Antônio Maciel Bonfim
Antônio Maciel Bonfim (Irará, 10 de fevereiro de 1905 – Rio de Janeiro, 2 de abril de 1947),[1] também conhecido como Miranda, foi um educador e político brasileiro, secretário-geral do Partido Comunista Brasileiro. Filho dos camponeses João Matos de Bonfim e Maria Maciel Bonfim.[2] Cursou uma escola religiosa em sua cidade natal e foi ser professor contratado pela Companhia de Petróleo Anglo-Mexicana.[3] Foi professor de cursos secundários em Alagoinhas, onde também foi redator do Correio de Alagoinhas.[4] Em setembro de 1929 era auxiliar da firma Wilson, Sons & Company Ltd..[4] Em setembro de 1930, era secretário do Centro Operário e foi preso em Alagoinhas, acusado de propaganda subversiva e implantar células clandestinas em Salvador.[4] Considerado nesta época chefe do comunismo na Bahia, pertencia à Liga de Ação Revolucionária criada por Luís Carlos Prestes.[4] Condenado à deportação para o Uruguai, conseguiu fugir no Paraná, tentou se juntar ao PCB, mas teve o pedido negado.[2] Foi preso novamente, ainda no Paraná e enviado à Ilha Grande, onde já havia diversos comunistas presos, desconfiados que fosse agente de polícia.[2] Ainda sem ter ingressado no partido, conseguiu fugir com outros membros em novembro de 1932 e se dirigiu para o Rio de Janeiro.[2] Nos primeiros meses de 1933 participou de um curso ministrado pela Internacional Comunista no Brasil, tendo obtido um excelente desempenho, ao lado de Lauro Reginaldo Rocha.[2] Finalmente foi aceito pelo partido, ascendendo rapidamente até chegar à secretaria-geral em julho de 1934.[4] Em 1933 ou 1934 teria enviado um emissário para cooptar para o partido, Golbery do Couto e Silva, então um jovem tenente de infantaria.[5] No PCB ficou famoso como Miranda, mas adotou diverso outros codinomes: Adalberto de Andrade Fernandes, Américo de Carvalho, Américo, Queiroz e Tavares.[3] Delegado à Terceira Conferência dos Partidos Comunistas da América do Sul e do Caribe, realizada em Moscou, falou sobre a conjuntura política brasileira e impressionou o dirigente máximo da Internacional Comunista, Dmitri Manuilski.[3] Com a derrota da Intentona Comunista foi preso em 12 de janeiro de 1936 com sua companheira Elvira Cupello Calônio, foi torturado e recebeu na prisão a notícia da execução dela, assassinada a mando de Prestes e da cúpula do partido.[3] Depois disso passou a colaborar com a polícia e foi condenado a 4 anos e 4 meses de prisão em 1937.[3] Ficou preso em Fernando de Noronha e no presídio de Ilha Grande.[3] Foi libertado em 19 de julho de 1940, sofrendo de tuberculose, sem um rim e na miséria.[3] Bonfim morreu no Rio de Janeiro em 2 de abril de 1947.[1] Sua colaboração com a polícia foi duramente criticada por Graciliano Ramos, Agildo Barata, Leôncio Basbaum e Gregório Bezerra.[3] Segundo alguns autores, como Leôncio Basbaum, Edgar Carone e John W. F. Dulles, Bonfim teria sido um agente policial infiltrado no PCB, porém isto nunca foi confirmado.[2] Ver tambémReferências
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