Astério de Amaseia
Santo Astério de Amaseia foi elevado à posição de bispo de Amaseia entre 380 e 390, após uma carreira como advogado. [1][2]. Ele nasceu na Capadócia e provavelmente morreu em Amaseia, atualmente na Turquia e, na época, na província romana do Ponto. Parte significativa de seus sermões sobreviveu é particularmente importante para a história da arte e como fonte para entendermos como era a vida social durante seu tempo. Astério, bispo de Amaseia, não deve ser confundido com o polemista ariano Astério, o Sofista[2]. Vida e obrasAstério de Amaseia foi um contemporâneo mais jovem de Anfilóquio de Icônio e dos três grandes Padres capadócios[2]. Pouco se sabe sobre a sua vida, exceto que ele foi educado por um escravo cita. Como Anfilóquio, ele foi um advogado antes de se tornar um bispo entre 380 e 390, e ele se utilizou de seu talento profissional na retórica em seus sermões[3]. Dezesseis homilias e panegíricos sobre os mártires ainda existem, com grande familiaridade com os clássicos e contendo uma rara concentração de detalhes sobre a vida cotidiana de sua época. Uma delas, a Oração 4: Adversus Kalendarum Festum, ataca os costumes pagãos e os exageros da festa de ano novo, negando tudo o que Libânio tinha dito em apoio a elas. Este sermão foi proferido em 1 de janeiro de 400 e é uma das evidências para identificar o período em que Astério pregou[3]. Referências artísticasNa Oração 11: sobre o martírio de Santa Eufêmia, Astério descreve uma pintura do martírio e a compara com pinturas feitas por famosos pintores helênicos pré-cristãos, como Eufranor e Timômaco[4], o sermão foi citado duas vezes no Segundo Concílio de Niceia, em 787, que concluiu o período da iconoclastia, como evidência a favor da veneração de imagens[2]. Como descrito por ele, o ícone da santa era uma tela em exposição numa igreja próxima ao seu túmulo. Ele desafiava os especialistas, pois a maneira como ele mostrava sua morte, pelo fogo, não condizia com os relatos tradicionais. A descrição é uma ekphrasis (descrição de uma obra de arte) excepcionalmente detalhada do período, embora os especialistas discordem sobre quão fiel ela é à obra real[4]. Na "Oração 1:sobre o homem rico e Lázaro"[5], ele critica as roupas bizantinas:
Roupas decoradas com imagens religiosas e usadas por leigos ao que parece também fora condenadas:
Outros detalhes interessantes do modo de vida dos ricos são mencionados em sua condenação. A aparente contradição destas posições confundiram Arnold Hauser em sua famosa "História Social da Arte", que erroneamente declarou que Astério seria um iconoclasta[6]. Porém, a crítica de Astério às imagens nas roupas não vinha de nenhuma objeção às imagens em si e sim por conta da frivolidade e do alto custo (inútil) da atitude. TextosOutros sermões de Astério de Amaseia existiam ainda no tempo de Fócio, que fez referência a mais dez sermões adicionais desconhecidos em sua Biblioteca, códice 271 [2]. Um destes sermões perdidos indica que Astério morreu muito velho[2]. Quatorze sermões genuínos foram impressos por Migne na Patrologia Grega (40, 155 - 480), com uma tradução para o latim[2], juntamente com outros sermões "de Astério", na verdade compostos por Astério, o Sofista. Outros dois sermões genuínos foram descobertos em um manuscrito em Monte Atos por M. Bauer. Eles foram publicados pela primeira vez por A. Bretz (TU 40.1, 1914). Referências
Ligações externas
|