Estando e volta a Portugal, vindo de Espanha, Fernão de Oliveira dedica-se a lecionar para jovens fidalgos e entre os quais está D. Antão de Almada (filho de D. Fernando de Almada, por sugestão do qual publicará aquela que é considerada a primeira gramática portuguesa).[6]
Em 18 de Abril de 1504 recebeu a informação oficial que passaria a receber a tensa de 400 reais, a partir do inicio do ano seguinte, pagos pela casa da sisa dos vinhos de Lisboa, em satisfação da renda do sisão dos judeus, tal como tinha tido seu pai[1] e seu avô paterno.
Na "Crónica do Cardeal Rei D. Henrique", publicada pela Sociedade de Propaganda aos conhecimentos úteis, edição de 1840 fls. 179, também se refere a este facto, dizendo que: "Recebendo-se uma senhora com um fidalgo da casa dos Almadas, nos Paços dos Estaus, D. João III acompanhou os noivos e atravessando o Rossio, até à casa deles que era ao lado do convento de São Domingos".
A respeito do seu casamento diz o Padre João Baptista de Castro, no "Mapa de Portugal" 2ª parte, cap. XI - do acompanhamento com que os Reis saíam pela cidade e caminhavam com a côrte: Honravam tanto os seus criados que alguns iam levar a suas casas em dia de noivado: assim se lê de El-Rei D. João III, que recebendo D. Maria de Menezes com o avô de D. Antão d'Almada no Paço dos Estaus (onde hoje está o teatro D. Maria II, vizinho do Palácio Almada), saiu El-Rei acompanhando-a, atravessou o Rossio, e chegou até à esquina das casas que hoje são de Braz da Silveira; e apontando para a dos Almadas, lhe disse galantemente: D. Maria, até aqui cheguei para vos mostrar as vossas casas, para que vos não enganassem, e levassem a outras.
Por escritura de compra existente no arquivo da Casa Almada e a isso se refere Afonso de Ornelas, sabe-se que precisamente aí que em 1509 o D. Antão comprou uns terrenos para ampliar o jardim do Palácio do Rossio, que se estenderam até à antiga muralha da cidade chamada de D. Fernando.[3]
A. Santos Conceição, no seu livro "Condeixa-a-Nova, diz: "Em sua vida, quando El-Rei D. Manuel passou por Condeixa, foi ali honrado com a aposentadoria do Soberano em sua casa".
Segundo Braancamp, no "Brasões do Paço de Sintra", ao descrever o convento dos Loios em Évora diz: "Na casa do capítulo está um túmulo que diz: Aqui jaz D. Maria de Menezes, mulher do Capitão D. Antão de Almada, depositada até seus herdeiros a transladarem para Igreja de São Domingos de Lisboa. Faleceu a 1 de Agosto de 1562".
Dados genealógicos
D. Antão de Almada (3.º Conde de Avranches).
Filho de: D. Fernando de Almada, 2.º conde de Abranches,
e de: D. Constança de Noronha, 5.ª senhora dos Lagares d´El-Rey.
D. Fernando de Almada, que casou duas vezes. Com D. Catarina de Albuquerque, filha e herdeira de Lopo Soares de Albergaria, 1.º Senhor de Pombalinho e Governador da Índia. A 2.ª vez com D. Maria de Meneses, filha de Henrique de Sá, Senhor de Sever, Matosinhos e Alcaide-Mor do Porto.
D. João de Abranches, partiu de Lisboa em 1554 para ocupar o lugar de capitão-mor de Diu[7] e lá morreu solteiro.[8]
D. Leonor de Menezes, foi a terceira mulher de Vasco da Silveira, Alcaide-Mor de Castelo Rodrigo, Camareiro-Mor do Infante D. Fernando, viúvo em 1ª núpcia de D. Brites Freire e em 2.ª de D. Maria Melo; era filho de Jorge da Silveira e de sua 1.ª mulher D. Margarida de Mendoça; neto paterno de Fernão da Silveira, 1.º Senhor de Sarzedas, Coudel-Mor do Reino, Regedor da Casa da Suplicação, etc., e de D. Isabel Henriques; neto materno de Duarte de Mendoça, Comendador de Torrão, e de D. Genebra de Melo. S.G.
D. Francisco, moço fidalgo da Casa delRey D. Manuel[11], ou D. Francisco de Castro que passou para a Índia em 1525. Indo na empresa de Diu, com o governador Nuno da Cunha, no assalto à Ilha de Beth, lá morreu. S.G.[10]
D. Isabel de Castro, esta senhora esteve noiva de D. Tristão de Meneses (filho ilegítimo do Comendador de Grândola) que morreu antes de efectuar o casamento. Depois casou com Luís da Veiga, senhor do prazo de Boutro (que depois terá ficado para o sogro, D. Antão), desembargador da Casa da Suplicação,[10]Desembargador dos Agravos, filho de Pedro Vaz da Veiga e de D. Isabel Pinheiro, Dama da Infanta D. Brites, Duquesa da Guarda; neto paterno de Tristão da Veiga e de Leonor Taveira; neto materno do Doutor Pedro Esteves Cogominho, Desembargador e Ouvidor das terras do Duque de Bragança, Coudel-Mor de Guimarães, Vedor das Obras do Minho e Trás-os-Montes, Cavaleiro da Ordem de Aviz, instituidor do Morgado de Pouve, e de D. Isabel Pinheiro. S.G.
↑Com o nome de D. João de Almada terá embarcado para a Índia Portuguesa no ano de 1543 ... e lá faleceu. - «Genealogias das Famílias de Portugal», por Afonso Torres e continuada por Luís Vieira da Silva, capitulo dos Almadas, ano de 1694
↑Visconde de Lagôa, «Grandes e Humildes na Epopeia Portuguesa do Oriente (Séculos XV, XVI e XVII)», Volume I, p. 51
Não há a certeza de que tenha usufruído do título de conde de Avranches ou Abranches, tal como tinha sido seu pai e avô, apesar de ser o filho varão e de se saber que nenhum dos seus irmãos o tenham usado.