Axim Nota: Este artigo é sobre a cidade no Gana. Para o assistente pessoal digital, veja Dell Axim.
Nota: Não confundir com Axum.
Axim (também conhecida como Axém) é uma cidade costeira localizada na Região Ocidental de Gana. É a capital do Distrito de Nzema Oriental e tinha uma população estimada de 27.719 pessoas em 2013.[1] A cidade localiza-se a 64 quilômetros a oeste de Sekondi-Takoradi e a 241 quilômetros a oeste de Acra.[2] Local de praias exuberantes e intensa atividade pesqueira, Axim é mais conhecida por abrigar o Forte de Santo Antônio de Axim, o segundo mais antigo da África Subsaariana,[3] construído pelos portugueses em 1515. HistóriaVer artigo principal: Forte de Santo Antônio de Axim
A região de Axim era originalmente ocupada pelo povo zema. Os portugueses chegaram no início do século XVI como mercadores e estabeleceram uma feitoria no local. Após vários ataques da população local ao posto comercial que construíram no rio Ankobra, construíram o Forte de Santo António de Axim em 1515, protegido por uma trincheira de três metros de profundidade.[4] Durante esse período, exportaram africanos como escravos para os continentes americano e europeu. Axim logo se tornou um dos portos mais movimentados da costa ocidental da África.[3] Em 1641, o local foi atacado pela Companhia das Índias Orientais e acabou sendo cedido aos holandeses no ano seguinte, com a assinatura do Tratado de Axim (1642).[5] Entre 1642 e 1872, o forte foi expandido e modernizado pelos holandeses, que controlavam a região.[5] Por cerca de três séculos, Axim foi o centro do comércio de ouro, escravos, madeira e algodão na região.[2] Estima-se que mais ouro passou pelo Forte de Santo Antônio do que qualquer outro forte holandês.[4][6] Consequentemente, muitas companhias estabeleceram seus escritórios no local.[3] Contudo, Axim perdeu sua relevância no comércio após os portos de Takoradi e Tema serem construídos.[3] Em 1872, a região passou ao domínio britânico pelos termos dos Tratados Anglo-Neerlandeses de 1870-1871.[5] Embora o Gana tenha adquirido sua independência nos anos 1960, foi só recentemente que Axim se tornou uma municipalidade, tendo seu status elevado da categoria de vila.[2] GeografiaAssim como outras cidades fundadas pelos portugueses, Axim é dividida em duas partes: a Cidade Alta e a Cidade Baixa. O Forte de Santo Antônio é o marco divisório e se encontra próximo do local de onde partiu a colonização europeia da cidade.[7] A Cidade Baixa vai do Forte até o sul, enquanto a Cidade Alta engloba a região norte em direção ao rio Ankobra.[3] Na Cidade Alta se encontram várias mansões dos magnatas da extração de madeira e de outros negócios lucrativos do fim do século XIX, período da colonização britânica.[7] Há também, para além do perímetro urbano, algumas vilas e estima-se que a população expandida da cidade seja de 33.000 pessoas.[2] Os habitantes de Axim são, em sua maioria, da etnia zema.[2] A maioria fala zema, fante, inglês e outros idiomas locais.[2] As escolas locais também ensinam francês e árabe.[2] A maioria da população é cristã, mas uma minoria significativa (cerca de 25%) pratica o Islã.[2] Assim como boa parte dos ganenses, a população de Axim mistura as tradições espirituais de seu povo com essas religiões.[2] Pode-se observar em Axim a veneração a Nana Bralua, uma divindade que, segundo a tradição, vive numa conífera localizada na frente do Forte de Santo Antônio.[3] Administração e políticaAtualmente a cidade de Axim é governada por um chefe municipal executivo apontado pelo Distrito Municipal de Zema Oriental.[7] Seu trabalho é supervisionado por uma assembleia municipal eleita.[2] No entanto, Gana ainda reconhece e retém suas lideranças tribais tradicionais.[7] O chefe supremo do conselho tradicional de Axim é o rei Awulae Attibrukusu III.[2] O símbolo da casa real é uma galinha se aninhando num mastro, o que significa o dever do rei de sustentar sua tribo.[2] EconomiaA economia local é baseada na pesca, no serviço público[2] e na produção de coco e borracha das plantações locais, além do turismo.[7] Há ainda três resorts turísticos no local, cujo terreno fértil traz em sua paisagem dezenas de palmeiras.[7] Além disso, verifica-se também a prática do garimpo nos riachos da cidade.[7] A cidade possui uma estação rodoviária, duas agências bancárias e algumas cooperativas de crédito rural.[7] CulturaTodo mês de setembro, Axim sedia o festival de Kundum, que coincide com a alta temporada da pesca.[2] Durante o evento, centenas de pessoas se deslocam até Axim para as festividades e também para pescar e comprar peixe.[7] A característica principal do festival é a adoração dos antepassados.[2] Durante o Kundum os moradores da cidade buscam resolver seus problemas familiares de maneira pacífica; se necessário, com a ajuda dos mais velhos.[2] Há muita dança, batucada e banquetes.[2] Os líderes tradicionais e convidados de honra são carregados em palanquins em formato de canoas de pesca decorados com flores.[2] Pouco se sabe sobre as origens desse festival, mas há registros de sua realização no século XVII.[2] A culinária local inclui dois pratos típicos: o fufu (grandes bolinhos feitos de mandioca triturada e banana da terra) e o kenkey (bolas de milho fermentadas no vapor e embrulhadas em folhas de bananeira), ambos servidos com sopa.[3] TurismoAlém do turismo histórico ao redor do bem-preservado Forte de Santo Antônio, classificado como monumento histórico nacional e mantido pelo governo ganense,[5] a cidade de Axim é procurada por suas praias exuberantes, que atraem surfistas de diversas regiões do país. Há também três ilhas pitorescas na região, incluindo a de Boboewusi, que possui um imponente farol, construído em 1925 e aberto ao público.[3] É possível observar baleias e golfinhos nas praias de Axim entre outubro e abril e tartarugas marinhas entre outubro e dezembro.[3] O banho de mar não é recomendado nas praias da cidade, apenas nos resorts.[3] Outras atrações turísticas incluem o Beachcomber Bar, da era colonial, o prédio do antigo Departamento de Obras Públicas, as ruínas da Mansão Paa Grant, a antiga Delegacia de Polícia e o Prédio Quandahor, dos anos 1920.[3] Personalidades ilustres
Referências
Ligações externas
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