Khamenei nasceu numa família de clérigos, em 1939, na cidade de Mexede, e desde jovem se dedicou a religião, indo estudar no Seminário de Qom. De acordo com seu site oficial, ele foi preso seis vezes por protestar contra o reinado de Mohammad Reza Pahlavi antes de ser mandado para um exílio de três anos.[7] Uma das figuras centrais da Revolução Iraniana, sofreu uma tentativa de assassinato, em junho de 1981, que deixou seu braço direito paralisado.[8]
Ali Khamenei foi um dos líderes do Irã durante a Guerra Irã-Iraque na década de 1980 e desenvolveu laços fortes com a Guarda Revolucionária, que ele controlava, e cujos comandantes são eleitos e demitidos por ele. Khamenei sempre utilizou essa Guarda para reprimir a oposição a ele.[9][10] Serviu como presidente do Irã de 1981 a 1989, se tornando um aliado próximo do líder máximo iraniano Ruhollah Khomeini. Com o passar do tempo, Khomeini foi caindo em inimizade com Hussein Ali Montazeri, seu possível herdeiro, e Akbar Hashemi Rafsanjani, um dos seus principais confidentes, afirmou que Khomeini havia decidido que Khamenei seria seu sucessor, enquanto a Assembleia dos Peritos ainda deliberava quem ia ser o próximo Líder Supremo. Após a morte de Khomeini, Ali Khamenei foi selecionado para a Assembleia para ser o novo Líder Supremo do Irã, em 4 de junho de 1989, aos 49 anos de idade.[11]
Como Líder Supremo, Khamenei é o Chefe de Estado do Irã e comandante-em-chefe de suas forças armadas. Por esta razão, ele é considerado a mais alta autoridade do país.[12][13] Na sua posição de poder, Khamenei pode decretar leis e tomar decisões finais de governo em várias questões, como economia, meio ambiente, política externa e planos nacionais.[14][15][16][17][18][19] De acordo com o analista político Karim Sadjadpour, Khamenei tem controle, direto e indireto, sobre os poderes executivo, legislativo e judicial, além das forças armadas e da mídia.[6] Todos os candidatos à Assembleia dos Peritos, a Presidência e o Majlis (Parlamento) são vetados pelo Conselho dos Guardiães, cujos membros são, direta ou indiretamente, eleitos pelo Líder Supremo.[20]
Durante o governo de Khamenei ocorreram vários protestos contra ele, como os de Qazvin em 1994,[21] protestos estudantis em 1999, protestos eleitorais em 2009[22][23][24] e anti-governo em 2011, 2012, 2017 e 2018, além de grandes greves, como em 2018 e 2019. Jornalistas, blogueiros e vários outros indivíduos foram levados a julgamento no Irã por supostamente insultar o Supremo Líder Khamenei, muita das vezes sob acusações de blasfêmia. As sentenças para isso iam desde chicotadas e prisões, a até execuções, com várias pessoas morrendo ainda sob tortura ou em custódia.[25][26] Com relação ao programa nuclear iraniano, Khamenei fez um fátua, em 2003, proibindo a produção, estocagem e uso de qualquer armas de destruição em massa, porém a comunidade internacional levanta suspeitas com relação a isso. No exterior, sua liderança é descrita como autocrática e até ditatorial.[27]
Declarações públicas
Em diversas ocasiões, Khamenei afirmou que o Holocausto é um evento cuja realidade é incerta e, "se aconteceu, é incerto como isso aconteceu".[28][29]
A fatwa contra Salman Rushdie foi renovada em 2005 por Ali Khamenei, que já tinha declarado:
“
Mesmo que Salman Rushdie se arrependa ao ponto de se tornar o homem mais piedoso do nosso tempo, a obrigação permanece para cada muçulmano, de o enviar para o inferno, não importa a que preço, e mesmo fazendo o sacrifício de sua própria vida.[30][31]