaré, porém também sem o sucesso esperado. No mesmo ano, a canção teve sua terceira gravação, dessa vez pela dupla Joaquim & Manuel, enfim popularizando-se nacionalmente, fazendo com que a dupla ganhasse uma premiação (disco de ouro), sendo considerada um dos maiores clássicos sertanejos.

Com o passar dos anos, a música passou a ser regravada por diversos artistas, entre eles a dupla Bruno & Marrone em 2001 na forma de um pot-pourri, cuja versão popularizou-se entre os mais jovens. Mesmo assim, muitos associam o clássico à dupla pelo fato de os cantores terem o "resgatado" para a nova geração.[6] Mas antes disso, em 2000, a dupla Matogrosso & Mathias já tinha colocado as vozes na canção, sendo regravada pelos mesmos em 2004 com a participação dos próprios Joaquim & Manuel.

Na década de 2010, a canção repercutiu na internet, gerando vários memes espalhados pelos internautas e áudios circulando no WhatsApp, ganhando ainda mais notoriedade entre o público jovem.[7]

Versões estrangeiras

Além das inúmeras versões gravadas ou apenas interpretadas por artistas do Brasil (sendo a maioria de música sertaneja), o clássico também possui versões de artistas de 70 países diferentes, como Portugal, Alemanha, Espanha, Itália e França.[8] Uma dessas versões foi feita pelo grupo paraguaio Los Castillos, que regravaram a canção no álbum Trinta Anos de Carreira e contaram com a participação da dupla Jota Domingos & Manuel.

Certificações

País Certificação Data Vendas certificadas
 Brasil (ABPD) Ouro 1986 100.000*
*número de vendas baseado na certificação

Referências

  1. a b «Benedito Seviero - Dados Artísticos». Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira. Consultado em 8 de outubro de 2021 
  2. Vanuza Borges (7 de novembro de 2012). «Casa noturna de Apucarana inspirou autor de 'Boate Azul'». TN Online. Consultado em 3 de dezembro de 2019 
  3. João Pedro Feza (1 de janeiro de 2013). «O dono da boate azul». JC Net. Consultado em 3 de dezembro de 2019 
  4. «CERTIFICADOS». Pro-Música Brasil. Consultado em 19 de janeiro de 2024 
  5. «Tabela de Níveis de Certificação Pro-Música». Pro-Música Brasil. Consultado em 19 de janeiro de 2024 
  6. Paulo César Desidério (13 de setembro de 2019). «'Boate Azul': as origens da canção sertaneja redescoberta pelo Brasil». Quinquilharia. Consultado em 3 de dezembro de 2019 
  7. Pedro Sousa (6 de julho de 2019). «Sucesso dos anos 80, 'Boate Azul' viraliza no WhatsApp e agita karaokês em Manaus». A Crítica. Consultado em 3 de dezembro de 2019 
  8. Edvan Antunes. «De caipira a universitário: a história do sucesso da música sertaneja». Google Books. Consultado em 3 de dezembro de 2019 
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