Batalhões de Estranhos
Batalhões de Estranhos é o segundo álbum de estúdio da banda brasileira Camisa de Vênus, gravado no primeiro semestre de 1985 nos Estúdios SIGLA e nos Estúdios Intersom, ambos em São Paulo, e lançado em julho do mesmo ano pela gravadora RGE. AntecedentesTrês meses após o lançamento do álbum anterior, a banda participou de uma reunião com os diretores da Som Livre na qual se negaram a alterar o nome do grupo, considerado anticomercial pela cúpula da gravadora. Assim, foram expulsos da gravadora e o disco retirado de catálogo. Após esses eventos, a banda resolveu que a melhor estratégia era realizar o máximo de apresentações que conseguissem - rodando o país inteiro - fazendo, então, o caminho inverso: primeiro construir uma base de fãs para, só então, gravar outro disco. Desse modo, mudam-se para São Paulo e passam a fazer shows, especialmente, na região Sul, no estado de São Paulo, e no Rio de Janeiro.[1][2] Gravação e produçãoEntre um show e outro, surgiu o interesse da gravadora RGE em gravar um novo álbum e comprar a matriz do primeiro disco e relançá-lo. Desse modo, o disco foi gravado nos Estúdios SIGLA e nos Estúdios Intersom, ambos localizados na cidade de São Paulo.[1][2] Resenha musicalO disco abre com o seu grande sucesso radiofônico "Eu Não Matei Joana D'Arc", no qual o grupo dá ares de ficção e jornalismo popular à história da mártir francesa. Em seguida, vem "Casas Modernas" em que se critica as habitações produzidas em linha, assumindo uma linha ecológica que põe em questão as relações entre a habitação e a vida humana, animal e vegetal.[3] "Lena" é a primeira das duas baladas que aparecem no disco.[4] "Ladrão de Banco" é uma brincadeira com o artista plástico Miguel Cordeiro, que fazia grafites do seu personagem "Faustino" e participou da promoção da banda em Salvador no começo da carreira, com a confecção e distribuição de fanzines. Assim, esta canção baseia-se numa história: Miguel teria roubado um banco de jardim em uma praça de Salvador.[2] "Gotham City" fecha o lado A e é uma regravação de uma música de Jards Macalé, com a qual ele participou do IV Festival Internacional da Canção. A canção é uma previsão sobre o futuro das metrópoles e a versão foi muito elogiada pela crítica, com esta enxergando ecos de The Velvet Underground e Lou Reed.[3] "Noite e Dia" tem como tema o cotidiano do homem comum que não consegue viver em condições dignas.[3] "Rostos e Aeroportos" é a segunda balada do disco,[4] sendo a canção preferida de Marcelo Nova deste disco.[2] Em seguida, "Hoje" se tornaria uma das canções mais conhecidas do grupo.[5] RecepçãoLançamentoO álbum foi lançado em julho de 1985 pela gravadora RGE.[1][6] Fortuna crítica
Após os problemas que a banda enfrentou com a gravadora no primeiro disco, a crítica carioca esfriou em seu tratamento da banda. Em compensação, o sucesso de público que os shows da banda faziam em São Paulo e no sul do país abriram novas portas em São Paulo. Desse modo, Paulo Klein, na Folha de S.Paulo, foi um dos poucos críticos que resolveram resenhar o lançamento do segundo disco do grupo. E ele o fez de modo extremamente elogioso, ressaltando as diferenças entre o rock cru e pesado que o Camisa fazia e o "rock morno, mesclado com reggae e baladas" que fazia sucesso no Rio. O crítico elogia, também, os temas tratados nas canções do grupo.[3]Wladimyr Cruz, escrevendo para a página Zona Punk, exalta a maior diversidade do disco em relação ao seu antecessor: "aqui o Camisa já se aventurava em fazer algumas baladas, músicas melancólicas que permearam todo o trabalho da banda, aparecendo as vezes aqui e acolá". Apesar disso, dá destaque às canções mais "punk" e de letras mais ácidas e controversas.[4] RelançamentosO disco foi relançado pela própria RGE em CD no ano de 1995.[7][8] Faixas
Certificações
CréditosCréditos dados pelo Discogs[7] e pelo IMMUB.[10] MúsicosCamisa de Vênus
Músicos de apoioFicha técnica
Referências
Bibliografia
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