Apolo e Dafne
Apolo e Dafne é uma escultura barroca de mármore em tamanho natural, do artista italiano Gian Lorenzo Bernini (1598-1680), executada entre 1622 e 1625. Instalada na Galleria Borghese em Roma, a obra retrata o clímax da história de Apolo e Dafne em Metamorfoses, de Ovídio. HistóriaA escultura foi a última de uma série de obras encomendadas pelo cardeal Scipione Caffarelli-Borghese, no início da carreira de Bernini. Apolo e Daphne foram comissionados após Borghese ter dado um trabalho anterior de seu patrocínio, Plutão e Perséfone de Bernini, ao Cardeal Ludovico Ludovisi.[1] Muito do trabalho inicial foi feito entre 1622 e 1623, mas uma pausa interrompeu sua conclusão, e Bernini não terminou o trabalho até 1625. De fato, a escultura em si não foi movida para a Villa Borghese do Cardeal até setembro de 1625. [2] Bernini não executou a escultura sozinho; ele teve ajuda significativa de um membro de sua oficina, Giuliano Finelli, que esculpiu os detalhes que mostram a conversão de Dafne de humana para árvore, como a casca e galhos, bem como seu cabelo varrido pelo vento. [3] Alguns historiadores, no entanto, desconsideram a importância da contribuição de Finelli.[4] Mesmo que a escultura possa ser apreciada de múltiplos ângulos, Bernini planejou que ela fosse vista de lado, permitindo ao observador ver as reações de Apolo e Dafne simultaneamente, assim entendendo a narrativa da história em um único instante, sem a necessidade de mover de posição.[5] IcnografiaA lenda conta que Apolo, o mais belo deus do Olimpo, autoconfiante com seu arco de ouro, irrita o Cupido com sua arrogância. Assim, o Cupido teria lançado duas flechas, uma de ouro em Apolo, que atrai o amor, e outra de chumbo na ninfa Dafne, filha do rio-deus Peneu, que afasta o amor. Doente de amor, Apolo começou o assédio sobre Dafne, que recusando todos os pretendentes, não deixou de recusar o belo deus. Apolo então começou uma perseguição a Dafne, que corria desesperada pela floresta tentando evitá-lo. Ele estava cada vez mais próximo de seu objetivo quando Dafne suplica ao seu pai, ao vê-lo entre as árvores, que parasse com o sofrimento. Peneu então, vendo que Apolo já tocava os cabelos da filha, a enfeitiça. Dafne sente seu corpo adormecer, sua pele se transformando em casca, os cabelos em folhas, os braços enrijeceram e viraram galhos, os pés fincaram-se no chão virando raízes. Ela então se transformou em um loureiro. No entanto, Apolo não perdeu o seu amor por Dafne:
RecepçãoOs elogios a Apolo e Dafne continuaram, apesar do declínio da reputação de Bernini após sua morte. Um viajante francês em 1839 comentou que o grupo é "surpreendente, tanto pelo mecanismo de arte quanto pela elaboração, é cheio de charme no conjunto e nos detalhes". [7] Um jornal literário do século 19 considerou o único trabalho de Bernini digno de duradouro louvor. [8] Outros foram menos positivos. Um escritor de viagens inglês em 1829 observou a habilidade técnica de Bernini, mas acrescentou que a escultura "carrega toda a falta de julgamento, gosto e conhecimento daquele tempo", criticando a aparência de Apolo por ser mais como um pastor e não o bastante como um deus. [9] Historiadores mais recentes têm sido muito mais positivos. Robert Torsten Petersson o chama de "uma obra-prima extraordinária... Impregnada de uma energia que resulta das pontas das folhas de louro e da mão e do tecido de Apolo." [10] Ver tambémReferênciasLigações externas |