Antigo repórter de guerra, (teve que lutar na guerra da Etiópia pra salvar a própria vida[3]), dedica-se em exclusivo à escrita desde meados dos anos 1990, tendo editado romances como "O cemitério dos barcos sem nome", "Território Comanche", "O hussardo", O pintor de batalhas e os seis romances da série de aventuras "Capitão Alatriste".[4] Afirmou virar repórter de guerra para vivenciar as aventuras que tinha lido nos livros.
Em 1988 publicou O mestre de esgrima. Este romance foi incluido entre os cem melhores em espanhol do século XX pelo jornal "El Mundo".[5]
A começos dos anos 1990 apresentou em RNELa ley de la calle, um programa de rádio, em horário noturno, no que participavam numerosas pessoas de diversos âmbitos, a maioria das vezes marginais; como um bandido, uma prostituta, um viciado em drogas ou um policial. O programa foi censurado pelo diretor da RTVE. Enviou aos chefes da Televisión Española uma dura carta insultando-os quando renunciou ao trabalho como repórter.[6]
Temas como o cansaço do herói, a aventura, a amizade, a viagem como perigo, a morte como última viagem, e a cultura e a memória como única salvação que permite compreender a realidade, suportar a dor e conhecer a identidade da pessoa e do mundo são freqüentes em seus romances. A visão que o escritor tem da existência em geral é sombria. Odeia o humanismo cristão e acredita que a filosofia pagã tem uma visão mais exata do mundo.
É lusófilo e afirma que foi um erro histórico de Filipe II nao ter mudado a capital para Lisboa.[7] .Esteve várias vezes no Brasil, país que definiu como "fascinante". Admirador da América Latina, afirmou sentir-se em casa aí mais que em Paris. Nascido em Cartagena, se declarou herdeiro do legado da cultura mediterrânea, de uma memória histórica de 3000 anos.[8] Lamenta que a sociedade esteja condicionada pelo "capricho das minorias" e que a Europa, "referência moral do Ocidente", copie os valores da sociedade dos Estados Unidos, considerada por ele como "doente e hipócrita".[9]
Em 1998 publicou um duríssimo artigo contra o capitalismoglobal que profetizou a crise económica mundial. Esse artigo fez muito sucesso na internet quando aconteceu a crise na Espanha.[18]
As personagens revertianas típicas são o herói cansado em território hostil com um passado obscuro e a mulher fatal. Entre os traços das personagens destaca a ambiguidade moral.[19]
O romance "O Sniper paciente" tem como argumento a pichação e o grafite. Para escreve-lo, fez amizade com grafiteiros.[20]
Obras
Narrativas
O hussardo (no original El húsar), 1986
O mestre de esgrima (no original El maestro de esgrima), 1988
A tábua de Flandres (no original La tabla de Flandres), 1990 (prefácio de Juan Manuel de Prada)
O Clube Dumas ou A sombra de Richelieu (no original El club Dumas o La sombra de Richelieu), 1993
A sombra da águia (no original La sombra del águila), 1993
Território comanche: uma narrativa (no original Territorio comanche), 1993
A pele do tambor (no original La piel del tambor), 1995
O cemitério dos barcos sem nome (no original La carta esférica), 2000
A rainha do Sul (no original La Reina del Sur), 2002