António Manuel de Noronha
Nota: Para outros significados de António de Noronha, veja António de Noronha (desambiguação).
António Manuel de Noronha CvTE • ComA (Lisboa, 6 de Dezembro de 1772 – 1860), 1.º Visconde de Santa Cruz, foi um administrador colonial político e magistrado português. FamíliaFilho de Cipriano António Rodrigues das Neves, nascido em Lisboa, Santa Justa, 16 de Setembro de 1737, e irmão de Francisco Antunes das Neves, e de sua mulher, casados em Lisboa, Santa Engrácia, a 13 de Fevereiro de 1768, Maria Isabel de Noronha, de Lisboa, Santiago; neto paterno de Miguel Rodrigues das Neves, de Guimarães, Santa Eufémia de Prazins, e de sua mulher Maria Teodora, de Lisboa, Madalena, onde casaram; e neto materno de Filipe Caetano da Costa, Contador dos Contos da Casa dos Contos do Reino, e de sua mulher Eufémia Maria Caetana de Noronha, filha do Mestre-de-Campo João Rodrigues do Vale.[1] BiografiaFoi Oficial da Armada Real, onde atingiu o posto de Vice-Almirante e Ministro da Marinha e Ultramar de 6 de Dezembro de 1826 a 14 de Agosto de 1827, durante a Regência da Infanta D. Isabel Maria de Bragança.[1] Em Janeiro de 1839 foi nomeado 58.º Governador-Geral da Província de Angola, tendo sido antecedido por Manuel Bernardo Vidal e sucedido por Manuel Eleutério Malheiro,[2][3][4] onde, não obstante o seu curto governo, desenvolveu uma atividade notável para o progresso daquela província. Promoveu a exploração dos jazigos de petróleo na região do Dande, o aproveitamento da Serra de Libongo e do sertão de Moçâmedes; estimulou várias explorações marítimas e fez construir uma excelente estrada do Alto das Cruzes para o Bengo. Procurou restabelecer as feiras de comércio e levou a Câmara Municipal de Luanda a realizar importantes melhoramentos na cidade. Criou a Companhia de Comércio, Agricultura e Pesca em Benguela. No seu governo, o Governador de Benguela, de Châteauneuf, realizou operações vitoriosas no Dombe Grande de Quissamba. Competiu-lhe a execução do Decreto de abolição da escravatura, mas sofreu dissabores na repressão do tráfico de negros, que se desenvolvia, com extrema energia, a ponto e prender e processar o Juiz de Direito. Esta acção provocou extraordinária agitação, que o levou a embarcar, a 23 de Novembro de 1839, num pequeno navio de guerra, de regresso a Lisboa.[5] Foi Deputado da Nação na Legislatura de 1844 e Vogal do Supremo Conselho ou Supremo Tribunal de Justiça Militar. Governador Militar da Madeira e 26.º Secretário de Estado dos Negócios da Fazenda. Era Fidalgo Cavaleiro da Casa Real,[1][5] Comendador da Real Ordem Militar de São Bento de Avis, Cavaleiro da Real Ordem Militar da Torre e Espada e condecorado com a Estrela de Ouro da Campanha de Montevideu.[1] O título de 1.º Visconde de Santa Cruz foi-lhe concedido por Decreto de 15 de Outubro de 1851 de D. Maria II de Portugal.[1][5] Casamento e descendênciaCasou no Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, a 10 de Agosto de 1810, para onde fora aquando da transferência da corte portuguesa para o Brasil, com Mary/Marianna Louisa (Maria/Mariana Luísa) Kair Beaumont, nascida em Ayr, South Ayrshire, e falecida em 1815/1855, filha de John (João) Beaumont e de sua mulher Elisabeth (Isabel) Kair do Clã Kerr Escocês, ambos de Ayr, South Ayrshire.[1][5] Teve duas filhas, ambas nascidas no Brasil:
Referências
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