Bernardo Gandulla
Bernardo José Gandulla (Buenos Aires, 1 de março de 1916 — 7 de julho de 1999) foi um futebolista argentino das décadas de 1930 e 1940. CarreiraIniciou sua carreira pelo Ferro Carril Oeste, da Argentina, no qual se profissionalizou em 1935.[1] Exatamente naquele ano, os verdolagas conseguiram sua melhor campanha até então na elite, um 8º lugar e Gandulla foi o artilheiro do elenco, com 15 gols.[1] Em 1936. Gandulla foi uma vez mais o artilheiro do FCO, com 14 gols.[1] Em 1937, integrou o célebres quinteto ofensivo apelidado de "La Pandilla" que somaram 78 gols e Gandulla foi o artilheiro, com 23.[1] Estava pré-convocado para a seleção que iria à Copa de 1938[1], mas por causa da raiva da decisão de se ter uma segunda Copa consecutiva na Europa, nem Uruguai nem Argentina entraram para a competição. Disputou e venceu a Copa Roca de 1939, embora não tenha atuado na referida competição, pois era reserva de Moreno.[1][2] Em 3 de março de 1939, chegaram ao Brasil a bordo do vapor “Conte Grande” cinco jogadores argentinos que chamaram a atenção da diretoria do Vasco da Gama durante passagem da seleção do país vizinho na Copa Roca daquele ano, entre eles Gandulla.[3] A transação foi controversa e chegou até a Fifa, pois os argentinos argumentavam que, por não ter dado o passe aos jogadores, eles ainda pertenciam ao Ferro Carril e, portanto, Gandulla demorou mais de um mês para poder atuar, após sentença de um juiz trabalhista e os “passes” de Gandulla, Raul Emeal e José Dacunto custaram mais de 126 mil contos de réis aos cofres vascaínos.[2][3] A estreia de Gandulla foi em 23 de abril, diante da equipe do Fluminense.[2] Pelo Vasco, o atleta jogou 29 partidas, quase todas como titular, sendo dez gols em dez vitórias, oito empates e 11 derrotas.[2][3] No ano seguinte, Gandulla saiu do Vasco para o Boca Juniors. Foi campeão em 1940 e 1943 pelo Boca Juniors e defendeu a Seleção Argentina de Futebol em apenas 1 partida, contra Seleção do Uruguai[4]. Deixou o Boca no início de 1944, acertando retorno ao Ferro, e pelo clube foram 121 jogos pelos e 60 gols, média de meio gol por jogo.[1] Gandulla foi o artilheiro dos verdolagas em 1944, com oito gols por um time 13º colocado entre 16 competidores.[1] Ao todo, foram 88 gols em 174 jogos pelo FCO.[1] Ficaria mais uma temporada no clube até se transferir em 1946 ao Atlanta.[1] Em 1947, estaria no primeiro rebaixamento do Atlanta.[1] Ainda defenderia o Temperley na segundona de 1948, como jogador-treinador do "Gasolero".[1] Após seu aposentadoria, foi treinador dos times de base do Boca Juniors e assumiu o profissional entre 1957 e 1958[5]. Também treinou o Club Atlético Defensores de Belgrano e foi dirigente esportivo. Origem do termo gandulaO “estardalhaço” da imprensa com a vinda dos estrangeiros, especialmente de Gandulla, que foi catapultado pelos conflitos institucionais na disputa do “passe” dos atletas, contribuiu para que o nome jogador servisse de anedota, ora como “munição” para as críticas da imprensa e ora como elogios. Na citação abaixo, o cronista faz referência ao jogo Vasco 5x 1 América (29/10/1939), em que Gandulla atuou bem e marcou dois gols:
O Rio de Janeiro era a capital do Brasil, os fatos que ocorriam na cidade ecoavam para todo o país. Assim, sendo o Vasco um dos maiores clubes nacionais e o mito "Gandulla" foi levado ao pé da letra para o resto do território nacional, o mito ganhou eco e acabou batizando e assim nacionalizando os repositores de bola.[6] Com o passar do tempo, a expressão “gandula” ultrapassou os limites da cidade do Rio de Janeiro e foi adotado por todo país na esteira da popularidade do Vasco. Décadas após a vinda de Gandulla para o clube, o jogador é lembrado como aquele que “batizou” os ajudantes de reposição de bola nos jogos. Títulos
Treinador
HomenagemNa Argentina, foi homenageado com a denominação ao prêmio de melhor jogador do ano[8]. Gandulla foi incluído na edição especial da revista El Gráfico que escolheu os cem maiores ídolos boquenses, em 2010.[1] Referências
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