Althaea officinalis
Althaea officinalis é uma espécie de planta com flor, pertencente à família das malváceas e ao tipo fisionómico dos nanofanerófitos, comummente conhecida como malvaísco[1] (nome que partilha com a Lavatera arborea). Trata-se duma planta herbácea eurasiática, cultivada desde a Antiguidade Clássica pelas suas propriedades medicinais.[2][3] Nomes comunsDá ainda pelos seguintes nomes comuns: malva-branca[4], alteia[3][5],ou malvavisco[6]. DescriçãoO malvaísco é uma herbácea, cujo caule erecto, esbranquiçado e ligeiramente penugento, chegam a atingir metro e meio de altura.[7] As folhas, dotadas de penugem branca, curta, em ambas as faces, à guisa de poalha, podem medem até 10 centímetros de comprimento e 7 centímetros de largura.[7] Podem ser bi ou trilobuladas, e têm formato romboidal, denotando-se-lhes destacadamente as nervuras. Brotam da ponta dum comprido pecíolo, que se vai encurtando à medida que se aproxima do coruto da planta. As folhas possuem, ainda, estípulas axiais, se bem que sejam caducas.[7] As flores, de cor branca ou ligeiramente rosada, são axiais com um pedúnculo curto. Podem ser solitárias, se bem que, normalmente, aparecem em fascículos axilares.[7] O cálice conta com cinco sépalas soldadas e tem epicálice ou um conjunto de brácteas que estão em cima do cálice.[7] As cinco pétalas, que chegam até aos 2 centímetros de largura, estão unidas a um tubo estaminal cilíndrico, o androceu, que tem os estames ramificados ou meristemas muito vistosas. As anteras são arroxeadas ou purpúreas.[7] O fruto é um esquizocarpo em forma de disco, que vai até aos dois centímetros de diâmetro e com uma largura de meio centímetro.[7] Este, por sua vez, é constituído por 15 a 25 unidades mais reduzidas de frutos parciais monospérmicos, chamados mericarpos ou frutículos [8]; as sementes mantém-se unidas até se desprenderem do cacho, para cair ao chão. São pilosas e de cor verde.[7] A raiz é grossa, e vai aumentando de tamanho com a idade.[7] É rica em amido, e possui um emblemático travo adocicado causado pela forte concentração de polissacarídeos.[9] Além disso, contém pectina e vários flavonóides.[9] DistribuiçãoEncontra-se presente em grande parte do continentes europeu até ao Cáucaso.[3] Na Ásia, vai desde do Próximo Oriente até à China ( em Xinjiang), passando pelo Paquistão.[3] Também tem alguma presença no Norte de África.[3] PortugalTrata-se de uma espécie presente no território português, nomeadamente em Portugal Continental. Mais concretamente, nas zonas do Noroeste ocidental, do Centro-oeste calcário, do Centro-oeste arenoso, do Centro-sul plistocénico e do Barlavento e Sotavento algarvios.[3] Em termos de naturalidade é nativa da região atrás referidas. EcologiaCanaviais, margens de cursos de água e bermas de caminhos em locais húmidos. Ruderal Ripícola Desta espécie alimentam-se as larvas da traça Acontia lucida. TaxonomiaA althaea officinalis foi descrita por Carlos Lineu e mencionada na publicação da Species Plantarum 2: 686. 1753.[10] EtimologiaO nome genérico, Althaea, provém do grego antigo αλθαία, -ας, que por seu turno advém do étimo άλθω, que significa «médico, remédio, cura»; ulteriormente terá entrado no latim, sob a forma de althaea, -ae.[11] O epíteto específico, officinalis, também vem do latim, neste caso na acepção do latim medieval que significava «planta medicinal de venda em herbanários».[12] Sinonímia
UsosMedicinaisAs folhas, flores e a raiz de A. officinalis (malvaísco) foram usadas na confecção de mezinhas.[9] Historicamente foram-lhe reputadas propriedades calmante e anti-inflamatório das mucosas[14], bem como antitússicas, emolientes, diuréticas, laxante e odontológicas.[3] Contam-se, ainda, valências na preparação de pomadas e unguentos usados no tratamento de furúnculos, abcessos, contusões, entorses, dores musculares, picadas de insetos e inflamações de pele.[9] Sob a forma de infusão ou mesmo de elixir bucal, chegou a ser usada para tratar de maleitas tão díspares como cistite, micção frequente e mesmo úlceras.[15][16] As aplicações medicinais variegadas desta planta, espelha-se, depois, no nome do género botânico da planta, que provém do grego, e significa "curar".[17] CulináriaAs folhas, quando verdes e ainda tenras, podem-se cozinhar.[18] As raízes podem ser descascadas, cortadas às rodelas, fervidas e edulcoradas em calda de açúcar para fazer doces. A água que se usa para ferver qualquer parte da planta pode servir de substituto de clara de ovo.[18] Referências
Ligações externas
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