BanquoBanquo é um personagem da tragédia Macbeth, de William Shakespeare. Além da peça teatral, Banquo aparece mencionado em crônicas históricas renascentistas, porém é provável que seja um antepassado lendário da Casa de Stuart, sem existência histórica real.[1][2] Em MacbethAssim como o personagem-título, Banquo é capitão do exército do rei Duncan, e ambos desempenham-se heroicamente numa guerra civil que assola o reino. Regressando do campo de batalha, os dois se encontram com Três Bruxas que profetizam que Macbeth será rei da Escócia. Quanto a Banquo, as bruxas avisam que ele não será rei propriamente, mais sim seus descendentes. Macbeth, levado pela ambição e incitado por sua esposa, Lady Macbeth, mata o rei Duncan quando este dormia em seu castelo em Inverness.[2] Já rei, Macbeth lembra da profecia das bruxas e passa a temer Banquo. Contrata então assassinos para matá-lo junto com seu filho, Fleance. No ataque, porém, Banquo é morto mas o filho consegue escapar. Vendo que o herdeiro de Banquo continua vivo, Macbeth desespera-se ao perceber que a profecia das bruxas irá cumprir-se. Logo após o assassinato, em meio a um delírio, Macbeth vê o fantasma de Banquo sentado à mesa de seu castelo, durante um banquete que oferecia a seus nobres. Mais tarde, frente às bruxas, Macbeth novamente tem uma visão de Banquo, desta vez acompanhado por sua longa descendência real.[2] No final da obra, Macbeth é assassinado e o legítimo herdeiro de Duncan, Malcolm, é feito rei.[2] FontesDas fontes históricas, a mais antiga a mencionar Banquo é a História do Povo Escocês (1525), de Hector Boece, mas considera-se que o personagem seja, provavelmente, invenção deste autor.[1][2] A obra de Boece foi por sua vez usada como fonte para as Crônicas da Inglaterra, Escócia e Irlanda (1587), onde Shakespeare buscou inspiração para suas peças teatrais históricas. Banquo e Macbeth aparecem nas Crônicas como cúmplices no assassinato de Duncan, mas Shakespeare alterou totalmente o papel dos personagens. O Banquo shakespeariano é um personagem virtuoso, o oposto do ambicioso Macbeth, servindo assim como um contrapeso dramático ao protagonista.[3] Nas Crónicas Macbeth também assassina Banquo, seu cúmplice, mas o sentido da morte de Banquo dado por Shakespeare é trágico, uma vez que, na peça, Banquo é uma vítima inocente de Macbeth.[3] Além de possíveis razões dramáticas, Shakespeare alterou o papel de Banquo em Macbeth por razões políticas: o rei da Escócia e rei da Inglaterra à época, Jaime I, considerava que sua família (a Casa de Stuart) era descendente de Banquo, o que provavelmente influenciou a caracterização do personagem na peça[3][4] Referências
Bibliografia
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