Assuão é um centro de comércio e de turismo importante para a nação, localizado ao norte da represa de Assuão, na margem leste do rio Nilo, na primeira catarata. A moderna cidade de Assuão se expandiu e inclui a comunidade anteriormente separada ilha de Elefantina.
Assuão é a antiga cidade de Swenett ou Taseti,[2] mais tarde conhecida como Siena,[3] que na antiguidade era a cidade fronteiriça sul do Egito Antigo. Supõe-se que "Siena" derivou de uma deusa egípcia de mesmo nome.[4] Esta deusa mais tarde foi identificada como Ilítia pelos gregos e Lucetia pelos romanos durante a ocupação do Egito Antigo por causa da associação semelhante de suas deusas com o parto, e cuja importância seria "o abridor". O antigo nome da cidade também é derivado do símbolo egípcio para "comércio",[5] ou "mercado".[6]
Como os antigos egípcios se orientavam para a origem das águas vivificantes do Nilo no sul, e como Siena era a cidade mais ao sul do país, o Egito sempre concebeu seu "abrir" ou início em Siena. A cidade ficava sobre uma península na margem direita (leste) do Nilo, imediatamente abaixo (e ao norte) da primeira catarata do Nilo, que se estendem até Filas. A navegação para o delta é possível a partir deste local sem encontrar uma barreira.
As Pedreiras do Antigo Egito localizadas em Siena eram reconhecidas por sua qualidade, e especialmente pela rocha granítica chamada sienito. As pedreiras forneceram as estátuas colossais, obeliscos e santuários monolíticos que são encontrados em todo o Egito, incluindo as pirâmides; e os vestígios dos esforços dos pedreiros que trabalharam nestes locais há 3.000 anos ainda são visíveis na rocha nativa. Elas ficam em ambas as margens do Nilo, e uma estrada, de 6,5 km de comprimento, as corta entre Siena e Filas.
Siena era igualmente importante como posto militar e local de tráfego. Sob cada dinastia, era uma cidade-guarnição; e aqui pedágios e alfândegas eram cobrados de todos as embarcações que passavam para o sul e para o norte. Por volta de 330, a legião aqui estacionada abrigou o bispo de Alexandria; mais tarde tornou-se a Diocese Copta de Siena.[7] A cidade é mencionada por vários escritores antigos, incluindo Heródoto, Estrabão, Estêvão de Bizâncio, Ptolemeu, Plínio, o Velho, Vitrúvio, e aparece no Itinerário de Antonino. Também pode ser mencionado no Livro de Ezequiel e no Livro de Isaías.
Mais de 2000 anos atrás o polímata grego Eratóstenes esteve em Assuão para calcular, de maneira precisa para seu tempo, a circunferência da Terra.[3]
Geografia
A latitude da cidade de Assuão era um objeto de grande interesse para os antigos geógrafos e matemáticos. Eles acreditavam que estava imediatamente sob a linha do Trópico de Câncer, e que no dia do solstício de verão, um bastão posicionado verticalmente não lançava sombra. Eles notaram que o disco do sol foi refletido em um poço profundo (ou cisterna) ao meio-dia.[3] Esta afirmação é apenas aproximadamente correta; no solstício de verão em Assuão alguma sombra dificilmente poderia ser discernida, fazendo com que o Sol pareça projetar-se quase que na vertical.[3] Tal ocorrência foi fundamental para calcular a circunferência da Terra.[3]
O Nilo tem quase 650 m de largura acima de Assuão. A partir desta cidade fronteiriça até a extremidade norte do Egito, o rio corre por mais de 1.200 km sem barreiras ou cataratas. No passado, a viagem fluvial de Assuão até Alexandria geralmente levava de 21 a 28 dias com clima favorável.
Infraestrutura
Educação
Em 2012, foi inaugurada a Universidade de Assuão, que possui sede na cidade. Assuão também abriga o Instituto Superior de Serviço Social de Assuão, estabelecido em 1975.
O Jardim Botânico, com plantas exóticas provenientes de todo o mundo;
A Ilha Elefantina, que separa o Nilo em dois canais em frente a Assuão. Possui para além do mais, ruínas dos templos de Quenúbis, de Sátis e do seu filho Anúquis. O nome atribuído à ilha é de origem árabe, pois as rochas assemelham-se a estes animais pela sua cor e pelas formas que detêm. Nesta ilha situa-se também o nilômetro, sistema utilizado pelos antigos egípcios para medir a altura das águas do Nilo;
O Mosteiro de São Simão, construído no século XII, acolheu os mongesmissionários que converteram alguns dos núbios ao Cristianismo;
O Obelisco Inacabado, os templos do Egito foram, na sua grande maioria, construídos com granitovermelho proveniente das pedreiras de Assuão e é exactamente numa delas que se encontra este enorme Obelisco com cerca de 41 m e que poderá pesar cerca de 1.168 toneladas. Nas proximidades encontra-se o cemitério Fatimita;
Os Túmulos dos Nobres, ou Vale dos Príncipes, datam do Reino Antigo(3100–2686 a.C.) e revelam no seu interior cenas da vida quotidiana;
O Templo de Filas, desmontado e de novo erigido em Agilquia. Dedicada à deusa Ísis, contém um "mamisim" (casa de nascimento) e dois pilares;
A Grande Barragem, construída na década de 1960, fornece água e electricidade a todo o Egito. O Templo de Calabexa pode ser avistado da barragem;[8]
Na direcção de Edfu e muito perto da cidade fica Kabonejen, a primeira urbe.