Basílio I, o Macedónio Nota: Para outros significados, veja Basílio I (desambiguação).
Basílio I, o Macedônio(pt-BR) ou o Macedónio(pt-PT?) (em grego: Βασίλειος Α΄; romaniz.: Basileios I; c. 811 — 29 de agosto de 886) foi imperador bizantino fundador da mais esplendorosa dinastia do Império Bizantino, a macedónica. BiografiaEra considerado um dos maiores imperadores, porém a opinião dos historiadores modernos é menos lisonjeira, uma vez que se torna mais claro que as reformas associadas ao o seu nome foram efetivamente iniciadas no reinado do seu antecessor Miguel III, o Ébrio, que Basílio mandou matar. Com a dinastia macedónica, ocorreram reformas políticas e campanhas militares que devolveram ao império o status de potência após a expansão muçulmana do século anterior.[1] De camponês a imperadorDesde os seus próprios dias que a origem étnica de Basílio I tem sido a fonte de abundante controvérsia. Segundo a tradição que já vigorava no seu próprio reinado, Basílio teria ascendência arménia e seria um descendente afastado de uma família nobre da Arménia. Os seus pais terão sido, provavelmente, camponeses arménios que foram deslocados para o tema da Macedónia (uma divisão administrativa correspondente à região de Adrianópolis na Trácia e que nada tem a ver com a Macedónia histórica) de acordo com o que era comum no Império Bizantino. Passou parte da sua infância em cativeiro na Bulgária, para onde a sua família tinha sido levada como prisioneiros de Crum em 813. Juntamente com muita da população cativa reinstalada, Basílio conseguiu escapar por volta de 836 e teve a sorte de ser admitido ao serviço de Teofilitzes, um parente do césar Bardas (tio do Imperador Miguel III, o Ébrio), como pajem. Ao serviço de Teofilitzes visitou a cidade de Patras, onde entrou nas boas graças de Danielis, uma mulher abastada que o incluiu na sua casa e o dotou de uma fortuna. Conseguiu também chamar a atenção de Miguel III derrotando um campeão búlgaro num combate de luta livre, e rapidamente se tornou no companheiro e guarda-costas (paracemomeno) do imperador. Por ordem de Miguel, divorciou-se da sua mulher Maria e casou-se com Eudócia Ingerina, a amante favorita de Miguel, por volta de 865. Uma crença bastante difundida dava Leão VI, o Sábio, o Sábio, sucessor de Basílio, como filho de Miguel. Não é possível resolver satisfatoriamente a questão, mas o próprio Basílio parece ter acreditado também no que se dizia. A subsequente promoção de Basílio a César e depois a co-imperador (que pode ter incluído a sua adopção por Miguel III, ele próprio bastante mais novo do que Basílio) dava à criança um pai legítimo e imperial, e assegurava assim a sucessão ao trono; pode ter sido esta a lucidez dor detrás da aparente loucura de Miguel. No decurso de uma expedição contra os árabes, Basílio convenceu Miguel III de que o seu tio Bardas ambicionava o trono, e assassinou Bardas com a autorização de Miguel a 21 de Abril de 866. Basílio tornara-se deste modo a personagem determinante na corte. Quando Miguel III começou a favorecer outro cortesão, Basílio decidiu que a sua posição estava a ser ameaçada e congeminou o assassínio de Miguel III na noite de 23 de setembro de 867. ReinadoBasílio I deu início a uma nova era na história do império, associada à dinastia da qual foi o fundador. Foi um período de expansão territorial, durante o qual o império se tornou no estado mais poderoso da Europa. Para reforçar a sua posição e a da sua família no trono, Basílio associou ao trono o seu filho mais velho Constantino (em 869) e o seu segundo filho Leão (em 870). Por causa do grande trabalho legislativo que Basílio empreendeu, e que pode ser descrito como um ressuscitar da legislação de Justiniano I, este imperador é muitas vezes chamado "o segundo Justiniano". As leis de Basílio foram compiladas na Basilica, que consistia em sessenta livros, e em manuais jurídicos mais curtos conhecidos como os Prochiron e os Eisagoge. Leão VI, o Sábio completou estas obras jurídicas. A política financeira de Basílio foi prudente. A sua política eclesiástica ficou marcada pelas boas relações com Roma. Um dos seus primeiros actos como imperador foi exilar o patriarca Fócio e repôr no seu o lugar o rival daquele, Inácio, cujas pretensões eram apoiadas pelo papa Adriano II. As boas relações com Roma iam, porém, só até certo ponto: a decisão de Bóris I da Bulgária de sujeitar a nova igreja búlgara ao patriarcado de Constantinopla foi um grande golpe para Roma, que ambicionava ela própria essa posição. Com a morte, porém, de Inácio em 877, Fócio retomou o lugar de patriarca e verificou-se um corte material, embora nunca formal, com Roma. Este foi um acontecimento decisivo no conflitos que levariam ao Grande Cisma cujos resultados seriam a Igreja Católica e a Igreja Ortodoxa como entidades separadas. O reinado de Basílio ficou também marcado por uma guerra com os Paulicianos da zona de Tefrique no alto Eufrates, os quais, aliados aos Árabes, fizeram razias até Niceia e saquearam Éfeso. Cristóvão, general de Basílio, derrotou-os em 872, e a morte do seu líder Crisóquero ditou a sujeição definitiva do seu estado. A fronteira oriental de Bizâncio foi reforçada, apesar da costumeira guerra fronteiriça com os Árabes na Ásia Menor. Chipre foi reconquistado, mas conservada durante apenas sete anos. A Ocidente, Basílio aliou-se ao imperador Luís II contra os Árabes e a sua frota acabou com as incursões daqueles no mar Adriático. Com o auxílio dos Bizantinos, Luís II capturou Bari aos Árabes em 871. A cidade viria a tornar-se território bizantino em 876. No entanto, a posição bizantina na Sicília deteriorou-se e Siracusa foi tomada pelo Emirado da Sicília em 878. Embora a maior parte da Sicília tivesse sido perdida, o general Nicéforo Focas (o Velho) conseguiu tomar Tarento e boa parte da Calábria em 880. Os êxitos na península Itálica deram início a um novo período de domínio bizantino na região. Mais significativamente, os bizantinos começaram a estabelecer uma forte presença no mar Mediterrâneo e em especial no mar Adriático. Basílio abateu-se quando o seu filho mais velho e favorito Constantino morreu em 879. Basílio associou então ao trono o seu filho mais novo Alexandre, por não se dar bem com Leão. O imperador morreu a 29 de agosto de 886 num estranho acidente de caça em que o seu cinto ficou preso nas hastes de um veado e Basílio foi derrubado do seu cavalo. Relações familiaresEmbora as suas origens sejam algo incertas é considerado como sendo filho de Constantino Porfirogénito (750–828), originário da Macedónia e de Pancalo. Foi casado por mais do que uma vez, uma delas foi Eudócia Ingerina depois desta se divorciar do marido Miguel III, o Ébrio, que tempo depois Basílio I mandou matar, Eudócia Ingerina casou com Basílio com que teve pelos menos seis filhos reconhecidos oficialmente:
O outro casamento foi com Maria, de quem teve:
ReferênciasBibliografia
|